Lino Tavares
A pior forma de perseguição à imprensa não é aquela que fecha jornais, revistas e emissoras de rádio e televisão. É a que impõe aos veículos de comunicação de massa a maneira como devem se portar diante dos fatos, tornando-os unilateralmente identificados com o poder que os aviltou. Liberdade de imprensa não é apenas o direito de explorar comercialmente um canal de emissora ou uma redação de jornal. Bem mais do que isso, é ter o controle editorial da empresa de comunicação, com total independência para torná-la fiel porta-voz dos acontecimentos, por mais desalentadores que possam parecer para os interesses dos que governam e dos que são governados. Se é correto dizer que “a lei é dura, mas é a lei”, não menos legítimo é afirmar que, “por mais cruel que possa parecer, a verdade deve estar acima de tudo”.
Na deplorável realidade política vivida hoje no Brasil, estamos diante de uma “mídia de mãos amarradas”, em que a cooptação escancarada salta aos olhos de qualquer um, expressa em programas televisivos de toda natureza, trazendo, não raro, em seus conteúdos jornalísticos e dramatúrgicos propaganda de governo sub-reptícia, como uma certa estrelinha que aparecia numa porta de cenário da novela “Avenida Brasil”, da Globo, e que vai continuar aparecendo em “Salve Jorge”, a nova novela das nove, estampada na bandeira da Turquia. Nem preciso dizer qual é o “papel principal” da “estrela solitária” em nossa atualidade político, porque certamente ninguém vai imaginar que eu esteja me referindo ao símbolo do Botafogo.
É público e notório, com comentários correndo na Internet, que vêm acontecendo fatos estranhos em nossa principal rede de televisão. É claro que, alheios aos bastidores da emissora, não dispomos de elementos para afirmar taxativamente como e por que eles acontecem, mas, como telespectadores, nos reservamos o direito de exteriorizar nossa estranheza, já que tais fatos, à primeira vista, não têm deixado margem a justificativas, no mínimo, razoáveis.
Apenas para citar um, trago à tona uma ausência que vem sendo notada na programação humorística da Rede Globo, que mantém fora do ar um dos mais apreciados programas do gênero, tido por críticos do assunto como o mais inteligente da televisão brasileira. É fácil perceber que me refiiro ao “Casseta & Planeta, que “tomou um chá de sumiço”, cuja razão talvez encontre explicação nessas declarações de Marcelo Madureira, um de seus principais comediantes, contidas no vídeo a seguir. Pode até esse desabafo indignado do Marcelo nada ter ver com esse recesso da “Turma do Casseta”. Mas que deixa margem para suspeição nesse sentido, isso ninguém pode negar.
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Lino Tavares é jornalista diplomado, colunista na mídia gaúcha e catarinense, integrante da equipe de comentaristas do Portal Terceiro Tempo da Rede Bandeirantes de Televisão, além de poeta e compositor
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