Maria Marçal

Solidão

SOLIDÃO

Não és nossa inimiga, embora existam momentos que a consideramos vilã nas histórias que escolhemos viver.
Esse sentimento, aparentemente tão mesquinho porque se nutre do encolhimento, da reserva, pode, passado um tempo, evoluir para outro entendimento, buscando dar a solidão um novo rosto, contemplando com mais leveza esse trilhar momentaneamente sozinho.
Confeitar o bolo… eis a receita para sabermos conviver com esses momentos tão intimistas.
Desviar a atenção sobre nós mesmos transformando nossos ‘motivos sérios’ em solidariedade a quem precisa de nós é a maneira mais eficaz de dizer:
– A minha/nossa solidão não é exclusiva.
Uma feição mais doce a essa agenda imperfeita pode ser sinal de que ainda há tempo de olhar o próximo alertando que a vida exige uma espiadinha para o lado de fora.

Maria Marçal – Gostoso estar pronta para ‘voltar’

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