Hoje em dia temos o privilégio de conviver entre diversos meios de comunicação, entre eles a internet, os livros, a televisão, o rádio, panfletos, jornais, mídia eletrônica nas ruas e shoppings, enfim, diversas maneiras de chegarem as mensagens e também diversas maneiras de enviarmos nossos “recados”.
Temos entre todos estes “veículos” o Twitter, que tem como características principais a rapidez e o limite de 140 caracteres por mensagem. Não sei se estas caracteristicas são mais favoráveis à quem consegue sintetizar suas mensagens ou para quem já não sabe mesmo escrever e aproveita o limite para não passar vergonha, ou até como desculpas para não aprender a escrever.
O Orkut não vou comentar pois acho este a mais inútil e fútil ferramenta de comunicação, além de ser para os mais desavisados uma verdadeira armadilha. Tem pessoas que fotografam toda a família, colocando os respectivos nomes, colocam também toda a agenda da família e de alguns amigos e deixam os endereços à disposição, com os respectivos horários. Estas informações no poder de pessoas mal intencionadas é um prato cheio.
Temos os blogs, que foram tão bem vindos que até grandes empresas já possuem, embora algumas pessoas teimem em usar esta maravilhosa ferramenta para se expressar da pior maneira possível.
A televisão, velha companheira, tem duas vertentes, a aberta e a que está vinculada à assinatura de operadoras como a Net e SKY, por exemplo. No seguimento de TV por asinatura, temos muitos canais de qualidade indiscutível, conteúdo de qualidade e programas que realmente são dignos de todos os elogios, mas em se tratando de tv aberta, a história é bem outra. A qualidade que se espera quando se sintoniza os canais abertos é sem dúvida lamentável, pouquissimos
programas de qualidade, Apenas a Tv Cultura mantém uma preocupação aparente com a qualidade, outras emissoras gastam seu potencial em produções lastimáveis, como que concorressem pelo pior programa. O mais lamentável é que estas porcarias tem audiência, quero acreditar que é por falta de opção, mas há quem aposte que é mal gosto mesmo.
As velhas revistas ainda resistem ao modernismo, e encontramos muita coisa boa, como a Carta Capital, a Elektor, a Isto é, a NEI, entre tantas outras, mas infelizmente há neste meio as ruins, muito ruins, e as futeis, estas são, talvez, a maioria, cheias de matérias inuteis que não acrescentam nada na vida dos leitores.
As rádios são também divisoras de águas, entre o muito bom e o muito ruim. O muito ruim, em minha opinião, é aquele “veículo” da moda, que não tem personalidade nenhuma e também não ajuda ninguém a tê-la, ou seja, quem segue a moda, geralmente não tem personalidade própria.
Eu anseio por ver conteúdo de qualidade em todos os seguimentos, mas tenho a impressão que os provedores de conteúdo saibam que ter conteúdo de qualidade, não signifique exatamente conseguir vender este conteúdo, conseguir patrocínio e se manter em posições confortáveis no
mercado.
Para uma população que considera o preconceito, a ignorância e a violência como algo normal, não deve necessariamente ser digna de ter qualidade em seu dia a dia.
O reflexo dessa maneira de viver e enxergar as coisas acaba por afetar também os que estão fora da categoria da futilidade em massa.
Nas eleições, por exemplo, vota-se pela aparência, sem o mínimo bom senso, sem ao menos saber se o candidato é ou não capaz de defender os interesses coletivos e buscar melhorias que venham beneficiar a coletividade e o país. Pagamos a maior carga tributária do planeta e esta parcela da sociedade não é capaz de sequer contribuir para a manutenção do bem público, pixando, jogando lixo nas ruas, jogando óleo e outros produtos nocivos em ralos e águas pluviais e fluviais, desmatando indiscriminadamente, abandonando animais nas ruas, entre outros crimes ao ambiente. Sem falar dos imbecís que gastam fortunas para equipar seus carros com equipamentos de som potentes, apenas para desfilar pelas ruas da cidade tocando funk carioca em volumes acima do considerado aceitável. Justamente funk carioca, que dentre outros estilos, nem pode ser considerado, música. Pelo menos para mim, este estilo é o que pode-se rotular como lixo puro.
Nas escolas, alguns alunos sentem-se no direito de agredir os professores e funcionários, perdeu-se o respeito ao profissional e ao mais velho. E para piorar, os pais destes alunos, ao invés de repreende-los e reeducá-los, os defendem, o conselho tutelar os defendem, o grupo de direitos humanos, instituição que foi criada para defender o direito dos bandidos, os defendem, o grupo de defesa da criança e do adolescente, que deveria ajudar a criar mecanismos sérios de educação, os defendem, criando assim a sensação de poder e impunidade, que leva muitos destes a acreditar que podem cometer os delitos que quiserem, pois ficarão impunes.
Além do fator acima, tem também, pelo menos no estado de São Paulo, a “progressão continuada”, sistema de não repetência dos alunos do curso fundamental (1ª a 8ª série) das escolas da rede estadual do Estado, que leva alunos totalmente deficientes a serem promovidos
automaticamente, despencando assim o nível do ensino público e prejudicando os alunos que realmente levam os estudos à sério.
E a religião, esta sim é uma verdadeira pérola, entre padres pedófilos e líderes religiosos desviando dinheiro, sonegando impostos e montando/comprando empresas com o dinheiro dos fieis. Os fieis por sua vez, fazem-se de cegos, dizem que é mentira, dizem que é o diabo, dizem que é a imprensa, só não dizem que o líder religioso de sua fé é um sem vergonha, criminoso e que deveria apodrecer na cadeia como qualquer outro bandido, estes fieis, mais que ninguém, são os que dizem em alto e bom som: “- Explorem-me, me façam de trouxa, que eu gosto.”
Enquanto isso, diversos crimes são diariamente cometidos por estas quadrilhas e a justiça fica prejudicada pela cumplicidade destes fieis.
E neste cenário, continuo sendo o que pode-se chamar de sonhador, com esperança, embora remota, de que algum dia nosso país do futuro melhore e venha a se tornar a “Terra Prometida”.

3 thoughts on “Mundo fútil

  1. Rose says:

    Dos seus textos visto aqui, esse é seu melhor !
    Síntese de um país subdesenvolvido que ainda tem muito que aprender.
    Uma pena que esses jovens formados de uma maneira tão tosca, serão responsáveis por essas mudanças, realmente p/ mim ainda é difícil acreditar numa melhora.
    E continuo a dizer que os formadores de opinião são os responsáveis por essas mudanças, mas que urgentes, " URGENTÍSSIMAS"
    Obrigada por esse presente de texto.
    Parabéns !

  2. crazyseawolf says:

    O que posso dizer? Vivemos numa total banalização das coisas. Os pais não sabem mais educar seus filhos e jogam suas responsabilidades para os professores. E na mídia impera a mediocridade.
    Excelente texto, Gilberto!

  3. Lugirão says:

    Então somos dois, eu também acredito em dias melhores, e que o Brasil ainda vai ser um lugar de pessoas esclarecidas e educadas e não teremos que aturar comportamentos como pessoas que andam em seus carros com som alto nos obrigando a ouvir a música que não escolhemos e que muitas vezes nem gostamos, só para citar um dos temas abordados no teu texto.

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