Washington Olivetto partiu deste mundo relativamente cedo, mas deixando como legado exemplos notáveis
Lino Tavares
O mundo da publicidade brasileira ficou menor – bem menor – a partir deste domingo (13/10/2024} , com o desenlace carnal do grande publicitário Washington Olivetto, aos 73 anos, ocorrido no Rio de Janeiro. Natural de São Paulo, capital, descendente da etnia Italiana, descobriu cedo sua vocação profissional de certo modo relacionada ao trabalho de seu pai, que era vendedor, atividade intimamente ligada ao bom desempenho publicitário.
Na sua brilhante carreira, tornou-se responsável por campanhas publicitárias de realce, tais como “O Primeiro Sutiã”, “Garoto Bombril” e “Casal Unibanco”. Seu misto de publicitário e escritor, inspirou-lhe a autoria dos livros Os piores textos de Washington Olivetto, Corinthians vs. Outros, Só os Patetas jantam mal na Disney, O primeiro a gente nunca esquece, O que a vida me ensinou, Achados e Roubadas, entre outros.
No universo da Publicidade, dedicou precisos dias de seu tempo à criação de temas intimamente relacionados ao futebol, tendo atuado no setor de marketing do Corinthians, clube de seu coração. Em seu livro “Direto de Washington”, conta algumas histórias que ajudam a compreender como o grande publicitário criou o seu melhor personagem: ele próprio.
Nele, relata com sabedoria como ganhou o primeiro Leão de Ouro do Brasil em Cannes, conquistou todos os prêmios da publicidade mundial, entrou para o Guinness Book of Records, inspirou personagem de novela, virou letra de músicas de sucesso, nome de pratos em restaurantes famosos, selo do correio do seu país, vice-presidente do seu time de futebol. Na obra Direto de Washington: Edição extraordinária detalha fatos importantes do cotidiano profissional que o tornou famoso. Nele vislumbra-se um mundo em que vender era sonhar, uma atividade feita com arte, paixão e risco.
Esta é a síntese de um brasileiro que dedicou sua vida à arte de influenciar positivamente na índole consumista dos humanos, colocando em suas mensagens publicitárias a ética como condição indispensável à boa comunicação de massa.
Washington Olivetto partiu deste mundo relativamente cedo, mas deixando como legado exemplos notáveis de um profissionalismo sadio em que fazer publicidade não é “forçar a barra” do mercantilismo com fins meramente lucrativos, mas sim apontar os caminhos da melhor escolha, no universo da aquisição de produtos e serviços.