Por: Lino Tavares
Morador de Porto Alegre, leio entre outros o jornal Zero Hora.
Como também possuo domicílio em Laguna-SC, sou leitor assíduo do Diário Catarinense.
De longa data tenho observado que, enquanto o jornal gaúcho reserva pouco espaço para a opinião dos leitores, impedindo tanto quanto possível críticas a quem está no poder, o catarinense abre espaço considerável para essas manifestações populares, sem tolher a possibilidade de comentários responsáveis sobre ações governamentais não condizentes – na visão dos missivistas – com as expectativas de seus governados.
Considerando que ambos os veículos pertencem ao Grupo RBS, essa notória diferença na linha editorial dos dois jornais guarda certa semelhança com aquilo que acontece entre o Jornal O Globo e a Rede Globo de Televisão – herdeiros de um mesmo trono – onde o primeiro, via de regra, diz o que precisa ser dito – doa em quem doer – enquanto esta última costuma veicular, com maior ênfase, o que é conveniente para a empresa que seja veiculado, em relação aos caminhos e descaminhos do poder vigente.
(*) Lino Tavares é jornalista diplomado, colunista na mídia gaúcha e catarinense, integrante da equipe de comentaristas do Portal Terceiro Tempo da Rede Bandeirantes de Televisão, além de poeta e compositor.