Lino Tavares
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Não será nenhuma surpresa se alguns militares da reserva, notadamente os de maior patente, vierem a ser punidos “disciplinarmente” por terem assinado a lista de apoio ao Manifesto dos Clubes Militares, criticando a posição assumida por duas ministras do governo Dilma, em favor da abertura de processos contra agentes do “Regime Militar” supostamente envolvidos nos chamados crimes de tortura e desaparecimento de pessoas, até hoje não esclarecidos. Afinal, vive-se sob um governo que foi eleito sob a égide do desrespeito à Justiça Eleitoral, e que agora julga-se no direito de manipular as leis, para alcançar objetivos espúrios, em consonância com o que preceitua a doutrina marxista-leninista, segundo a qual “os fins justificam os meios”.
Mesmo consumando essa ameaça de punição arbitrária, o Governo e seu Minsitro da Defesa não conseguirão intimidar a família militar como um todo, haja vista que as esposas dos militares estão organizadas e “apostus” para exigir respeito a seus maridos e o fiel cumprimento das leis vigentes, como pode ser visto na notícia a seguir, que ora circula na Inernet.
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“Brasília (AE) – A presidenta da União Nacional das Esposas de Militares das Forças Armadas (UNEMFA), Ivone Luzardo, tentou ontem subir a rampa do Planalto, em protesto por “melhorias salariais para os militares”, “respeito aos presidentes dos Clubes Militares” e uma “política do governo para atendimento às mulheres dos militares que são impedidas de estudar e ter uma profissão por terem de acompanhar os maridos frequentemente transferidos pelo País”.
O protesto foi rápido. As mulheres exigem o pagamento de 28,86%, que já teria sido aprovado pelo STF e seria devido à categoria desde 1993, mas que o Ministério do Planejamento não atende. “Subimos a rampa para gerar um fato político e chamar a atenção para os nossos problemas. Isso foi só a amostra grátis do que vamos fazer daqui para frente e a PM e os Bombeiros estão ao nosso lado”, ameaçou Ivone, ao lado de Marina Bavaresco, outra esposa de militar, que estava usando uniforme camuflado.Os militares têm protagonizado polêmicas políticas desde as vésperas do Carnaval, quando os presidentes dos Clubes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica publicaram um manifesto contra a presidente Dilma Rousseff e duas ministras do governo, que têm dado declarações pregando a revogação da lei de anistia. Por pressão de Dilma, os presidentes dos clubes foram obrigados a retirar o manifesto.Irritada com a publicação de novos protestos, a presidente Dilma Rousseff determinou ao ministro da Defesa, Celso Amorim, que punisse com repreensão os 98 que assinaram o “alerta à nação”, incluindo 15 generais, todos da reserva.”