Zé Celso, um artista polivalente que marcou época como ator, diretor, dramaturgo e encenador de primeira grandeza
Lino Tavares
A cultura artística brasileira sofreu hoje, 6/07/2023, um doloroso desfalque em sua plêiade de talentos, com o falecimento trágico de Zé Celso, um artista polivalente que marcou época como ator, diretor, dramaturgo e encenador de primeira grandeza.
José Celso Martinez Corrêa nasceu em Araraquara, interior de São Paulo, no dia 30 de março de 1937.
Iniciou sua trajetória artística na década de 1950, liderando nos anos 60 um importante teatro-oficina, onde desenvolveu método inovador na arte de representar, época em que ganharam destaque peças como “Pequenos Burgueses”, “O Rei da Vela” e “Na Selva das Cidades”, da obra de Bertolt Brecht.
“Pequenos Burgueses” rendeu a Zé Celso todos os prêmios de melhor direção do ano e as críticas colocaram a produção como a mais perfeita encenação do teatro brasileiro. No cinema teve participação destacada em produções de José Mojica Marins (Zé do Caixão) e outros produtores.
Dividiu seu cotidiano artístico com nomes famosos como Fernanda Montenegro, Sérgio Britto, Raul Cortez, Chico Buarque, Nelson Rodrigues e inúmeros outros.
Zé Celso era uma pessoa simples e muito tratável, estando sempre disposto a colaborar com artistas consagrados e principiantes, praticando sua arte muito mais pelo prazer de produzir do que pensando no fruto da lucratividade.
Perdemos um artista ímpar, mas o plano transcendental, para onde migrou, há de lhe proporcionar espaço para aquecer a chama da espiritualidade criativa que lhe é peculiar.