Está cada vez mais difícil viver no Brasil e pagar imposto sem se sentir idiota. Nosso país está divido hoje em dois “Brasis” . O real, da falta de assistência e segurança, dos salários achatados, do desemprego, da falta de habitação, da infra-estrutura sucateada e das esmolas sociais que fomentam vadiagem, e o fictício, dos falsos avanços sociais e econômicos, alardeados na mídia pela propaganda oficial, sustentada a peso de ouro com o dinheiro oriundo da brutal carga tributária que nos pesa sobre os ombros.
Olhar televisão tornou-se algo nauseante, tanto na parte de telejornalismo, onde se veicula “mentira paga”, quanto na de entretenimento e dramaturgia, com programas humorísticos de péssima qualidade e telenovelas que são verdadeiras escolas de sacanagem, na mais sórdida expressão desse termo que denota falta de caráter e total ausência de escopo moral.
Tive certeza disso, em função de algo que ouvi, dia 6 deste mês, na novela Insensato coração, da Rede Globo, em brutal contradição com uma notícia que tinha sido veiculada, momentos antes no Jornal Nacional da mesma emissora. Atentem bem para esse disparate. Rebatendo a afirmação da personagem Natali, mulher do banqueiro que está preso, acusado de crimes contra o sistema financeiro, dizendo que seu marido iria se livrar logo das acusações que motivaram sua prisão, por ser um homem muito poderoso, o filho do banqueiro, que não concorda com as falcatruas do pai, disse à jovem madrasta que isso não vai acontecer, porque, segundo ele, as coisas mudaram neste país e os poderosos que praticam crimes agora vão para a cadeia.
A piada tragicômica do “filho do banqueiro” foi dita momentos após o Jornal Nacional ter se reportado sobre as denúncias de corrupção no Ministério dos Transportes, cujo titular, Alfredo Nascimento, tinha acabado de deixar o cargo, em função do agravamento da situação, motivado pela notícia de que seu filho Gustavo Morais Pereira, um arquiteto de 27 anos, havia multiplicado o patrimônio de sua empresa de construções, em Manaus, no curto período de dois anos, em 86.500%, transformando um capital inicial de R$ 60 mil na fantástica soma patrimonial de R$ 50 milhões . Algo que – convenhamos – torna ridículas as acusações de enriquecimento ilícito que pesam sobre o ex-ministro Antônio Palocci e o Lulinha, filho do ex-presidente Lula, ambos incluídos no rol dos “emergentes milagreiros” da Era dos Mensalões.
(*) Lino Tavares é jornalista diplomado, colunista na mídia gaúcha e catarinense, integrante da equipe de comentaristas do Portal Terceiro Tempo da Rede Bandeirantes de Televisão, além de poeta e compositor.
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Lino, que país é este ?
hahahahahahaha, já sei !
Adoro seus posts, abraço
Rose*