Lino Tavares

 

         O Rio Grande inteiro chora o incêndio de grandes proporções ocorrido, neste final de semana, no prédio do  Mercado Público de Porto Alegre, um dos mais tradicionais da cidade. O conjunto arquitetônico, construído em estilo eclético e inaugurado em 3 de outubro de 1869, abriga estabelecimentos comerciais múltiplos, tendo uma afluência diária de público bastante elevada. Felizmente não se teve notícia de vítimas do sinistro, havendo informações de que inclusive animais foram retirados a salvo.do local. Fica localizado na Praça 15, em pleno coração da capital gaúcha, constituindo um  conjunto paisagístico que representa um dos cartões postais da cidade, confrontando com o famoso “Chalezinho da Praça”, que figura no poema “Porto Saudação”, que escrevi em homenagem ao aniversário de 240 anos de Porto Alegre, dizendo em um dos versos:Teu romantismo respira
No ‘Chalezinha da praça”
Onde o saudosismo impera
Entre uma e outra paquera
E o empinar de uma taça
(Veja aqui o poema completo: http://linotavares.blogspot.com.br/2010/03/ao-aniversario-de-porto-alegre.html)

INCÊNDIO

Possíveis causas

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Sinistros dessa ordem acontecem quase todos os dias e fazem parte da civilização humana. Mas os motivos, logicamente, nem sempre podem ser creditados ao acaso, nem a atos de  imprudência ou negligência por parte de quem não teve o devido zelo com a segurança do local sinistrado. Sabemos, à luz de fatos comprovados, que muitos incêndios são criminosas. Às vezes provocados por sentimentos menores, como a vingança, e, não raro, pelo ardil mercenário, que consiste em atear fogo no próprio patrimônio coberto por seguradora, para receber o dinheiro correspondente ao valor do prêmio, evidentemente superior ao que foi perdido em decorrência do incêndio.
Não se está afirmando aqui que foi isso o que aconteceu nesse incêndio do Mercado Pública, algo que chocou os gaúchos, ao  verem ser tragado pelas chamas um pedaço da história aquirtetônica de sua linda capital, que se debruça às margens do chamado “Rio” Guaíba, que não é exatamente um rio, mas um belo lago, formado pela junção dos rios Jacuí, Sinos, Gravataí e Caí, em cujo leito se contempla um dos mais belos por do sol do mundo. Contudo, não há como ignorar que o fato precisa ser rigorosamente investigado, haja vista ter ocorrido em local de natureza essencialmente comercial, onde o espírito lucrativo, muitas vezes confundindo com “lucratividade fácil”,  se faz presente em escala considerável. A suspeita procede, até porque existe matéria na mídia gaúcha, questionando as razões de esse  incêndio ter se propagado a tal ponto – como se ninguém visse –  mesmo tendo acontecido  em um  local de grande concentração popular, situado ao lado e  uma unidade do Corpo de Bombeiros.

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