Há pouco mais de 47 anos, em 19 de março de 1964, algo como meio milhão de paulistanos mobilizaram-se na Marcha da Família com Deus pela Liberdade, em repúdio às reformas de base anunciadas pelo então presidente João Goulart, acusadas de comunistas. Essa manifestação serviu de catalisador ao golpe de Estado de 31 de março, quando instalou-se no país uma ditadura militar politicamente alinhada aos EUA, movimento que se reproduziu em diversos países latino-americanos.
Mês passado, o presidente americano Barack Obama encerrou as cerimônias dos dez anos da tragédia de 11 de setembro com um discurso no evento Concert for Hope, realizado em Washington, onde declarou que “[as pessoas] lembrarão que vencemos a escravidão, a Guerra de Secessão, o fascismo, a recessão, revoltas, o comunismo e, sim, o terrorismo.”
Desses episódios, entre outros, cabe perguntar: era o comunismo um inimigo a ser derrotado?
A revolução russa produziu uma ordenação social onde a igualdade era levada às últimas conseqüências entre as classes populares, enquanto as elites dirigentes grassavam privilégios burgueses: todos são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros.
O regime de Fidel Castro até bem pouco tempo condenava compatriotas “traidores da revolução” ao paredón; com o embargo, muitos escaparam principalmente para os EUA, sem o direito de retornar, embora a frágil economia cubana subsista parcialmente da remessa de dinheiro dos expatriados.
No Camboja, o ditador Pol Pot promoveu, entre 1975 e 1979, o genocídio de 2 milhões de pessoas – equivalente à 25% da população do país então – durante o regime comunista radical conhecido por Khmer Vermelho.
A história evidencia que, ao mesmo tempo em que a utopia da ampla igualdade tem cativado milhões mundo afora, as experiências comunistas fizeram ampliar injustiças, cerceamento de direitos, violências de toda ordem. Líderes autocráticos usurparam o sonho da construção de um mundo melhor para fazer do próprio arbítrio, lei.
Nesses termos, o comunismo foi, então, legitimamente rejeitado, embora resista melancólico em uns poucos países. Valores como democracia, igualdade e liberdade não são mais transigíveis, e a cada dia cresce a convicção de que fundarão a sociedade que logramos: sim, um outro mundo é possível!
#ficaadica
Para ler: A Revolução dos Bichos
Desprezado por comunistas e seus opositores, essa obra-prima de George Orwell é leitura obrigatória para a compreensão da dialética das revoluções.
Para ver: Doutor Jivago
A Revolução Russa de 1917 serve de cenário para a história de amor entre Yuri Jivago, um jovem médico aristocrata e Lara Antipova, uma enfermeira plebéia.
Para ouvir: Buena Vista Social Club
Clube de dança em Havana e representantes da melhor tradição da música cubana, teve seus músicos relegados ao ostracismo pelo regime de Fidel Castro.
Tiago Marquesi é engenheiro e quer ir embora para Pasárgada – lá poderia estabelecer a Embaixada do Brasil, quando acrescentaria às suas insígnias “diplomata”.
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Alguams pessoas são “podres”. Enquanto elas forem, não tem regime perfeito. MAS, acho que não resta dúvida que os melhores países do mundo(*) não seguem o comunismo. Aquele ditado super roto de tão usado: “O mundo é o que fazemos dele” está corretíssimo.
Por isso eu, particularmente, acredito que o “melhor” regime que criamos até agora é o democrata com capitalismo onde os políticos e a sociedade lutam para manter o equílibrio e a honestidade. Democrata porque eu acho que não conseguimos contentar a todos, vamos, então, contentar a maioria. E capitalista porque eu realmente não acredito que um pesquisador sairia de casa para criar a cura de uma doença. Porque não acredito que você conseguiria comer algo quente (preparado) as 3 da manhã por um cozinheiro só porque o governo pediu para ele estar lá no restaurante a essa hora. Até quando duraria esse “regime”?
(*) Pode-se omitir a economia dos melhores países do mundo, ou seja, deixemos de lado as riquesas financeiras desses países e ainda temos países onde sua população é respeitada. Onde pessoas têm um ótimo acesso à escola, aos hospitais. Onde pessoas que trabalharam sua vida inteira são respeitadas quando querem descansar. Onde os serviços públicos funcionam. E muitas outras coisas.
http://hdr.undp.org/en/media/HDR_2010_EN_Table1_reprint.pdf
Sou contra estes Partidos comunistas que se disfarçam como democrátas.
Acredito que não demorará muito para redescobrirmos a força que temos como Homens de Bem e politicamente corretos.
Maria Marçal – Porto Alegre – RS