Seu apreço pelo jornalismo vem da infância ou surgiu mais tarde?
R: Desde pequena sou apaixonada pela comunicação. Literatura, idiomas, artes cênicas, dança, todas as formas de expressão sempre me entusiasmaram. Fiz ballet dos 3 aos 18 anos, estudei teatro, aprendi inglês, espanhol, francês e fiz curso até de japonês. Minha família sempre estimulou o desenvolvimento de minhas aptidões e quando criança tive aulas de piano, violão, pintura e artes marciais, entre outros tantos cursos que pudessem aguçar minhas habilidades… Entretanto, nada superaria o prazer de ler e escrever histórias. Já passei muitas madrugadas entre livros e diários...
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Que tipo de atividade profissional mais lhe inspirava na adolescência?
R: A televisão sempre foi um caso de amor. Eu era modelo na adolescência e fiz algumas propagandas, que me deixaram ainda mais encantada com o ritmo dos estúdios. Lembro que aos 13 anos, passando em frente à antena da afiliada da Rede Globo, comentei com minha tia que queria trabalhar no vídeo quando crescesse. No dia seguinte, ela me levou para conhecer uma emissora de tv, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, onde nasci. Era o canal afiliado à TV Record – e um adendo: foi lá, inclusive, que fiz depois meu primeiro estágio. Aos 14, decidi estudar publicidade e propaganda. Com 17 fiz o vestibular para comunicação em 2 instituições. O curso de publicidade era novo e só havia uma opção, na Universidade Católica, na qual passei e para a qual me inscrevi. Como fui aprovada para jornalismo também, na Universidade Federal, minha mãe me aconselhou a fazer ambos e, depois de formada, decidir o rumo da minha carreira. Veja que o destino precisou dar uma forcinha para o talento, de forma que hoje eu estivesse onde, no fundo, sempre quis estar.
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Algum ídolo da comunicação de massa inspirou você a optar por essa profissão?
R: Admiro muitos jornalistas, então creio que seja a junção de características de vários que tenham me inspirado. Obviamente que, quando eu era criança, no Brasil não tínhamos acesso aos canais internacionais nem existia por aqui a tv a cabo – tenho 45 anos – , mas em cada comunicador que eu acompanhava havia algo interessante para assimilar e tentar replicar na minha realidade.
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Quando criança, você incluía em suas brincadeiras coisas relacionadas à arte de comunicar?
R: Sempre. Comunicar e ensinar. Até brincando de casinha eu era a professora. Considero que liderança é talento óbvio de um comunicador. Fui representante de turma desde a primeira série. Tornei-me “teacher” de língua inglesa ao me formar no idioma, aos 13 anos, e, adulta, após minha pós-graduação, aos 22, ensinei Teorias da Comunicação aos estudantes do Uniceub, de Brasília, cidade onde vivo atualmente com minha família. Quando pequena, parecia natural incluir ferramentas da comunicação – que, claro, eu não entendia como tal – em qualquer brincadeira.
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Você se considera uma comunicadora multimídia?
R: Sim, não há como não sê-lo hoje em dia. O fato de eu ter formação em publicidade e propaganda auxilia – e, diferentemente do usual atualmente no Brasil, em que é possível incluir uma habilitação extra por meio da adição de disciplinas, na minha época, foi necessário fazer 4 anos de cada curso, separadamente. De todo modo, a agilidade e a efemeridade das redes sociais exigem atualização constante, dado o ritmo do meio. Além da televisão, também presto consultoria internacional a embaixadas, empresas e projetos/programas estrangeiros. Tal missão exige que eu siga as estratégias do mercado, exatamente para oferecer o melhor serviço de comunicação. Assim, não há como fugir da tendência multimídia.
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Onde você atuou jornalisticamente pela primeira vez?
