“Nunca antes na história deste país”, a visita de um presidente dos Estados Unidos tinha sido tão polêmica, como essa que Barack Obama fez a Brasília. Como se estivesse pisando em solo inimigo, a segurança do presidente americano usou de um rigorismo que acabou irritando ministros do país visitado. Guido Mantega (Fazenda), Edson Lobão (Minas e Energia), Aloizio Mercadante (Ciências e Tecnologia) e Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), inconformados com o fato, desistiram do Encontro de Cúpula Empresarial Brasil-Estados Unidos, deixando de assitir ao pronunciamento de Obama.
(*) Por: Lino Tavares *
Esse rigor dos agentes de segurança americanos, queiramos ou não, justifica-se de certo modo, considerando a imagem de país violento, dominado pelo crime organizado, que infelizmente temos exportado para todos os quadrantes do planeta. Vale lembrar ainda que os americanos não esqueceram o assassinato, em solo brasileiro, do capitão do exército dos Estados Unidos, Charles Rodney Chandler, em 1968, quando era estudantre bolsista em São Paulo e foi executado por terroristas de extrema esquerda, como se fosse agente da CIA, alguns dos quais hoje ocupando postos importantes no governo brasileiro.
Outro fator negativo verificado nessa visita de Obama a Brasília recai no fato de a presidente Dilma ter solicitado apoio dos Estados Unidos para a inclusão do Brasil no Conselho Permanente de Segurança da ONU, pouco tempo depois de o nosso país ter se negado a votar favoravelmente à resolução da Organização das Nações Unidas, que determinou um providencial bloqueio aéreo na Líbia, visando a salvar vidas inocentes, nos ataques das tropas do ditador Muammar Kadafi, contra os rebeldes que lutam por liberdade.
Essa postura nada feliz de nossa presidente, que praticamente arrancou um sonoro “não” do presidente americano, foi uma atitude ingênua, considerando a inoportunidade do momento para um pleito dessa natureza. Revelou falta de estatura de chefe de estado por parte de Dilma Rousseff, o que de certa forma não surpreendeu, visto tratar-se de uma cidadã exercendo a mais alta magistratura da Nação, sem antes ter ocupado sequer uma cadeira de vereadora em qualquer dos cinco mil e poucos municípios do país que dirige.
(*) Lino Tavares é jornalista diplomado, colunista na mídia gaúcha e catarinense, integrante da equipe de comentaristas do Portal Terceiro Tempo da Rede Bandeirantes de Televisão, além de poeta e compositor.
visto tratar-se de uma cidadã exercendo a mais alta magistratura da Nação, sem antes ter ocupado sequer uma cadeira de vereadora em qualquer dos cinco mil e poucos municípios do país que dirige.
IRONIA MAIOR NÃO PODERIA HAVER…