Adelina Doris Monteiro deixou sua marca no mercado fonográfico do país, gravando boleros, sambas-canção, bossa nova e outros ritmos
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Lino Tavares
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Mais uma voz feminina do meio musical brasileiro cala-se para sempre, representada pela derradeira partida, aos 89 anos, da cantora Doris Monteiro, ocorrida na última segunda-feira (24/07/2023). Era conhecida essencialmente como cantora, mas sabe-se que na verdade ela também era uma excelente atriz, com exitosa participação em filmes premiados de todos os gêneros.
Possuidora de uma voz suave e muito afinada, Adelina Doris Monteiro deixou sua marca no mercado fonográfico do país, gravando boleros, sambas-canção, bossa nova e outros ritmos que embalaram sonhos românticos entre os apreciadores da música brasileira.
Vinda de uma família modesta, criada em parte por pais adotivos no bairro de Copacabana, no Rio, superou as adversidades da origem e, ainda jovem, despertou entre os caçadores de talentos da época o interesse por suas qualidades artísticas.
Despontou para o sucesso aos 15 anos, cantando no programa radiofônico Papel Carbono, apresentado por Renato Murce. Em suas gigantesca trilha de sucessos, cantou e dividiu palco com os mais renomados astros de meados do século passado, tornando-se detentora de uma enorme discografia que começa em 1951 e termina no recente ano de 2020, passando pelas mais importantes gravadoras dos tempos áureos da MPB.
Entre os maiores destaques musicais de sua carreira, incluem-se preciosidades como As Divas do Sambalanço, Doris Monteiro & Tito Madi, Essas mulheres, Doris Miltinho e charme, Mudando de Conversa, Simplesmente, Gostoso é sambar, Palhaçada/Sei lá, Argumentação, Real conclusão/Faça de conta, Graças a Deus/Melancolia, Meu tema/Mocinho bonito, Agulha no palheiro/Perdão • Todamérica , Sou tão feliz/Nunca te direi, Se você se importasse/Fecho meus Olhos, Vejo Você, além de muitas outras.
Dóris Monteiro viveu os momentos mágicos das grandes intérpretes brasileiras dos programas de auditório, sendo coroada merecidamente “Rainha do Rádio” em um concurso da Associação Brasileira do Rádio, promovido em 1956.
Ao misto de cantora e atriz que partiu, fica aqui esta singela homenagem, com a certeza de que seu nome será sempre lembrado como preciosidade rara do nosso cancioneiro verde e amarelo que o tempo não muda e o vento não apaga.
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