R: Na emissora afiliada à rede Record em Campo Grande, em 1995, no meu primeiro semestre da faculdade. Trabalhei já como repórter esportivo. Segui fazendo testes e em menos de um mês fui para a afiliada da Rede Globo, a TV Morena, da Rede Matogrossense de Televisão. Fiquei 6 meses como estagiária na produção e então fui contratada como apresentadora. Assumi a bancada do Bom Dia MS aos 18 anos de idade. Fui então convidada a ocupar a chefia da sucursal da Rede em Brasília, de onde apresentava ao vivo o bloco político dos jornais de MS e de MT. Em 2001, assumi a chefia do canal em Corumbá e de lá produzi matérias – a maioria com foco internacional e com entrevistas em outros idiomas – que foram para a programação nacional. Na sequência, voltei para Campo Grande, onde fui editora/apresentadora dos jornais locais e comandei um programa semanal de esportes, o Ação Radical, em que eu saltei de paraquedas e voei de parapente, entre outras atividades.
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Alguém de sua família exerce ou exerceu atividade ligada à área do jornalismo?
R: Não. Meu pai é médico e minha mãe servidora federal concursada. Minhas irmãs são gêmeas e ambas formaram-se arquitetas, apesar de cada uma ter direcionado sua carreira para algo distinto. Uma delas tornou-se empresária e a outra tem doutorado no Canadá e hoje é servidora na Universidade em Campo Grande. Meu marido é advogado criminalista, especialista em direito internacional.
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Além de repórter, em que outras funções você costuma atuar jornalisticamente?
R: Como já são 27 anos na área, posso dizer que tenho experiência em várias funções. Fui produtora, apresentadora, repórter, editora, editora-chefe, editora-regional, âncora. Gosto muito do estúdio, da ancoragem e das entrevistas, mas também sou feliz nas demais posições. O jornalismo televisivo é minha grande paixão.
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Atua ou já atuou em emissoras de rádio e no jornalismo impresso?
R: Apenas nos veículos da faculdade. Oportunidades em rádio e impresso não fazem – ainda – parte do meu currículo.
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Das tantas reportagens que realizou, alguma delas marcou sua carreira de maneira especial?
R: Há tantas histórias em quase três décadas que sinto ser injusto indicar apenas uma delas. Entretanto, gosto de apontar experiências recentes, como minha atuação no programa internacional Campo Diplomático, em que entrevistei (em inglês, espanhol, francês e português) mais de 30 embaixadores, pessoalmente no estúdio, sobre relações comerciais com o Brasil no setor do agronegócio, para o canal AgroMais, da Band, onde eu era editora-chefe até novembro de 2021, antes de aceitar a proposta da TV Jovem Pan News.
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Você tem vocação para atividades como as de cantora, modelo, atriz, artista plástica ou outras?
R: Não canto, mas até hoje me divirto com dança, teatro e artes plásticas. Fotos e desfiles também são atividades que me fazem feliz.
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Atuar numa emissora independente, como a Jovem Pan, faz você se sentir uma jornalista com luz própria, livre daquele viés ideológico hoje notório nas grandes redes de TV do país?
R: Considero que, no Grupo Jovem Pan, os jornalistas podem aplicar a norma básica que todos aprenderam na faculdade: a da imparcialidade. Pelo menos é o que eu tento fazer todos os dias ao apurar uma notícia no Congresso Nacional, noPlanalto ou na Esplanada dos Ministérios, tendo em vista a complexidade dos tempos atuais. Os comentaristas convidados têm o papel de analisar os fatos que nós trazemos para os telespectadores formarem suas opiniões e isso posiciona o profissional da imprensa no papel correto: de levar a notícia sem radicalismo e, mais ainda, sem ideologia nem viés partidário.
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Como você vê a possibilidade de reeleição do presidente Bolsonaro, diante dessa oposição sistemática que se voltou contra ele?
