Síndrome de Gafanhotos – As estimativas variam, mas espera-se que cheguemos o “pico populacional” por volta de 2070 ou 2080, quando haverá entre 9,4 bilhões e 10,4 bilhões de pessoas no planeta

.

Nelson Valente

.

A Síndrome de Gafanhotos pode ser um processo lento — se chegarmos a 10,4 bilhões, a Organização das Nações Unidas (ONU) espera que a população permaneça nesse nível por duas décadas — mas, eventualmente, depois disso, a previsão é de que esse número comece a diminuir. Bactérias, vírus e outros microrganismos já causaram estragos tão grandes à humanidade quanto as mais terríveis guerras, terremotos e erupções de vulcões.

Os micróbios derrubaram impérios, impulsionaram outros e estiveram subjacentes às grandes transformações económicas e sociais. Afirmaram-se valiosos instrumentos de poder político.

Foram mais mortíferos que quaisquer armamentos bélicos em tempo de guerra. Contudo, enquanto atentados reais à vida, sempre fizeram despertar o melhor das potencialidades humanas em todos os domínios.

É essencial dar continuidade ao trabalho de cooperação internacional, sem fronteiras e sem imperativos de propriedades intelectuais, sempre com o objetivo primordial da preservada da saúde. Na era da globalização, as facilidades de mobilidade explicam a propagação rápida a uma escala mundial.

.

A Síndrome de Gafanhotos pode ser um processo lento — se chegarmos a 10,4 bilhões, a Organização das Nações Unidas (ONU) espera que a população permaneça...

.

Atualmente, superamos 7,5 bilhões. Em 2050, nossos filhos e os filhos dos nossos filhos viverão em um planeta habitado por no mínimo nove bilhões de pessoas. Antes do final do século atual, seremos pelo menos dez bilhões.

O gás natural é considerado um combustível fóssil pois sua origem é a decomposição de corpos profundamente enterrados durante milhões de anos. Ele, em geral, é encontrado junto com o petróleo e por isso, também não é considerado renovável. O biogás (ou biometano) é, portanto, considerado um combustível obtido a partir de fontes de energia renováveis e esta tecnologia começa a ser utilizada em maior volume no Brasil.

Na Índia, o uso de biodigestores de uso doméstico acontece há algum tempo e, geralmente, funciona com esterco bovino. No país asiático, a tecnologia também é vista como uma possível solução em larga escala para contribuir com a redução da defecação a céu aberto.

Por funcionar nos motores a combustão tão bem quanto o GNV, já começam a surgir nos postos as primeiras bombas do biometano. Ou seja, ninguém imagina, mas já tem carro rodando por aí movido por um combustível obtido a partir do cocô de vaca.

Hoje sequências reconhecidas como de origem viral incluem as associadas à formação da placenta, ao desenvolvimento do cérebro e à prevenção de infecções generalizadas, entre outras. Ou seja, no curto prazo, os vírus podem representar uma ameaça no sistema Planetário – peso e superpopulação na eclosão de inúmeros vírus mortais para os seres humanos.

Entretanto, há milhões de anos eles têm desempenhado um papel muito importante na evolução da nossa espécie. Nas últimas décadas, quase todas as notícias que tivemos sobre vírus foram ruins, associadas a doenças terríveis que deixaram rastros de mortes.

.

A Síndrome de Gafanhotos pode ser um processo lento — se chegarmos a 10,4 bilhões, a Organização das Nações Unidas (ONU) espera que a população permaneça...

.

O vírus ebola, o responsável pelo sarampo, o HIV, o da dengue, o rotavírus, o da febre amarela, o da Zika, o da varíola, dos herpes, da influenza e, claro, o coronavírus, nos fizeram temer o organismo — a ciência não conseguiu decidir ainda se os vírus fazem parte dos seres vivos.

Porém, não é todo vírus que causa doença (os mais evoluídos e eficazes, inclusive, conseguem se reproduzir sem matar o hospedeiro), e a relação de simbiose nem sempre é negativa para o ser humano. Analisando o genoma humano, pesquisadores já determinaram que pelo menos 8% do nosso código genético vem de retrovírus que entraram nas células reprodutivas há milhões de anos, antes mesmo de acontecer a diferenciação entre os primatas e os nossos primeiros antepassados.

Os vírus passam por evolução e seleção natural, tal como a vida baseada na célula, e a maioria deles evolui rapidamente. Quando dois vírus infectam uma célula ao mesmo tempo, eles podem trocar material genético para formar novos vírus “misturados”, com propriedades únicas. Os bilhões de vírus que vivem em nosso corpo e ajudam a nos manter saudáveis. Os vírus são os organismos mais numerosos na Terra.

Embora se acredite que temos aproximadamente o mesmo número de células bacterianas que células humanas em nosso corpo (cerca de 37 trilhões), provavelmente temos pelo menos 10 vezes mais partículas de vírus. Talvez possamos até dizer que não sobreviveríamos por muito tempo se todos eles desaparecessem.

Muitos desses vírus estão envolvidos em processos corporais essenciais, fazendo parte do nosso ecossistema interno.

A Northumbrian Water é uma empresa que passou a ser reconhecida como especialista no uso do que eles chamam de a “energia do cocô”: uso de dejetos humanos para geração de gás e eletricidade. Fezes humanas podem produzir eletricidade para 138 milhões de lares, aponta estudo.

O biogás proveniente das fezes humanas pode se tornar uma fonte importante de energia capaz de produzir eletricidade para 138 milhões de lares, aponta um novo estudo. Imaginem 8 bilhões de pessoas defecando? Tratamento de água e esgoto? E o Brasil, tem tratamento de água e esgoto. Não!

