Por que a Argentina do presidente confinador Alberto Fernández transformou a morte de Maradona num pólo de atração de mais de um milhão de pessoas?
Lino Tavares
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A morte de Maradona serviu para escancarar a vastidão da hipocrisia humana, que está enaltecendo de forma generalizada os méritos de alguém que partiu, deixando como legado não apenas ações meritórias, mas também e principalmente exemplos ruins a não serem seguidos. Mas a finalidade deste artigo não é ressaltar as virtudes e defeitos de Maradona, em sua passagem terrena. porque já fiz isso no meu comentário esportivo do Portal Terceiro Tempo da Rede Bandeirantes de São Paulo.
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O que me proponho a ressaltar aqui na Revista Eletrônica Gibanet.com é que todo esse barulho que envolve o desenlace do craque argentino está a demonstrar a extensão da farsa representada pelo confinamento social que vem sendo imposto à humanidade, com sérios prejuízos à economia e à saúde mental das pessoas, tido e havido como medida preventiva para conter o avanço da pandemia do Coronavírus. Se é assim, por que a Argentina do presidente confinador Alberto Fernández transformou a morte de Maradona num pólo de atração de mais de um milhão de pessoas, que estão rompendo o protocolo de isolamento social, ao comparecer em massa no velório do ex-jogador, realizado de forma prolongada na Casa Rosada, sede do governo da Argentina?
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É no mínimo estranho e profundamente lamentável que, enquanto seres humanos anônimos que morrem de Covid-19 são enterrados às pressas em valas comuns, sem direito a velório, o corpo de um jogador famoso seja “endeusado” com atos fúnebres pomposos e massivos, sem ser levado em conta que em razão disso milhões de pessoas serão infectadas pelo coronavírus por conta dessa aglomeração que os próprios promotores do evento juram de pés juntos que representa alto fator de risco nessa pandemia que a China exportou para o resto do mundo.
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Isso terá repercussão negativa para o Governo.