Dia desses tomei um cafezinho com um amigo.

Ambos divorciados e soltos nessa amizade descomprometida.

A conversa flui melhor quando não há envolvimento … Serve para corrigirmos atitudes espelhados na experiência do outro.

Descobre-se que nesse mundo dos separados há uma gama de pessoas que não querem comprometimento…adoram essa vida sem comando, sem divisão da privacidade que acostumaram a ter.

Mas por que então muitos dizem sonhar em andar de mãos dadas com o amor se, na prática, o tratam com tanta indiferença, quase como um carrinho de compras no supermercado?

Meu amigo me deu sua opinião: é fértil o terreno da oferta.

Homens e mulheres se entregam em demasia aos encontros tão rápidos quanto um “olá”. O nome não tem mais importância … o e-mail, celular e Facebook substituíram a exclusividade.

Queres Mesmo se Envolver?
Queres Mesmo se Envolver?

Não há tempo de buscar as estrelas…

Pessoas que afirmam desejar se envolver, no fundo, se escondem numa lista de exigências e não fazem questão alguma que alguém a desvende.

Com raras exceções, primeiramente, vasculham e testam o produto sem interesse de verificar sua qualidade, sua origem porque tudo começa e termina na frivolidade.

Não se faz mais questão de se comprometer…

Escolhe-se o que está à frente e se não gostar, troca-se por outro(a).

Tentei argumentar com meu amigo naquela visão mais sonhadora, mas construída na verdade dos sentimentos, onde “mãos dadas” significa realmente “mãos dadas com o amor a dois”.

Percebi que minhas palavras geraram um sorrisinho como quem diz:

– Não se iluda!

E tem culpados?

– Obviamente! A culpa é do credo às palavras, onde não há imputação de multa se mentir…

Não existe penalidade para quem utiliza as armas da ilusão.

Se envolver com alguém não trás mais o selo do comprometimento.

Se acontecer, ótimo!
Se não, paciência…

Como nas eleições, o ato de se envolver comporta três opções:

Podemos ‘votar’ EM BRANCO… ANULAR OU CONFIRMAR.

Tudo democraticamente decidido por ambas as partes.

Amores Estranhos

Sinto muito tenho que ir embora
Mas eu sabia que era uma mentira
Quanto tempo perdido atrás dele
Que promete mas nunca muda
Amores estranhos põe em problemas
Mas na realidade, somos nós
E você o espera num telefonema
Brigando para que esteja livre
Com o coração no estômago
Encolhido no canto
Sozinha ali, dentro um calafrio
Mas por que ele não está
E são amores estranhos que
Fazem crescer e sorrir
Entre as lágrimas
Quanta páginas a serem escritas,
Sonhos e marcas a serem divididas
São amores que freqüentemente nesta idade
Se confundem dentro dessa alma
Que se questiona sem decidir
Se é um amor que serve para nós
E quanta noites perdidas chorando
Relendo aquelas cartas
Que não consegues mais jogar fora
Do labirinto da saudade
Grandes amores que acabam
Mas por que permanecem no coração
Estranhos amores que vão e vêm
Nos pensamentos que o escondem
Verdadeiras histórias que nos pertencem
Mas se deixam como nós
Amores estranhos amores frágeis
Prisioneiros, livres
Amores estranhos põe em problemas
Mas em realidade, somos nós
Amores estranhos frágeis
Prisioneiros, livres……
Amores estranhos que não sabem viver
E se perdem dentro de nós
Me desculpe tenho que ir embora
Desta vez eu prometi a mim
Porque eu quero um amor verdadeiro
Sem você

Maria Marçal – “Papo cabeça”

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