Um relatório divulgado pela Nations University Institute of Water, Environment and Health (UNU-INWEH), com sede no Canadá, afirma que o biogás produzido pela decomposição das fezes humanas contém 60% de metano.

Se apenas as fezes deixadas por pessoas que costumam defecar ao ar livre fossem usadas para gerar energia, o biogás produzido renderia US$ 200 milhões por ano – suficiente para manter a demanda de energia de quase 10 milhões de lares. Se esses números englobasse as fezes de todo o planeta estaríamos falando de um potencial de US$ 1,6 bilhão a US$ 9,5 bilhões.

Aos olhos do mundo e do Brasil, a Amazônia aparece nacionalmente como subdesenvolvida à espera de penetração, solução, legalização para que possa adequar-se aos ‘interesses’ nacionais e estrangeiros. Retrata uma ‘vontade de poder’ mundial sobre uma região que pode ser a salvação da humanidade.

A linguagem torna-se ficção com relação a uma realidade cotidiana que não tem mais linguagem. Há um apagamento do real em nome de uma fragmentação discursiva, que elege, nomeia, rotula, enquadra.

.

A Síndrome de Gafanhotos pode ser um processo lento — se chegarmos a 10,4 bilhões, a Organização das Nações Unidas (ONU) espera que a população permaneça...

.

No mundo midiático, digital, instantâneo, a informação é cada vez mais estilizada, pasteurizada, e os fatos recortados da realidade sem nexo, sem contexto, sem passado, sem história, sem memória, numa destruição clara da temporalidade, como se o mundo fosse um eterno videoclipe.

Com o uso da internet, o volume de informação dificulta a compreensão num mundo caleidoscópico, que se apresenta em forma de mosaico sem nexo, que vive transfigurando e refigurando o espetáculo da vida como se o confundisse com um reality show.

E quando a telinha do computador se abre, o portal do mundo está aberto. Entretanto, permeando tais informações, há uma grande quantidade de “lixo informacional” invadindo nossos lares todos os dias. O cerne da questão está no fato de que o volume de informação não garante a qualidade.

Educação Ambiental é uma nova forma de educar, ampla e significativa (uma “meta-educação”). Tem como ponto de partida e de chegada o próprio meio ambiente e, como preocupação maior, a melhor qualidade de vida.

A Educação Ambiental, se bem aplicada, leva o estudante a uma real integração com o ambiente onde vive, que, na realidade, é a continuação do seu próprio corpo e, como tal, tem que ser conhecida, respeitada e preservada.

Será imprescindível, de agora em diante, a inclusão do tema educação ambiental nos currículos das Faculdades de Educação, bem como sua promoção em nível de pós-graduação. Pelo caráter inovador da Educação Ambiental, precisamos de técnicos, praticamente inexistentes nessa área. O que possuímos atualmente são pesquisadores que se aprofundam no assunto por autodidatismo.

O texto constitucional prevê a promoção da educação ambiental “em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para preservação do meio ambiente”. Em outras palavras, busca-se o apoio da população para a solução dos problemas ambientais. Acreditamos que exista uma consciência ecológica, embora ela ocorra de maneira incipiente.

O que prevalece é a presunção errônea de que nossos recursos naturais são inesgotáveis, dando margem à política do usufruto desmedido e imediato, sem preocupações quanto ao empobrecimento ou exaustão.

No caso específico da educação ambiental, a maioria das constituições estaduais tem adotado em seus textos a determinação de que ela seja implantada. Deve-se buscar um meio de compatibilizar ecologia e desenvolvimento, de forma responsável. “Ecodesenvolvimento” é o termo que vem sendo usado para definir essa nova postura.

.

A Síndrome de Gafanhotos pode ser um processo lento — se chegarmos a 10,4 bilhões, a Organização das Nações Unidas (ONU) espera que a população permaneça...

.

Não devemos parar de crescer industrialmente; ao contrário, devemos buscar o desenvolvimento sustentável, que pressupõe o respeito pela preservação ambiental. Limitar o crescimento econômico, ao contrário do que pensava, só ajuda mesmo a agravar as condições ambientais dos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento.

Algumas empresas têm ajudado muito na preservação do meio ambiente. Os exemplos são bastante representativos. Esso, White Martins e Souza Cruz adotaram parques e reservas e têm investido verbas consideráveis na aquisição de materiais e equipamentos.

A Petrobrás tem projeto pronto para desenvolver o “turismo ecológico”, visando à preservação dos 34 parques nacionais. Basta apenas que a empresa aparelhe o Ibama com recursos humanos especializados para que não ocorram atividades predatórias. O turismo feito de forma orientada e consciente pode ajudar na conservação.

A questão ambiental adquiriu contornos universais, como se pode verificar pela polêmica em torno da camada de ozônio e o papel de discussão em torno da possibilidade (cientificamente não comprovada) de sermos hoje pulmão do mundo. Tudo o que conseguimos foi arranhar a consciência individual. Mas há ainda, certamente, uma consciência coletiva.

.

2 thoughts on “Síndrome de Gafanhotos

  1. ZANATTO says:

    Precisamos mudar nossas mentes para uma vida mais construtiva com foco no futuro, criamos nossos próprios monstros

  2. Maguida Schmitt says:

    Perfeito! Sobre os vírus, creio eu , o que os tornam tão poderosos é falta de DNA, a mutação se torna mais eficaz devido ao RNA. Ótima matéria.

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.