É evidente que toda a vida humana que se perde deve ser lamentada por quem, sabendo disso, tem um coração generoso batendo dentro do peito
Lino Tavares
Há desenlaces, contudo, que calam mais fundo na alma da gente, quando se referem àquelas pessoas íntimas com as quais dividiu-se parte do cotidiano dessa efêmera passagem terrena que chamamos de vida.
Na manhã de domingo (14/03/2021) recebi com enorme tristeza a notícia do falecimento da querida amiga Ruth Faraco, vítima de acidente doméstico ocorrido no interior de seu apartamento, na zona central de Alegrete. Imagino a imensidão da dor dessa perda entre seus familiares, o esposo Cláudio Faraco, conhecido produtor rural do município, seus filhos e parentes próximos, ao serem atingidos emocionalmente pelo infausto acontecimento ocorrido nestes momentos difíceis motivados pela situação de pandemia em que vivemos.
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Ruth era muito mais do que a professora benemérita, a tradicionalista do Pampa, a missionária da fé cristã e a rainha do lar, saboreando a satisfação da missão cumprida, depois de haver criado e encaminhado os filhos queridos, ao lado do amado esposo Cláudio.
Ela era uma grande dama da sociedade local, com especial destaque nas ações humanitárias que visam a minimizar a dificuldade de vida dos menos favorecidos, pelo voluntariado generoso da filantropia. Movida por esse propósito, destacava-se como uma das mais atuantes integrantes da SOFIAL – Sociedade Filantrópica Alegretense, em cujas reuniões marcava presença através de manifestações de fé e de esperança, que motivavam as companheiras de benemerência a desempenhar com amor e denodo a nobre atividade social.
A agora saudosa Ruth Faraco revelava-se uma líder e incentivadora de primeira grandeza, tanto nas viagens turísticas que promovia, das quais participava, quanto nos momentos festivos acontecidos em locais públicos e residenciais. Nas festas realizadas em nossa casa, por exemplo, eu e minha esposa Tânia contamos com a presença dela em diversas ocasiões, disseminando alegria com palavras e ações que aqueciam o ambiente de forma muito especial.
Guardaremos no coração, como doce e eterna lembrança dessa querida amiga, a alegria de viver e o sorriso permanente que trazia estampado no rosto, mercê dos quais transparecia aos olhos de todos uma espécie de consulesa mor da alegria, com especial destaque nos carnavais das sofialistas e esposos, realizados em nossa residência, evento que muito animava com o seu jeito sui generis de se divertir.
O sentimento motivado por sua partida é enorme, mas misturado a ele conforta-nos a certeza de que Deus, do alto de sua sabedoria e amor infinito, saberá recompensá-la pela dignidade de sua iluminada passagem terrena, proporcionando à inesquecível Ruth Faraco uma existência espiritual consentânea com aquela que tanto a fez feliz no plano material.