Merecido tributo à estrelíssima Lollo
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Lino Tavares
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La Lollo – Mais uma lágrima rola no universo encantado do cinema com a morte, nesta terça-feira (16/01/2023), ocorrida em Roma, da atriz italiana Gina Lollobrigida, aos 95 anos. Luigina Lolobrigida (seu nome de batismo) marcou época na sétima arte, estrelando papéis de realce nos mais famosos filmes de todos os tempos.
Sua biografia retrata a ascensão para a fama de uma jovem sonhadora que no despontar da adolescência trocou a pequena Subiaco (Reino de Roma), onde nasceu, pela capital da Itália, na qual começou a brilhar como modelo fotográfico. Pouco depois, ingressou na carreira cinematográfica, fazendo figurações em filmes populares denominados no pós-guerra como Film Operetta.
Gina realizou seu primeiro papel de sucesso no filme “Campane a martello”, de Luigi Zampa (1949), brilhando dois anos depois em “Achtung Banditi”, quando atuou ao lado de Marcello Mastroianni, outro monstro sagrado das telas do cinema. Vista como estrela de primeira magnitude que despontava para o mundo, logo depois colocou seu talento a serviço do cinema francês e norte-americano.
Reconhecida como uma das mulheres mais belas do mundo, La Lollo — como era conhecida — interpretava papéis sensuais, encantando espectadores em interpretações como a da cantora lírica Lina Cavalieri, no filme “La donna più bella del mondo”, em 1955. Rock Hudson e Anthony Quinn estão entre os super atores da década de 1950 que desfrutaram do privilégio de dividir espaço com Lollobrigida nas grandes produções cinematográficas da época.
Em 1968, Gina Lollobrigida foi aplaudida de pé ao ser contemplada como “O Globo de Ouro”, um dos prêmios mais cobiçados do Planeta.
Sua filmologia vai da metade ao final do século 21 repleta de sucessos inesquecíveis, entre os quais figuram Campane a Marello (1950), A Tale of Five Cities, Moglie per una notte, Pane, amore e fantasia, La donna piú bella del mondo, The Hunchback of Notre Dame, La legge, Never So Few, Where the hot wind blows,, Come September, La belezza di Ippolita, Pecatto Mortale, Falcon Crest e XXL, em 1997, quando praticamente encerrou a carreira de atriz, dedicando parte de sua vida a atividades de natureza política.
Nunca vou esquecer quando, na adolescência, eu sempre dava um jeito de ir ao cinema para curtir o misto de sensualidade e talento exibido nas interpretações cativantes de Gina Lollobrigida, comparáveis a performances cinematográficas como as de Brigitte Bardot, Marilyn Monroe, Claudia Cardinale, Sophia Loren e Sarita Montiel.
Na década de 1960, quando compus a música “Três Brasis”, fiz referência ao nome da extraordinária atriz no verso que dizia “Sophia Loren, Brigitte Bardot e Gina/ Vêm brincar de Colombina no show do Municipal”.
Além das imortais interpretações do cinema, Lollo deixa-nos como legado um belo exemplo de perseverança, em consonância com o refrão que diz “querer é poder, poder é fazer, fazer é realizar”.
Grande Homenagem a uma consagrada atriz que marcou época na história do cinema clássico. Sou cineasta e sei avaliar esses talentos raros da sétima arte, que partem deixando saudade e um legado de inesquecíveis interpretações cinematográficas