Brasileiros desconhecem impacto do tabagismo e da obesidade como risco para câncer renal
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Pesquisa realizada pelo IBOPE Inteligência revela falta de informação da população sobre desenvolvimento do tumor de rim
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O câncer de rim é o tumor urológico que mais causa mortes no País1, com grande parte dos diagnósticos ocorrendo nas fases mais avançadas da doença². E a falta de informação da sociedade sobre o problema acaba por potencializar esse cenário preocupante. Em geral, grandes parcelas da população expressam um forte desconhecimento sobre o impacto dos hábitos de vida para o risco de desenvolver o tumor, entre eles o sedentarismo e o tabagismo3. Essas são algumas das conclusões de uma pesquisa inédita sobre o tema, aplicada pelo Ibope Inteligência em diferentes regiões do País.
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O novo levantamento, intitulado A percepção do brasileiro sobre o câncer de rim: prevenção, diagnóstico e tratamento, ouviu 2 mil entrevistados a partir dos 18 anos de idade, em uma força-tarefa pela busca de informações que reuniu a Pfizer, o Instituto Oncoguia e o Instituto Vencer o Câncer, considerando as regiões metropolitanas de Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba. Em São Paulo, a amostra foi colhida na capital.
Destaca-se no levantamento a desinformação sobre o sedentarismo e a obesidade: quase metade da amostra (47%) não sabe ou considera falsa a relação entre o comportamento sedentário e a doença. Essa crença tende a ser maior entre os idosos, justamente a faixa etária mais acometida por esse tumor: mais da metade dos entrevistados (54%) com mais de 55 anos não faz essa associação, como mostra a tabela abaixo.
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Verdadeira ou falsa: O sedentarismo aumenta o risco de uma pessoa ter câncer de rim | ||||||
RESPOSTAS | TOTAL | 18 a 24 | 25 a 34 | 35 a 44 | 45 a 54 | 55 e mais |
Verdadeira | 52% | 53% | 53% | 58% | 49% | 46% |
Falsa | 12% | 15% | 10% | 9% | 16% | 15% |
Não sabe | 35% | 32% | 37% | 33% | 35% | 39% |
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Além disso, 43% da amostra não sabe responder ou acredita que não existe nenhuma relação entre o peso corporal e o risco de ter câncer, porcentagem que também aumenta para 1 em cada 2 idosos (50%). Há, ainda, 16% dos entrevistados que acreditam no mito de que o excesso de peso aumenta o risco apenas dos tumores ligados ao aparelho digestivo, como é o caso do câncer de estômago, como indica o quadro abaixo. Por outro lado, grande parte dos brasileiros consultados (76%) acredita que beber pelo menos dois litros de água por dia ajuda a prevenir o câncer de rim, o que é um mito, embora a medida seja benéfica para a saúde dos rins em geral.
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Pelo que você sabe, existe alguma relação entre o peso de uma pessoa e o risco de ter câncer? | ||||||
RESPOSTAS | TOTAL | 18 a 24 | 25 a 34 | 35 a 44 | 45 a 54 | 55 e mais |
Depende do tipo de câncer: o excesso de peso aumenta o risco apenas dos tumores ligados ao aparelho digestivo, como é o caso do câncer de estômago | 16% | 23% | 16% | 14% | 15% | 12% |
A obesidade aumenta o risco de câncer para muitos tumores que não estão diretamente ligados ao sistema digestivo: o câncer de rim é um exemplo | 40% | 36% | 41% | 43% | 38% | 37% |
Pessoas que estão abaixo do peso saudável correm risco maior de ter câncer | 1% | 1% | 1% | 1% | 3% | 1% |
Não existe nenhuma relação entre o peso da pessoa e o risco de ter câncer | 19% | 16% | 19% | 16% | 21% | 26% |
Não sabe | 24% | 24% | 22% | 25% | 23% | 24% |
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Dúvidas sobre a influência do tabagismo também constituem pontos de atenção evidenciados pela pesquisa. O cigarro é relacionado apenas ao câncer de pulmão por 1 em cada 3 jovens entrevistados (33%), mesmo sendo um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento do tumor renal.