R: Considero que o desafio apresentado ao presidente é inevitável. Faz parte da tradição política brasileira que as campanhas tornem mais densas características negativas dos opositores e isso atinge especialmente quem está na situação, ou seja, em destaque e na frente. Identifico que é uma circunstância que ele já enfrentou – e superou – quando se elegeu.
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Que análise você faz da conjuntura internacional em função dessa invasão da Rússia à Ucrânia, que coloca à deriva a economia e a paz mundial?
R: Entrevistei, ao vivo e de forma exclusiva para a Jovem Pan, tanto o embaixador da Rússia quanto o encarregado de negócios da Ucrânia no Brasil.
Como jornalista, busquei abordar as posições de cada país e trazer para nossa audiência as razões consideradas para o conflito. Ambos falaram comigo sobre a situação local e destacaram justificativas para seus lados, de forma que o próprio telespectador pudesse tirar suas conclusões.
Eu cobri inclusive a decolagem do avião da FAB com toneladas de alimentos e medicamentos, que trouxe brasileiros e estrangeiros da zona de conflito. Pessoalmente, e exatamente por ter me especializado em jornalismo voltado ao agronegócio, considero que os impactos da guerra no comércio internacional e na economia brasileira são preocupantes dado o peso dessa relação na balança comercial entre os países, até porque o combate pode perdurar por anos. Mas acredito que o maior prejuízo global está no risco à paz mundial e na triste perda de vidas. É preciso garantir tréguas, abertura de corredores humanitários e evacuação de civis até se chegar a um cessar-fogo.
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O que mais você gostaria de dizer nessa entrevista além do que foi perguntado?
R: Fico muito feliz pelo espaço e gostaria de agradecer a gentileza e a audiência. :)
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Bate-Bola com Katiuscia Sotomayor
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Eterna amizade? Desejo ser sempre amiga dos meus filhos.
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Doce lembrança?Mi abuelita.
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Gratidão? Minha família.
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Momento inesquecível? Meu casamento.
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Para esquecer? Todas as dores.
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Sonho realizado? Minha carreira na televisão.
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Sonho a realizar? Ser correspondente internacional.
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Surpresa boa? Minha primeira filha – ela estava programada para nosso quarto ano de casados, mas chegou alguns meses antes.
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Superstição? Banho de sal grosso para mau-olhado.
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Religião? Católica.
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Cor preferida? Azul e preto.
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Número de sorte? 4 e 7.
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Prato preferido? Chocolate ao leite, todos os queijos e estrogonofe da minha mãe.
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Principal Hobby? Filmes e séries de suspense psicológico ou de volta no tempo.
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Time do coração?Botafogo.
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Cantor ou cantora?Paulo Ricardo, do RPM.
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Comunicador (a)?Alexandre Garcia.
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Atleta de outros esportes? Ana Botafogo.
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Personalidade mundial? Papa João Paulo II.
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Personalidade nacional? Chico Xavier.
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Deus? Tudo.
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Quem é Katiuscia?Mãe da Katarina e do Augusto.
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Projetos na carreira? Harvard, em breve.
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Contatos e Redes Sociais
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Acabou de levar um pé na bunda da Jovem KKK. Agora vai ter bastante razão pra chorar.
Li aqui em Nova York, onde moro, esta das tantas belas entrevistas que o Gibanet nos proporciona com o trabalho talentoso de Lino Tavares. Parabéns à equipe do veículo e a ela que é uma apresentadora maravilhosa da Jovem Pan, nosso porto seguro da verdade hoje sonegada pelas emissoras de TV mais antigas Herbet Soares.
Hebert, você foi corretíssimo ao chamar a Jovem Pan de Porto Seguro, pois o que deveria ser regra dos veículos de comunicação, virou exclusividade da JP.
Obrigado por sua visita e seu comentário!
Sinta-se sempre bem vindo ao GibaNet.
Grande abraço
Gostei muito da matéria…bem completa,farto material…parabéns
Obrigado meu amigo!