* Por Lino Tavares
Que me perdoem os que acreditam nessa propalada melhoria de vida atribuída à gestão dupla Lula da Silva, que expira em 31 de dezembro próximo. É claro que houve evolução nesses oito anos de mandato, mas ela não é fruto da ação de governo e sim de fatores outros, que poucos se dignam apontar corajosamente.
O primeiro deles é a estabilidade econômica herdada pelo atual governo, como é público e notório, da administração anterior, que teve muitos erros, mas acertou em cheio – é forçoso reconhecer – ao instituir o “Plano Real”, que “nocauteou” a velha inflação galopante de épocas passadas, com uma “bicada” mortal, posto que foi obra de “Tucanos”.
O segundo, deveu-se ao clima favorável gerado pela economia mundial, que, depois do susto provocado pela crise americana, fez chover de forma generosa nas lavouras dos emergentes, liderados pela China que, mesmo aplicando a “Lei de Gerson” na política cambial, tornou-se a grande protagonista dessa reviravolta da economia mundial, da qual se beneficiam mais aqueles que têm menos. Fora da China, porque lá impera uma espécie de “escravidão amarela”, onde o que menos vale é o “braça trabalhador”.
O terceiro elemento responsável pela evolução equivocadamente atribuída a esse governo em fim de mandato repousa na iniciativa privada que, apesar dos “maus tratos” governamentais, representados por pesada carga tributária e injusta política de preços mínimos, soube conduzir com sabedoria seus empreendimentos na cidade e no campo, tendo ainda, no caso dos produtores rurais, que trabalhar sob constante ameaça dos grupos de vândalos do MST, instruídos diuturnamente pela cartilha do “Como colher de tudo em terras alheias, sem nada plantar”.
O resto não passa de propaganda enganosa, reportagens de matéria paga e números generosos dos institutos de pesquisas, regiamente gratificados sabe-se lá com o dinheiro de quem, embora não seja difícil imaginar isso.
O que de concreto vai ficar no tempo, para lembrar a “Era Lula” , são os repetidos escândalos de corrupção” – todos impunes –, “a aquisição do avião presidencial mais luxuoso da história republicana”, “o crescimento vertiginoso do crime organizado” (combatido agora, “no apagar das luzes”, com jeito de “concorrência desleal” ao filme “Tropa de Elite”), o “incentivo ao ócio” pelo “milagre eleitoreiro” das “esmolas sociais”, a proliferação de universidades inócuas, em detrimento da melhoria de padrão das já existentes, e, por fim, a constrangedora política exterior, sempre solidária a déspotas como Hugo Chávez , Fidel Castro e Mahmoud Ahmadinejad, ditador teocrático desse Irã ora perverso que “mata mulheres a pedradas” em nome do falso moralismo. Além é claro – da farda de “cabo eleitoral” vestida pelo presidente da República, ao engajar-se eleitoralmente à candidatura situacionista, deixando acéfala a mais alta magistratura da Nação, naquilo que ele tem de mais importante: a isenção de quem governa frente a seus governados.
- * Lino Tavares é jornalista, diplomado em Comunicação Social, com especialização em Jornalismo Impresso, Radifônico, Cinematográfico e Televisionado, além de habilitação polivalente em Relações Públicas e Publicidade/Propaganda. Possui, também, curso de especialização em Comuicação Social realizado no Centro de Estudos de Pessoal do Exército (Rio de Janeiro-RJ) e curso de Treinador de Futebol, patrocinado pelo SESI (Porto Alegre).Integra a equipe de colunistas do Site Terceiro Tempo, da Rede Bandeirantes de Televisão, e atua como articulista e colunista de jornais. Como compositor, possui músicas gravadas, sendo autor da Canção oficial do 10º Batalhão Logístico (Alegrete-RS) e do Hino do EFIPAN – Encontro de Futebol Infantil Pan-Ameridano, realizado anulamente em Alegrete-RS.
E todo esse quadro se agrava de sobremaneira com o saldo que esses anos de Lula nos deixa, especialmente em relação à esquerda brasileira. Na sua maior parte inteiramente vinculada, comprometida e desmoralizada pela adesão ao lulismo, e, na oposição, uma pequena e combativa esquerda que resiste, mas que sofre dos descaminhos trilhados pelo país sob a batuta do ex-operário.
É esperar p/ver caro Giba
Grande abraço, Rose*