Se tenho vocação? Acho que sim. Recebo alguns feedbacks positivos que me fazem perceber que existe sentido nisso que eu faço. E o sentido é ajudar as pessoas.
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No ensino Médio, eu pensei em prestar vestibular pra Física, era uma matéria que eu me empenhava mas que não tinha absolutamente nada a ver comigo.
O primeiro vestibular que eu prestei foi pra Jornalismo. Não passei. Ainda não sabia o que queria, de fato, e mesmo quando optei por Psicologia, ainda não tinha certeza.
Foi meu segundo vestibular e eu simplesmente apostei todas as minhas fichas em passar. Minha meta era a aprovação bem mais que a realização de um sonho ou algo assim. Eu queria entrar na universidade, era isso que eu queria.
E eu não tinha condições financeiras de arcar com os custos do ensino superior, então minha única alternativa era passar numa instituição pública de ensino.
E foi isso. Eu me identifiquei com a Psicologia ao longo do percurso. Aprendi a amar essa área. E hoje essa paixão vem sendo retroalimentada com minha prática
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Como você conceitua profissionalmente a atividade da Psicologia?
R: Profissionalmente a atividade da Psicologia é essencial em todos os campos, não só o da Saúde Mental.
A Universidade me abriu a visão para as inúmeras possibilidades de atuação em Psicologia: na Educação, na Saúde, na Assistência Social, nas Políticas Públicas, etc. A sociedade, como um todo, só tende a se beneficiar com os serviços que um psicólogo pode oferecer.
Quais foram suas primeiras experiências nesse ramo de atividade humana?
R: Minhas primeiras experiências foram na Psicologia Escolar e na Psicologia Jurídica. A Escolar eu não gostei muito, não era bem o que eu esperava ou queria (talvez em outra oportunidade eu possa explicar os motivos).
Já na Psicologia Jurídica eu aprendi muitas coisas e me identifiquei. Eu pude vivenciar de fato como a Psicologia tem o poder de mudar um contexto e com isso a vida das pessoas.
De como funciona nosso sistema punitivo e como ele está a anos luz de cumprir com sua tarefa de ressocialização. Mas essa discussão seria muito prolongada, para caber aqui…
Que traços de distinção você aponta como fundamentais entre a Psicologia e a Psiquiatria?
R: Bom, a primeira diferenciação básica entre a Psicologia e a Psiquiatria é a área de formação.
O Psiquiatra é formado em Medicina. Ele é um médico que após formado se especializa em Psiquiatria. Ele está inserido na área da Saúde.
O Psicólogo é alguém que se forma em Psicologia. Psicologia, em muitas universidades, está inserida na área de Ciências Humanas (embora tenha-se questionado essa grade curricular e alegado que a Psicologia estaria na área da Saúde também).
Enfim, além dessa, temos também a diferenciação no campo de atuação.
O Psiquiatra faz prescrição de medicação.
O Psicólogo não faz. Já o psicólogo é habilitado para aplicação de instrumentos técnicos como de testes psicológicos, etc.
Essas seriam as diferenciações principais.
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Além da Faculdade de Psicologia, quais cursos afins a essa área você frequentou?
R: A graduação exigia muito, eram aulas presenciais, todos os dias, no período da tarde e parte da noite. O máximo que eu consegui fazer durante a graduação foi um curso de inglês o qual não concluí, o que aliás me arrependo.
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De que forma e onde você coloca em prática seu trabalho inerente à formação universitária?
R: Atualmente eu atuo como Psicóloga Clínica e é nos meus atendimentos clínicos que boto em prática os conhecimentos adquiridos, mas a verdade é que somente a formação profissional não garante uma boa prática, por isso a importância da formação continuada.
Todos os dias eu aprendo coisas novas na clínica. Sou curiosa e quero prestar um bom trabalho, então busco me atualizar de forma constante. Tô sempre voltando aos livros e recorrendo à Internet para tirar alguma dúvida sobre alguma demanda. Para saber um pouco mais, para recordar do que aprendi. Enfim, para ir me tornando uma profissional melhor.
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Como tem sido sua atuação profissional nesses tempos difíceis da Pandemia?
R: Durante a Pandemia houve um crescimento na busca pelos meus serviços. Principalmente no que se refere aos transtornos mentais comuns: depressão e ansiedade.
Esses tiveram um aumento de incidência, não que eles já não existissem antes da Pandemia e sim que foram evidenciados a partir dela. Nunca se falou tanto sobre a importância dos cuidados com a Saúde Mental.
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Que experiências você considera mais importantes adquiridas na Universidade do Piauí?
R: A Universidade do Piauí me fez sair da minha zona de conforto, em vários aspectos.
Tanto por ter que sair da minha cidade natal para viver em outra, como por me apresentar visões de mundo totalmente distintas que me fizeram questionar as certezas que eu achei que tivesse na vida.
