Lino Tavares
Como gaúcho de nascimento – do que muito me orgulho – costumo ler os principais jornais do meu Estado. Li no ‘Jornal do Comércio’, de Porto Alegre, dia 20 de dezembro, um dos textos mais infelizes, falando de futebol, assinado pelo senhor Henrique Wittler, identificado abaixo como engenheiro civil. O cidadão, invocando supostas trapassas e problemas ambientais ocorridos em função da construção da Arena do Grêmio, não soube sequer camuflar no texto o seu desconforto com a obra, que mudou a história dos estádios de futebol no Rio Grande do Sul, contemplando Porto Alegre com o que há de mais avançado do gênero na América Latina.
Ainda que procedentes as questões levantadas pelo autor do texto, não caberia ao Grêmio, entidade de direito privado, questionar a lisura das tratativas que presidiram as relações contratuais entre a construtora OAS e as autoridades constituídas que aprovaram a execução do empreendimento. Seria muito cômodo para os que viveram semelhante desconforto, quando o Beira-Rio foi construído – à guisa de inveja ou coisa que o valha – afirmar que o aterramento do Guaíba, para esse fim e o espaço ocupado por uma área que poderia servir de extensão ao Parque Marinha do Brasil constituí-se num ‘crime ambiental’, bem como insinuar ‘facilitações’ das autoridades da época, para que a obra colorada fosse levada a bom termo. Não me recordo que algo assim tenha ocorrido na época.
O que sei é que, pouco tempo depois, o hoje saudoso presidente gremista, Dr. Hélio Dourado, houve por bem realizar as obras de ampliação do estádio do Grêmio, transformando-o no Olímpico Monumental, o único do Estado, até a inauguração da Arena, a ter o anel de arquibancadas superior totalmente coberto.
Mas o mais lamentável do citado texto não está exatamente aí, pois até é compreensível que os não satisfeitos com o advento da fantástica Arena gremista procurem algo para descontar sua aflição por haverem perdido a supremacia quantitativa e qualitativa, no Rio Grande do Sul, no quesito estádio de futebol. O que choca é o seu autor vaticinar desgraças no novo estádio, falando inclusive em lesões de atletas, como castigo a tudo quanto se reportou de ruim, na sua indisfarçável confissão de recalque. Imagine se alguém do exterior ‘rogasse uma praga’, desejando mil desgraças aos brasileiros, na Copa de 2014, sob a suposição de que teria havido falcatrua (o que não é descartável), na forma como o nosso país conseguiu se tornar sede da próxima Copa do Mundo ?
Pois é quem pensa com a cor clubistica chama qualquer texto que lhe constranja de infeliz.
Devido a luta grenal é que ocorrem estes desequilibrios e negociatas com enrriquecimento de muitos.
Talvez pensses o mesmo da Polícia Federal e exima a OAS da quase tragédia dos corrimões (não viste nada, esta é a febre nacional o não vi)