Lino Tavares
Existe um ditado que diz “a desculpa do peidorreiro é a tosse”. É mais ou menos assim que vejo essa tentativa vã dos eternos defensores do governo corrupto, visando a justificar a roubalheira institucionalizada de hoje, dizendo que isso sempre existiu, desde que Cabral aportou aqui com sua esquadra. Chegam ao descalabro de afirmar que a diferença é que hoje a corrupção é transparente porque vive-se numa democracia plena, que permite denunciar e tornar transparentes os crimes de lesa-pátria. Dão ênfase a essa tese, tentando insinuar que no período do impropriamente chamado “Regime Militar a corrupção acontecia com esse mesmo gigantismo, mas era abafada pela censura do governo de então. Fazem isso, mas não tipificam os fatos, apontando quando, onde e em conluio com quem essa corrupção imaginária acontecia. Ao dizerem isso, caem na mais trivial contradição, pois se afirmam que os governantes militares abafavam a corrupção, como é que tomaram conhecimento dela, para afirmarem que existia?
É claro que ninguém é tão ingênuo a ponto de acreditar que em algum período de governo, no Brasil ou em qualquer lugar do mundo, imperou o puritanismo administrativo, sem um só ato de corrupção nas entrelinhas do poder. A verdade é que, parafraseando o filosofo de botequim Luiz Inácio Lula da Silva, “Nunca antes na história deste País” se roubou tanto e tão impunemente como nos 12 anos e 4 meses desse governo desgovernado da era PT, em cujo decorrer os verdadeiros chefões da quadrilha ideológica rotulada de partido, blindados pelo trono do Planalto, sequer foram indiciados nas denúncias de assalto ao erário, por conta das quais, em qualquer país sério do Planeta, seriam apontados como mentores número 1 dos mensalões e petrolões que colocam na cadeia os corruptores da iniciativa privada e mantêm em liberdade os corruptos do poder constituído.
Não se pode negar que, realmente desfrutamos do sagrado direito de sermos informados acerca do que “rola” nos descaminhos do governo mais corrupto da História do Brasil e quiçá do mundo. Afinal, saboreamos hoje a plenitude do estado de direito garantida pela Contra Revolução Anti Comunista de 1964, que impediu que o Brasil fosse transformado num satélite gigante de Moscou, com a perda total de sua soberania e da liberdade de seu povo.
Mas, a pergunta que não quer calar consubstancia-se nesse termos: “De que adianta sabermos da existência dos repetidos atos de corrupção e desfrutarmos do direito de realizar manifestações de protesto e tecer críticas veementes, como estou fazendo aqui, se ao cabo e ao fim nada acontece no sentido de mudar esse quadro, tirando do poder os mentores contumazes das ilicitudes republicanas, que continuam usufruindo impunemente das benesses dos cargos que ocupam ou ocuparam, sendo chamados de “Vossa Excelência”, com direito à continência dos Comandantes Militares de nossas Forças Armadas, que a tudo assistem em posição de sentido, de boca fechada.