Existem pessoas que confundem seleção com discriminação. Acham que exigir pressupostos individuais para a ocupação de determinados espaços é uma atitude discriminatória em relação ao ser humano. Talvez, em razão desse equívoco, que não raro é pura expressão de demagogia, o exercício dos cargos de natureza política – sumamente influentes na vida de todos os cidadãos – dispensam de quem se propõe a ocupá-los, através da via eleitoral, nível mínimo de escolaridade, bastando para tanto não ser completamente analfabeto.
A meu ver, isso configura uma aberração do sistema eleitoral, representando uma porta aberta à inversão de valores no exercício da coisa pública. Para ter uma ideia disso, basta atentar para o fato de que o nível cultural do ex-presidente Lula, que esteve à frente da chefia da nação ao longo de oito anos, é inferior ao de todos os funcionários de carreira do Poder Executivo, inclusive ao do mais modesto desses servidores, que para prestar concurso no sentido de ingressar no serviço público teve que comprovar um nível de escolaridade que Lula não tem.
Se essa anomalia funcional se justificasse na essência, representando lídima expressão de democracia, teria que se estender a todas as outras áreas do serviço público. Como justificar, por exemplo, que para prestar concurso de faxineiro do Palácio do Planalto torna-se indispensável provar grau mínimo de escolaridade, enquanto para sentar no trono desse mesmo Palácio, a fim de exercer o cargo mais importante da nação, não é exigido possuir, sequer o ensino básico fundamental completo ?
Por discordar dessa absurdo, a meu ver uma das razões de tantos desmandos nos cargos de natureza política, tenho repetido , com muito orgulho, que sou eleitor há mais de quatro décadas e nunca votei em ninguém. Eu não me sentiria em paz com a minha consciência, se compactuasse, pelo exercício do voto, com essa forma esdrúxula de abrir espaço nas mais altas esferas do poder a quem interessar possar, sem um mínimo de contrapartida, no que tange à nível intelectual, prova de sanidade mental e – por que não dizer ?
– honorabilidade, já que essa história de “ficha limpa” não passa de “conversa para boi dormir”.
Para que essas colocações não fiquem apenas no terreno da mera opinião pessoal, sendo encaradas como um exagero, um excesso de rigorismo de minha parte, convido o leitor a assistir e ouvir o vídeo agregado a esse artigo, para, depois das gargalhadas que certamente dará, meditar profundamente acerca da questão, dando-me – quem sabe – pelo menos cinquenta por cento de razão em relação à tese aqui defendida.
Agradeço o apreço e o voto de confiança. Somos todos soldados, lutando coma as armas que temos por um Brasil melhor, mais justo e menos assaltado no seu vulnerável erário. Abraços, amigo Adão Ghisio.
Amigo Lino. Recebo teus email através de um amigo. Meus parabéns pelas tuas publicações. Aprecio-as e repasso aos meus amigos. Adão