O Estado Intrometido
Lino Tavares  
Esse misto de protecionismo e politicagem, que virou modismo neste início de século, sob a orquestração do “politicamente correto”, transformou o estado num ente intrometido, interferindo exacerbadamente nas relações interpessoais, ao invés de cumprir com seiredade e objetividade seu verdadeiro papel, que outro não é senão administrar a coisa pública, proporcionando condições de infraestrutura, segurança, educação e assistência compatíveis com as reais necessidades da população.
   Um dos setores mais atingidos por essa intromissão estatal que entrava o progresso é o do trabalho, hoje envolto em um emaranhado de leis demagógicas e sindicatos “caça níquel”, que tornam a figura do empregador quase uma espécie de vilão, vivendo sob constante ameaça de ser penalizado pelo descumprimento, muitas vezes involuntário, de dispositivos legais casuísticos que não se jusificam na essência.
   Uma dos exemplos dessa “ingerência estatal” está acontecendo em Curitiba, onde o Ministério Público do Trabalho acaba de “meter o bedelho” no tradicional Coral infantil da cidade, criado sob os auspícios do antigo Bamerindus e assimilado pelo HSBC, que há anos proporciona um dos mais belos espetáculos de encenação natalina do país, sendo a principal atração turística da capital paranaense.  A alegação é de que isso estaria caracterizando  “trabalho infantil”, numa tentativa quase doentia de querer comparar aquilo que é arte, feita com amor e devoção, com aquelas explorações de crianças que ocorrem em indústrias como a da cana de açucar e a da produção de carvão vegetal.
     Vive-se hoje num país em que a conquista de popularidade a qulaquer preço, usada como meio para chegar ao poder, faz crescer como bola de neve o falso assistencialismo que incentiva o ócio, pela distribuição de esmolas sociais e a inibição da oferta de trabalho, hoje transformada num jogo perigoso para quem emprega e perverso  para os que, à procura de emprego, são  vistos, a priori, como potenciais golpistas das unilaterias demandas trabalhistas, não raro instruídas por mentiras deslavadas, respaldadas pelos conchavos do falso testemunho.
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Lino Tavares é jornalista diplomado, colunista na mídia gaúcha e catarinense, integrante da equipe de comentaristas do Portal Terceiro Tempo da Rede Bandeirantes de Televisão, além de poeta, compositor e um grande amigo.

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4 thoughts on “O Estado Intrometido

  1. jorn. Lino Tavares says:

    Obrigado, Rachel, por seu oportuno comentário. Pegando um gancho no que você falou, eu diria que o estado não quer ser paternalista, mas sim os que o têm administrado nas últimas três décadas, que querem fazer do paternalismo uma moeda de troca, na compra dos votos de eleitores de pouca ambição, que vendem sua opção eleitoral em troca de migaglhas.

  2. Rachel Lima says:

    Veja meu amigo,enquanto houver essa simbiose entre estado e sociedade no Brasil as coisas estarão longe de mudar.O estado quer ser paternalista e a sociedade espera por isso.
    É preciso diferenciar o papel de cada um,a um longo caminho até se aprender isso.Abraços.

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