Todos estamos tristes com o desenlace do “Tremendão”, aos 81 anos
O Brasil inteiro chora hoje (22/11/2022) a derradeira partida do Tremendão Erasmo Carlos, ídolo dos anos dourados da Jovem Guarda, movimento musical com o qual contribuiu enormemente, compondo e cantando músicas que embalaram sonhos e marcaram época nos áureos tempos do Rock, do Twist e da Bossa Nova.
Todos estamos tristes com o desenlace do “Tremendão”, aos 81 anos, mas, exceto seus familiares, ninguém pranteia mais a morte do Erasmo do que Roberto Carlos, que um dia eternizou na música “Amigo” os laços da grande parceria que tanto os unia, dizendo nos versos de sua canção “você, meu amigo de fé, meu irmão, camarada…”
Carioca da gema, Erasmo Carlos iniciou sua esfuziante carreira no Rio de Janeiro, ao lado de Tim Maia, com quem se identificou musicalmente pelo apreço comum ao Rock and Roll, formando com ele e outros principiantes o grupo The Sputniks, de curta duração. Pouco tempo depois, a convite de Arlênio Lívio, um dos antigos companheiros da banda desfeita, passou a integrar o grupo vocal “The Boys of Rock”, conhecido depois como “The Snakes”, acompanhando Tim Maia e Roberto Carlos em seus shows. Iniciou então com Roberto uma grande parceria, a partir da criação da letra de Hound Dog, do repertório de Elvis Presley, que se tornaria sucesso na voz do futuro “Rei da Jovem Guarda”.
Tendo várias preferências em comum, como o apreço pelo Rock And Roll, por Elvis Presley, Bob Nelson, James Dean, Marlon Brando, Marilyn Monroe e pelo Vasco da Gama, Erasmo e Roberto se tornaram um espécie de almas gêmeas do meio artístico, passando a compor juntos verdadeiras obras primas dos gêneros musicais das décadas de 1960 e 1970. “Gatinha Manhosa”, “Pode vir quente que eu estou fervendo”, “Eu sou Terrírvel” e “Festa de Arromba” foram algumas de suas músicas de sucesso que encantaram gerações.
Dividindo espaço com Roberto Carlos e Wanderléa, Erasmo Carlos representou com ambos o trio estelar mais brilhante da Era Jovem Guarda. Eu diria que os três foram o “Rei”, o “Vice-Rei” e a “Rainha” daquele movimento musical mágico que fez sombra a sucessos internacionais da época como “The Beatles” e outros.
Coincidentemente, o ídolo da “Jovem Guarda” nos deixou neste 22 de novembro, ” Dia do Músico”. Com certeza associa seu nome para sempre à data consagrada à atividade artística que tanto dignificou com seu talento ímpar.
No fecho desta homenagem, posto o vídeo da interpretação de “Festa de Arromba”, feita por mim como homenagem ao ídolo que partiu, deixando um grande legado musical e uma saudade eterna nos corações daqueles que muito o apreciaram e aplaudiram no curso de sua exuberante trajetória artística e que jamais o esquecerão.
.
Bela homenagem, Lino Tavares. Tanto o texto quanto sua interpretação, cantando Festa de Arromba, estão à altura do ídolo Erasmo Carlos, nosso irmãozinho que partiu.