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Diz-se aos quatro ventos que o Brasil acaba de assumir a posição de 6ª economia do mundo. Ainda que esse “milagre brasileiro” seja verdadeiro – o que é muito difícil num país que pratica a propaganda enganosa como forma de manter o satus quo do poder corrupto – trata-se de um dado que entra em rota de colisão com a situação de miséria absoluta, falta de segurança, assistência médica e educação qualificada, sentida na pele pela esmagadora maioria de nossa população.
Se subimos no ranking da economia mundial, então a não distribuição da renda decorrente dessa suba de padrão, de modo a melhorar as condições de vida da população, comprova ainda mais a incompetência governamental vigente no país, que está a permitir que os frutos desse presumível avanço – obra da iniciativa privada; é bom não esquecer – continue nas mãos de uma minoria encastelada nos poderes constituídos, representados pelos altos salários e privilégios afins dos parlamentares, dos apadrinhados do primeiro escalão do poder executivo e do hoje politicamente atrelado poder judiciário, que permite salários de fome aos que realmente trabalham e produzem, mas não admite reajustes salariais em seus quadros, sequer parecidos com os concedidos aos assalariados de baixa renda.
Quando se anunciou, no período do governo revolucionário das décadas de 1960 e 1970, que o Brasil alcançava o patamar da 8ª economia do Planeta – época do propriamente dito Milagre Brasileiro – essa boa nova podia ser vista e sentida, de forma concreta, em obras de governo, como a construção massiva de casas populares, promovida com recursos do BNH, na abertura e pavimentação asfláltica de importantes rodovias, mantidas pelo poder público sem a roubalheira dos pedágios, no aparelhamento das polícias civis e militares, proporcionando-lhes condições de trabalho compatível com os padrões de segurança desejáveis, em obras de infra-estrutura das quais ainda hoje nos beneficiamos, como a Usina Itaipu binacional, a ponte Rio-Niteroi, a interiorização da Amazônia, com o surgimento da Zona Franca de Manaus, e em inúmeras outras realizações palpáveis, cuja existência ninguém pode, em sã consciência, negar.
Portanto, essa alardeada posição de 6ª economia do mundo atribuída ao Brasil – sabe-se lá a troco de que – está muito parecida com aquele futebol do Santos, que passaria por cima do Barcelona no Mundial de Clubes deste ano, e com o título de Doutor Honoris Causa concedido a Lula – maior piada portuguesa do século – que representa tanto como ícone de sabedoria, em relação ao agraciado, quanto uma coroa de Rei Momo possa significar, como símbolo de monarquia, em relação à Corte Britânica.
Lino Tavares é jornalista diplomado, colunista na mídia gaúcha e catarinense, integrante da equipe de comentaristas do Portal Terceiro Tempo da Rede Bandeirantes de Televisão, além de poeta e compositor
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