Giba
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Este é o título do livro do amigo Assis Utsch a venda nas melhores livrarias do país.
Trata-se de um livro que além de desenvolver uma história, é rico em seus diálogos, oferecendo ao leitor um embate de ideias, não só entre crentes e não crentes, como abrange também outros aspectos ideológicos, questões existenciais, etc.
Abaixo está a sinopse do livro, que recomendo a leitura.
Um grande abraço
Giba
Sinopse
O garoto que queria ser Deus começa lá na sua cidadezinha onde “só havia rezas, superstições, procissões, doenças, desambições, uma guerrinha política e um padre encrenqueiro”. Depois ele vai para uma outra cidade, onde teve uma experiência pouco dignificante numa igreja, a mesma igreja que todos frequentavam, e cujas lembranças o acompanhariam. Ao atingir a adolescência, muda-se para a capital, outra fase cercada de muitos obstáculos, já que ele próprio teria que dar conta de si. Então o jeito é hospedar-se na casa de parentes e tocar a vida. Simultaneamente às questões existenciais que vive, ele aspira, como todo jovem, a encontrar a oportunidade de alguma namorada. Entretanto, contido por suas inibições, pela sua forma de criação ou por restrições vindas da fé, ele vem a se deparar com verdadeiras “muralhas e barreiras” impeditivas de sua aproximação da pretendente. A tal ponto que num certo momento ele confidencia a si mesmo: “esses amores impossíveis têm pelo menos uma vantagem, que é a de gerar uma história mais longa”.
O romance é construído numa linguagem satírica, irônica, e o narrador não perde nenhuma oportunidade para gracejar sobre as situações que se desenvolvem. Outra caracte- rística do livro é que a narração é acompanhada paralelamente de toda a atmosfera que envolve não só os personagens, como o próprio narrador. Então, o mundo exterior frequentemente vem para junto da história. Este aspecto lateral do livro resulta conferindo ao texto certa condição de crônica social. As sátiras vão atingindo tudo, as religiões, a política, as ideologias, a própria vida.
A trajetória do garoto tem vários estágios a partir da cidadezinha, a outra cidade, a mudança para a capital, mais as agruras para estudar e trabalhar desde a adolescência. Sua primeira missão o leva a ter contato com numerosas pessoas; é certamente uma experiência variada, essa de visitar, conversar e vender assinatura de revistas para toda essa gente numa rua que ele elegeu como alvo de seus negócios. Tudo entretanto é muito instável e ele se vê obrigado a dar uma guinada de muitos graus em sua vida, vai para um grande empreendimento, a construção de uma enorme hidroelétrica no meio da floresta, em um grande rio, com todos os percalços que uma aventura dessas possa ensejar. Um local que passa então a atrair milhares de pessoas. E aqui ele se vê às voltas com alguns outros personagens, um certo Lavareda, um padre e um tal Leonardo. E onde veio a se envolver também com uma linda nativa da região.
Tratando-se do garoto que queria ser Deus, as questões da fé estarão necessariamente muito presentes em torno dele. Essas compulsões costumam afetar indistintamente os crentes de todos os credos. Assim, a massa de religiosos presentes nesse empreendimento – depois de um certo acontecimento ocorrido com esse rapaz – começa a se manifestar; todos passam a imaginar que o moço tenha sido alvo de uma bênção ou de um milagre. Uma das mulheres, dentre as centenas que ali habitam, pede ao padre que abençoe um objeto que estivera nas mãos do “sujeito agraciado”; em outro momento elas pedem que o “alojamento do sujeito seja transformado em oratório”; reivindicam em seguida que sua rua seja chamada “Alameda do Profeta”; agora pedem ao padre que o bispo de Belém reconheça o milagre. E assim as compulsões da fé vão se sucedendo coletivamente.
Num certo momento o narrador propõe: nossa tarefa é descobrir até onde pode chegar esse rapaz, alguém que conduz seus bons e maus agregados – herdados ou adquiridos, circunstância que lhe confere um comportamento singular.
Outro aspecto de destaque do livro é a profusão de diálogos que segue todo o texto. No episódio da prisão de um dos personagens, ao tempo da repressão militar, no encontro entre inquisidor e suspeito tem-se um diálogo notável. Por outro lado, a linguagem elaborada, acessível e agradável do livro é outra característica do texto, embora haja certas redundâncias.
Comentários de alguns leitores:
Por: Erlei
Assis Utsch, Foi uma satisfação ter lido seu último livro, “O Garoto Que Queria Ser Deus”. Já li vários e posso afirmar que este é o que mais apreciei. Dá para sentir a fina ironia ao abordar tópicos religiosos ou fazendo humor trocadilhesco com nomes e situações em toda a obra. O mais interessante foi sentir o autor colocando o leitor dentro de vários cenários, como a situação onde se percebe o interesse de um oficial-militar inquisidor na cultura do estudante interrogado; ou fazendo o leitor viver o jovem isolado num acampamento longínquo, numa usina em construção; e os envolvimentos, frustrações, crendices e sonhos desse jovem.
Por: Liuta
Suponho que o personagem Daniel seja um caso para psicólogo, pois sua trajetória não permite distinguir se suas dificuldades existenciais decorrem da forma de sua criação ou se elas vêm de sua própria personalidade. Mas é um personagem instigante, aliás personagens “normais” nunca fazem as melhores histórias.
Por: Ana
Já estou naqueles capítulos onde o personagem principal está tocando seus negócios lá na rua da “tia”. Estou com um grande pesar por ter que interromper a leitura temporariamente, pois minhas tarefas me chamam. Mas eu quero acompanhar depois a caminhada do personagem.
Por: Maria Clara
” e ele não é mais um aldeão, é muito mais que um cidadão, é um ser galáctico, talvez um galatco; todos lhe admiram até os calos dos antigos pés descalços, até os calos da língua, de tanto falar, mas especialmente os calos da linguagem, que agora conferem as suas falas um selo de qualidade”. (p.198) De quem se trata ? Mais uma curiosidade, o texto tem muitos momentos de ritmo e rimas. O autor é dado também a política ?
Por: Vera
Quando adquiri o livro, penssei que se tratava de uma obra religiosa. Mas não é, só completei a leitura porque sempre que compro um livro eu me comprometo a ler todo ele. A linguagem não é agressiva, é até elegante, mas para uma religiosa, como é o meu caso, muita coisa me doeu. Não sabia que dos livros santos era possível extrair tantas coiisas desconcertantes.
Por: Mari
As andanças do personalgem Daniel naquela rua parecem a reconstituição de um tempo. Na adolescência nossa diversão era assistir aos filmes daqueles diretores e atores citados no livro, eles ficaram em nossa memória. Achei também interessante o ambiente descrito. As pessoas tinham tempo, havia disponibilidade para longas conversas, como aquelas que o rapaz mantinha com os moradores de sua vizinhança durante a venda de suas revistas. As pessoas penetravam na vida de cada um com muito mais desenvoltura. Mas eu estranhei a insistência muito presente sobre o problema das crenças.
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Giba é técnico em sistemas de TV digital, radioamador, idealizador e administrador dos blogs CozinhaMasculina.com.br e GibaNet.com
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