Lino Tavares
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Este país hoje desmoralizado perante o mundo, pelo acúmulo de ladrões que ascenderam ao poder após o “Governo Militar”, está nitidamente dividido entre duas castas bem distintas, sendo uma representada pelas instituições públicas, minadas de corruptos e ladrões, que se locupletam com mordomias e altos salários advindos da legislação em causa própria; outra representada pela população economicamente ativa, que paga escorchantes impostos para sustentar os parasitas da coisa pública, que quase nada fazem com os montantes bilionários arrecadados, em benefício da população, hoje entregue à própria sorte no tocante aos serviços públicos essenciais. Dois fatores que atestam com eloquência essa disparidade entre o poder quase absolutista sob o qual vivemos e o povo abandonado configuram-se com muita clareza nas questões relacionadas aos itens de fiscalização e segurança.
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No primeiro, observa-se que neste país só existem agentes públicos para fiscalizar aquilo que representa arrecadação de tributos, tais como os da Receita Federal, que enquadram contribuintes na “malha fina”, até por erros insignificantes na declaração de renda, mas jamais se dignaram explicar de onde saíram os montantes bilionários aparecidos nas contas dos ladrões enquadrados na Operação Lava Jato, mesmo estando claro aos olhos de todos que nunca tiveram renda compatível com tais riquezas financeiras e patrimoniais. No que diz respeito à questão segurança, a situação nitidamente favorável aos mandarins do poder constituído e criminosamente desfavorável à população como um todo é gritante, chegando às rais do repulsivo. Enquanto cidadãos do bem, proibidos de portar arma de defesa pessoal, são chacinados por bandidos armados, desfrutando de liberdade pelo beneplácito da impunidade, um condenado em segunda instância, como Luiz Inácio Lula da Silva, continua à solta e protegido por esquema de segurança custeado com o dinheiro público, pelo fato de ser ex-presidente da República, cujo tesouro assaltou através dos esquemas de propinas decorrentes de obras superfaturadas da maior empresa estatal do Brasil.
Os privilégios inaceitáveis da turma do poder não são diferente nas leis de trânsito, que contemplam instituições públicas com as tais “áreas de segurança”, que na maioria dos casos nada mais são do que estacionamento privativo de seus funcionários na via pública, que deveria ser preservada como um espaço de uso coletivo, em consonância com o preceito “todos são iguais perante a lei”, existente na Constituição Federal.
A respeito desse assunto, quero manifestar aqui o meu repúdio à má notícia que recebi de um amigo, em meu apartamento de Laguna-SC onde me encontro veraneando, informando que o trecho de estacionamento em frente à minha residência, em Alegrete, acaba de ser demarcado como “área de segurança”, tornando-se proibitivo por parte de motoristas comuns, pela singela razão de se achar localizado em frente ao quartel da Brigada Militar, zona central da cidade. Os meus filhos e e amigos, bem como os de meus vizinhos, a partir de agora, quando nos visitarem de automóvel não terão mais como deixar seus carros estacionados na frente de nossas casas, uma vez que aquilo que era um direito de todos passou a ser um direito de poucos, aliás poucos policiais militares, diga-se de passagem, que de longa data não mais correspondem ao contingente mínimo necessário para garantir segurança compatível com um município de quase cem mil habitantes como Alegrete, localizado a mais de 200 quilômetros do 2ºRPMon, de Livramento, ao qual o Esquadrão alegretense se acha subordinado.
“Resumo da ópera”. O poder público preocupa-se mais com a segurança dos órgão de segurança do que com a da população que deles depende para se sentir minimamente segura.
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O privilégio dos brigadianos , certamente só oficiais, para estacionarem com seus carros particulares,no espaço que deveria ser reservado para o cidadão quando necessitar pedir alguma forma de ajuda ou segurança no quartel.
Na foto, o privilégio dos brigadianos , certamente só oficiais, para estacionarem com seus carros particulares,no espaço que deveria ser reservado para o cidadão quando necessitar pedir alguma forma de ajuda ou segurança no quartel.