Alessandra Garrastazu
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Ao meu ver, essa novela da Globo Amor à Vida, mostra seus personagens de uma forma bem interessante, porque nunca saltou tanto aos olhos, aos meus olhos ao menos, o fato de que os personagens tem várias nuances e são desafiados na trama mostrando suas fraquezas que contrastam reluzentemente com qualidades muito significativas, colocando à prova a mente e o imaginário do público; mexendo em tacho de cobre nossos valores.
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Para citar um exemplo, o Félix, tão maldoso, ambicioso ao cubo, e desmedidamente cruel, um tipo psicopata, que traz consigo a dor profunda do desrespeito que sofre por parte do pai por ser homossexual. A Pilar, uma mulher apaixonada, abnegada e abandonada, mas que não enxerga, ou faz que não, a psicopatia do filho e é preconceituosa em relação ao affair deveras experiente entre sua mãe e o médico Lutero. O César, um exímio homem de negócios, ponderado e médico exemplar, porém; preconceituoso, volúvel emocionalmente, frio, e incrivelmente ingênuo em relação às manobras femininas. A Ordália é uma enfermeira misteriosa, paranormal, dedicada e sensata; em contrapartida, de uma agressividade verbal estonteante quando vive chamando aquele filho de corno, preconceituosa em relação ao relacionamento do outro filho com um mulher mais velha. A Edith, uma ex-prostituta que teve um filho com o sogro, enlouquecida por dinheiro, mas profunda e comoventemente apaixonada pelo marido homossexual, fato de que ela tem ciência, e o trai com o mordomo. O Ninho, um vida louca, traficante e descompromissado que sequestrou a própria filha e agora mostra seu viés de pai empenhado e amoroso que não pode ficar longe da filha e a quer…e assim por diante, é só analisar…
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Apesar das barbaridades, dos envolvimentos todos e muitos tabus envolvidos, a novela é um haltere para o fortalecimento de certos valores e preconceitos, ou um meio para que desabrochem novos valores ou a substituição de uns por outros. De qualquer forma, nem tudo é um horror assim, depende do jeito que olhamos, podemos tirar coisas bonitas e instrutivas de lugares nem tão bonitos e instrutivos assim, é preciso observar e não olhar as coisas sempre com má vontade!
Apesar das barbaridades, dos envolvimentos todos e muitos tabus envolvidos, a novela é um haltere para o fortalecimento de certos valores e preconceitos, ou um meio para que desabrochem novos valores ou a substituição de uns por outros. De qualquer forma, nem tudo é um horror assim, depende do jeito que olhamos, podemos tirar coisas bonitas e instrutivas de lugares nem tão bonitos e instrutivos assim, é preciso observar e não olhar as coisas sempre com má vontade!