Aécio Cesar

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Em um velório, como se devem comportar parentes e amigos? No meu acanhado raciocínio a respeito, existem velórios e velórios. Em um, poderemos encontrar o desespero de familiares que não aceitam a perda do ente querido. São aqueles que acreditam nunca mais poder revê-lo novamente. Com isso, choro e escândalo em demasia, afetam, sem o saberem, o moribundo que partiu cumprindo, assim, a sua passagem de lutas e aprendizado; em outro, encontraremos aqueles amigos mais afoitos que aproveitam o reencontro de amigos, para relembrarem, maldosamente, certas passagens qual ocorridas, que nestes ambientes se espera o respeito e a consideração da hora.

O Velório I 1

É o que aconteceu no velório de Dimas e no qual André Luiz vem nos relatar no livro: “Obreiros da Vida Eterna”, pela mediunidade do médium Chico Xavier. Vejamos: “Lamentavelmente, porém – tornou Fabriciano -, nossos irmãos encarnados não possuem a chave de reais conhecimentos para organizar ação adequada a esta hora”. Aproveitando o tema, quero relatar o que aconteceu em um velório de uma grande amiga que partiu o qual estive presente. Quando cheguei ao local, havia muita gente que teve um contato direto ou não com a falecida. Notei, que em cada canto da sala mortuária tinha grupinhos de pessoas que ali mesmo contava aventuras ou acontecimentos ocorridos como se estivessem em um barzinho. Poucas eram as pessoas que derramavam lágrimas da ausência que faria a amiga em decesso. Na grande maioria conversas ensurdecedoras ecoavam no ambiente propício à prece e pedidos de acolhimento à Espiritualidade Amiga que com certeza ali também se encontrava presente. Mesmo o espírito dessa amiga não estivesse presente ao próprio velório, encontrando-se, pois, em profundo sono em sua residência nos braços da família que a precedera, acolhendo-a com demasiado carinho, recebia, ela, em grandes quantidades, choques magnéticos provindos das lembranças que faziam em alaridos festivos. Eram verdadeiras descargas elétricas que ela recebia por não terem o devido respeito dos amigos e familiares nestes momentos de reflexão, os quais eram quase todos espíritas. Quase no momento do enterro – o qual não participei –, mas fiquei sabendo, que os últimos laços que a prendia neste mundo, foram cortados por um benfeitor de sua mais alta estima. E lá se foi uma amiga querida se juntar à sua grande família que aguardava sua última componente.

Voltando a André Luiz que também narrava o acontecido no velório de Dimas, temos algumas considerações a fazer. “A poucos passos, todavia, davam-se asas ao anedotário vibrante, em torno do amigo em trânsito para o “outro mundo””. É o que mais acontece. Senti isso na pele. Saí do velório passando mal por entidades outras que se aproximaram, atraídas pelas conversações fora de hora. Mas como o Pai é Magnânimo, impediu assim que a nossa irmã recebesse mais petardos nocivos, isolando-a daquela reunião nada modesta. O nosso dia chegará com certeza e sentiremos também na pele o resultado desta invigilância e falta de compostura nestes momentos de dor. No meu caso, quero, estritamente ser cremado. Estou certo Leitor Amigo?

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