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Qual é sua opinião sobre a relação entre o câncer e o hábito de fumar? | ||||||
RESPOSTAS | TOTAL | 18 a 24 | 25 a 34 | 35 a 44 | 45 a 54 | 55 e mais |
Não tem certeza se existe relação entre fumar e ter qualquer tipo de câncer | 3% | 2% | 4% | 3% | 2% | 5% |
O cigarro é um fator de risco importante apenas para o câncer de pulmão | 25% | 33% | 23% | 20% | 25% | 26% |
Se a pessoa já tem casos de câncer na família, não fumar não vai ajudar a diminuir o risco que ela tem de adoecer também | 9% | 11% | 10% | 10% | 6% | 8% |
O cigarro também é o principal fator de risco para tumores que não estão localizados no pulmão, como câncer de rim e câncer de bexiga | 50% | 42% | 51% | 54% | 54% | 45% |
Muita gente fuma e não desenvolve câncer, por isso não está convencido de que o cigarro aumenta de verdade o risco de ter a doença | 5% | 5% | 5% | 4% | 4% | 8% |
Não sabe | 8% | 8% | 7% | 9% | 8% | 7% |
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“Apesar de a hereditariedade também ser um motivo a ser considerado, estima-se que cerca de metade dos tumores renais poderia ser evitada com a eliminação de fatores de risco comuns, como o excesso de peso e o tabagismo4”, afirma a diretora médica da Pfizer, Márjori Dulcine.
O desconhecimento dos fatores de risco pode refletir o fato de que a doença ainda é pouco abordada. A pesquisa mostra que o câncer de rim é o tumor sobre o qual as pessoas têm menos informação, sendo citado apenas por 3% dos entrevistados. Entre a faixa etária de 45 a 54 anos de idade, sob maior risco em relação aos mais jovens, a falta de conhecimento é ainda maior: apenas 1% da amostra relatou saber sobre a doença.
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Quais os tipos de câncer abaixo você mais tem informação? | ||||||
RESPOSTAS | TOTAL | 18 a 24 | 25 a 34 | 35 a 44 | 45 a 54 | 55 e mais |
Câncer de mama | 71% | 71% | 76% | 72% | 67% | 68% |
Câncer de pulmão | 29% | 39% | 28% | 26% | 27% | 25% |
Câncer de pele | 48% | 50% | 49% | 46% | 47% | 45% |
Câncer de tireoide | 7% | 7% | 8% | 10% | 6% | 4% |
Câncer de rim | 3% | 5% | 4% | 3% | 1% | 3% |
Câncer de próstata | 41% | 30% | 35% | 41% | 47% | 54% |
Não tem informações/ Não conhece nenhum | 16% | 17% | 15% | 17% | 17% | 15% |
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De modo geral, 1 a cada 5 brasileiros relatou nunca nem sequer ter pensado sobre a saúde dos rins e apenas 17% afirmaram já ter conversado com um especialista sobre o assunto, como demonstra o quadro abaixo. Esse desconhecimento é ainda maior entre os homens, que constituem o principal grupo de risco.
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Pensando sobre a saúde dos rins, qual é a alternativa que melhor define o seu comportamento? | |||
RESPOSTAS | TOTAL | SEXO | |
MAS | FEM | ||
A saúde dos rins é um tema de saúde muito específico e não vejo motivo para me preocupar com isso agora porque eu nunca tive doenças renais | 6% | 7% | 6% |
Eu me preocupo com a saúde dos rins, mas ainda não tive contato com nenhuma informação sobre esse assunto | 28% | 30% | 27% |
Até o momento, eu ainda não havia pensado sobre esse assunto | 20% | 20% | 20% |
Eu já me informei sobre as medidas mais importantes para cuidar da saúde dos rins, mas nunca falei com meu médico sobre isso | 28% | 26% | 30% |
Eu sei como cuidar da saúde dos rins pois já conversei com o meu médico a respeito disso | 17% | 18% | 17% |
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Em outro aspecto, há também confusão sobre os principais grupos de risco: 67% dos entrevistados disseram não saber ou considerar verdadeira a informação de que o câncer de rim acometeria mais o sexo feminino. A literatura médica aponta a prevalência de cerca de um caso a cada 46 homens, ao passo que nas mulheres a taxa é de uma a cada 825.
