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De repente apareceu uma Búfala pronta para fazer parte da labuta na terra dos elefantes, depois que aquele Leão apareceu para disponibilizar a tecnologia a favor da lavoura, as coisas pareciam que estavam a melhorar, a garoa caia regularmente, os campos verdes, o girassol alegrava quem por perto passasse, além da sombra fresca daquela densa árvore que sempre piscava para que todos descansassem, parecia convidá-los, “venham todos que estão cansados, tirem uma soneca, oh, Leopardos, Cágados, Elefantes, venham descansar. Vocês que nunca tomaram sol de meio dia, nunca sentiram um sol a deitar sobre vossas costas, vós que estão sempre a curtir o frescor de ar condicionado, vinde e experimentai a sombra fresca. Puro ar.” Enquanto isso de longe passava a Búfala, que pouco se importava com a sombra da árvore. Nunca tinha ouvido falar em ar condicionado. Andou de um lado a outro com o Pássaro sobre suas costas. Muitos queriam saber por que aquele passarinho vivia grudado no seu colo.
– Cada fera que aparece por aqui, – comentou o Elefante Cinzano.
– Realmente, esse Leão trouxe cada fera, – incentivou o Cágado.
– Mas está melhorando, estou gostando, – comentou o Leopardo.
O comentário era geral e todos curiosos sobre a Búfala e o Pássaro.
– Essa nem se incomoda com esse Pássaro, – disse o Elefante.
– Que Pássaro sortudo, eu eh! Parece gostar da boleia.
– Quem não gostaria.
A Búfala era cumpridora de seu dever, fazia o combinado com maestria, sem se importar com o passarinho, estava acostumada com as suas carícias, até que um dia, enquanto a Búfala cochilava debaixo da árvore, um tigre sem piedade matou e comeu o seu companheiro que até então era inseparável, continuando em cima da árvore como se nada tivesse ocorrido. A Búfala despertou bruscamente do sonho, irritada levantou e caiu. Levantou-se novamente, trombou, destruindo plantações, brigou com todos. Não havia mais o Pássaro que cantava e o acariciava. Correu para o riacho, mergulhou e foi devorada por crocodilos.
– Maldito, – gritou a Gazela que presenciou a cena.
– Maldito? Eu que apanho de todos? Perguntou o Elefante.
– Eu tinha inveja daqueles dois, parecia que o Pássaro era cavaleiro em cima da Búfala.
– Eh! Isso lá é verdade.
Então o elefante teve idéia de fazer uma tábua para homenageá-los:
“Próximo do riacho morreu um Pássaro, no riacho pereceu uma Búfala. Os dois são exemplo de uma união perfeita. Um sabia das necessidades e limitações do outro. Eram capazes de se defenderem em prol de uma causa unitária”.
– Até no infinito do oceano, concluiu a Gazela.
Davambe é consultor de TI, mais de 25 anos de experiência em TI, Professor, Escritor, Autor dos romances: O Segredo da Felismina, Tanto Lá Quanto Cá e a Sereia de Tupa.
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