Eu não vou cometer o ridículo de tentar descrever nesta crônica quem foi e o que representou Silvio Santos no universo da Comunicação social

Lino Tavares

Afinal, todas as pessoas, da mais humilde à mais bem aquinhoada, sabem avaliar a grandiosidade ímpar desse monstro sagrado da televisão, conhecimento este que só se tornou viável porque, no seu relacionamento interpessoal, tanto com um simples trabalhador doméstico quanto com a mais alta autoridade do país, Sílvio jamais se sentiu acima do seu interlocutor.

Com ele, o diálogo era olho no olho, quer estivesse conversando com adulto, criança, velho, jovem, pobre, rico, letrado ou analfabeto. Ele representava o maior traço de distinção conotativa entre os termos popularidade e populismo. Criou o próprio canal de televisão não por se sentir superior a seus colegas comunicadores, mas porque já não cabia mais nos canais em que atuava, posto que não era um simples apresentador de TV, mas um ícone abrangente da televisão como um todo.

 

Eu não vou cometer o ridículo de tentar descrever nesta crônica quem foi e o que representou Silvio Santos no universo da Comunicação social Lino Tavares...

 

Seu nome de batismo era Senor Abravanel. Descendente de um casal de judeus, nasceu no Rio de Janeiro no dia 12 de outubro de 1930. Serviu ao Exército na Brigada Paraquedista, em Deodoro, Rio de Janeiro, período em que atuava no rádio nas folgas dominicais do quartel.

Iniciou na televisão como apresentador do programa Vamos Brincar de Forca, na antiga TV Paulista, que depois agrupou vários programas de auditório, passando a se denominar Programa Sílvio Santos. A partir de então, cresceu de forma relâmpago no universo da audiência televisiva, passando pelas principais redes de TV como maior ícone da mídia brasileira, até criar a TVS, concessão de canal feita na gestão do presidente Ernesto Geisel, empreendimento que cresceria a ponto de se transformar na grande rede SBT, hoje situada entre as de maior audiência do Brasil.

Ao finalizar esta singela homenagem a Sílvio Santos, o faço enfatizando que seus exemplos de humildade, capacidade empreendedora e senso de solidariedade humana permanecerão pairando indelevelmente em nossas mentes e nas das futuras gerações, como lições de vida, ensinando a todos que o V da vitória só sorri para os que cultivam o V da vontade de vencer.

Vá com Deus, Senor Abravanel, e permaneça por lá com Ele, revelando aos desencarnados a fórmula mágica de chegar ao topo, usando apenas os recursos da força de vontade e do bem-querer, tal como o fizeste em tua iluminada e singular passagem terrena.

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