A pesquisa também mostra que grande parte dos respondentes não sabe identificar sintomas importantes de problemas nos rins, como a percepção de um volume diferente no abdômen (86%), conforme indica a tabela a seguir:
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Quais dos sintomas abaixo levariam você a procurar um médico para investigar a saúde dos rins? | |||
RESPOSTAS | TOTAL | SEXO | |
MAS | FEM | ||
Alterações na cor da urina | 35% | 36% | 35% |
Dor ao urinar | 58% | 60% | 56% |
Alterações no odor (cheiro) da urina | 25% | 23% | 27% |
Dor persistente na região lombar | 36% | 34% | 37% |
Presença de sangue na urina | 68% | 68% | 69% |
Inchaço nas pernas | 17% | 16% | 17% |
Perda de peso não intencional (sem fazer dieta) | 13% | 13% | 13% |
Perceber um volume diferente no abdômen | 14% | 12% | 16% |
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“O cenário reforça a importância do diálogo sobre o assunto com a sociedade, em especial, para promover maior conhecimento sobre os sintomas do câncer de rim, já que a desinformação dificulta a adoção de medidas preventivas e o diagnóstico precoce do tumor”, complementa Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia. Atualmente, cerca 20% a 30% dos pacientes com câncer renal são diagnosticados pela primeira vez já em estágio avançado2.
A busca por um médico especializado na saúde dos rins também é essencial para um diagnóstico mais preciso e rápido, mas pequena parcela da amostra demonstra conhecimento sobre os especialistas em saúde renal:
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Na hora de cuidar da saúde dos rins, qual é a especialidade médica que você pensaria em procurar? | |||
RESPOSTAS | TOTAL | SEXO | |
MAS | FEM | ||
Clínico geral | 20% | 18% | 22% |
Urologista | 25% | 28% | 22% |
Gastroenterologista | 4% | 5% | 3% |
Endocrinologista | 4% | 5% | 4% |
Nefrologista | 35% | 33% | 36% |
Outro | 0% | 0% | 0% |
Não sabe qual médico buscar | 12% | 12% | 11% |
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Metástase e tratamento
Atualmente, aproximadamente um terço dos pacientes já apresenta a doença metastática no momento do diagnóstico6. Mas, ao contrário do que 35% dos entrevistados acreditam, a doença tem tratamento, mesmo nas fases avançadas. “Ter metástase vem adquirindo um novo significado. Hoje, além de procedimentos cirúrgicos, quem tem câncer de rim conta com um leque de terapias medicamentosas que agem diretamente no controle da progressão do tumor, melhorando a qualidade de vida e o prognóstico”, explica Fernando Maluf, oncologista e fundador do Instituto Vencer o Câncer.
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Pelo que você sabe sobre o tratamento do câncer de rim, você diria que… | ||||||
RESPOSTAS | TOTAL | 18 a 24 | 25 a 34 | 35 a 44 | 45 a 54 | 55 e mais |
Não existe tratamento para câncer de rim | 2% | 3% | 1% | 1% | 2% | 1% |
É possível tratar nas fases iniciais da doença, mas não há tratamento quando o tumor se espalha pelo corpo | 33% | 31% | 29% | 36% | 32% | 38% |
Só é possível tratar a doença com quimioterapia | 6% | 9% | 6% | 6% | 6% | 4% |
Existem diferentes tipos de medicamentos para tratar a doença, inclusive medicamentos de uso oral | 22% | 18% | 23% | 22% | 24% | 24% |
Não sabe | 37% | 39% | 41% | 36% | 36% | 33% |
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REFERÊNCIAS
- Barbosa GS, Lima R, Guimarães RM. Série histórica de mortalidade por neoplasias renais no Brasil (1996-2010). Cad saúde colet, 2010; 20:537-40
- Ljungberg B, Campbell S and Cho H. The Epidemiology of renal cell carcinoma. European Urology. 2011;60:615-621.
- MINISTÉRIO DA SAÚDE. Vigitel Brasil 2018 – Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico. Disponível para acesso em: <https://portalarquivos2. saude.gov.br/images/pdf/2019/julho/25/vigitel-brasil-2018.pdf>.
- AMERICAN CANCER SOCIETY. Cancer Facts & Figures 2020. Disponível para acesso em: <https://www.cancer.org/content/dam/cancer-org/research/cancer-facts-and-statistics/annual-cancer- facts-and-figures/2020/cancer-facts-and-figures-2020.pdf>.
- American Cancer Society. Key Statistics About Kidney Cancer 2020. Disponível para acesso em: <https://www.cancer.org/cancer/kidney-cancer/about/key-statistics.html>.
- B. Ljungberg, N. Cowan, D.C. Hanbury, M. Hora, M.A. Kuczyk, A.S. Merseburger, P.F.A. Mulders, J-J. Patard, I.C. Sinescu Eur Urol 2001 Set; 40(3):252-5. Eur Urol 2007 Jun; 51(6):1502-10.
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Grandes Avanços que Mudam as Vidas dos Pacientes
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