Aprendi a colocar as coisas em perspectivas e relativizar mais. Nada é absoluto. Nenhum conhecimento. Nenhum fenômeno. Aprendi principalmente a ter mais humildade. Minha arrogância acadêmica foi destruída para que eu desse espaço para ouvir mais e aprender mais com todas as pessoas.
Desde os doutores palestrantes à senhorinha que vende bombons nos corredores. Todos têm muito a nos ensinar, pois conhecimento não se dá só no campo científico.
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Você atua ou pretende atuar como docente na área da Psicologia ou em outra qualquer?
R: Se pretendo atuar como docente? Sim. Esse sempre foi o objetivo. O Mestrado, por exemplo, foi um caminho pra isso. A clínica não era minha pretensão até que surgiu a oportunidade e eu gostei. A docência ainda continua fazendo parte do plano, mas foi adiado, assim como o doutorado como etapa necessária.
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Possui alguma vocação paralela ligada ao mundo das artes, tais como música, pintura, teatro, etc?
R: Não acho que seja uma vocação, mas eu gosto de escrever. O sonho de criança era ser escritora. Talvez eu dê mais importância e atenção para isso um dia, sempre estive adiando essa parte, como muitas outras coisas, mas um dia, quem sabe…
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Que mais você gostaria de acrescentar aqui, além do que foi perguntado?
R: A maternidade. Eu gostaria de acrescentar a maternidade como uma parte fundamental na minha vida. E de como ela é importante na busca dos meus objetivos profissionais. Meus filhos são minha motivação.
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Bate-Bola com Greyce Kelly Cruz
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Gratidão? Sou grata a todas as pessoas com as quais eu aprendi algo na vida.
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Doce lembrança? Doce lembrança da minha vó, sorrindo, montando a árvore de Natal, fazendo enfeites, decorando a casa, cheia de alegria por reunir a todos.
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Amigo (a) de fé? Eu tenho uma amiga que sempre me escuta e sempre cuidou de mim, desde que nasci. É como uma mãe. É uma pessoa altruísta que me faz ter fé na bondade das pessoas.
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Deus? Deus é energia. Deus é energia, é força vital.
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Religião? Religião é o religare. É o ato de buscar a religação com Deus, embora os homens a tenham desvirtuado.
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Superstição? Não sou uma pessoa supersticiosa. Mas desviro o chinelo se ele estiver invertido.
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Cor preferida? Preto é a cor que me deixa confiante, por isso é a minha preferida.
Número de sorte? Meu número da sorte é 1. Eu sempre gosto de tudo que é novidade, tudo que é a primeira vez. Gosto de inaugurar coisas novas. Não tenho medo de mudar.
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Prato preferido? Meu prato preferido é churrasco.
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Principal hobby? Escrever é um hobby. Não tenho praticado tanto quanto gostaria. Mas é algo que me ajuda a elaborar minhas emoções.
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Clube do coração? Torço pelo Grêmio, é uma história engraçada o que me levou a torcer por um time gaúcho sendo daqui. Outra hora espero ter oportunidade de contá-la.
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Sonho realizado? Me tornei mãe. Não era parte dos meus planos, mas aconteceu e eu sou grata por ter tido essa oportunidade. Descobri coisas sobre mim que eu não teria descoberto de outra forma. Então mesmo que não tenha sido inicialmente um sonho, acabou se tornando algo nesse sentido. Eu queria ser feliz. Ainda tô buscando isso.
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Sonho a realizar? Quero ter uma casa e morar perto da natureza. Ensinar o que eu sei. Fazer algo que tenha um sentido, não somente pra minha vida. E quero ver meus filhos se tornando aquilo que eles têm potencial pra ser. Esse é meu sonho a ser realizado.
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Gênero musical? Eu escuto de tudo e me movimento com todo tipo de ritmo. Gosto de dançar, então qualquer música pra mim, dependendo do momento, é boa. Agora, pra escutar, eu prefiro MPB.
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Filme? O Auto da Compadecida. Melhor filme de todos os tempos. E somente minha opinião importa, kkk.
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Melhor livro? Dom Quixote.
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Viagem inesquecível? Todas as que eu fazia para o interior dos meus avós. Com toda família junto. Lá dentro do mato.
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País? País: queria dizer o Brasil, mas na atual conjuntura, não tem como.
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Personalidade nacional? Personalidade nacional: Fernanda Montenegro. Acho ela a melhor atriz que eu já vi.
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Personalidade internacional? Personalidade internacional? Admiro a Malala Yousafzai pela coragem de lutar por seus ideais, mesmo que isso coloque em risco a própria vida. Uma vez li ou ouvi em certo lugar que você deve escolher uma verdade pela qual valha a pena viver ou morrer por ela. Acho que é isso que ela faz.
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Cantor ou cantora? Gosto do Oswaldo Montenegro. Acho as canções que ele compõe belíssimas.
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Projetos? Meu projeto: ser uma boa mãe, um ser humano decente e uma profissional competente. Por ora é só.
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