Seja em maiores ou menores proporções, a maioria dos seres humanos é ciumenta. Temos ciúmes de nossos pais, irmãos, amigos, namorados, objetos e tudo aquilo que, por ventura, consideramos parte de nós mesmos.
É exatamente aí que mora o perigo! Tentando zelar por algo ou alguém, fazemos o papel de egoístas e não damos espaço para que o outro tenha uma vida livre e autêntica.
Ter ciúmes pode até ser normal, mas torna-se inaceitável quando modifica a rotina dos demais. Parece-me óbvio que qualquer pessoa que possua um cérebro deseje poder minimamente fazer suas próprias escolhas, afinal, não existe nada pior do que ser controlado por alguém que passa horas indicando os lugares que você deve ou não freqüentar, os pensamentos que deve ter e os amigos que pode cultivar.
Muitas pessoas adquirem pânico de relacionamentos amorosos por sustentarem durante anos a convivência com homens e mulheres ciumentos. Pessoalmente, por duas ou três vezes me afastei de amigas que queriam monopolizar a minha amizade. Cruz credo!
Certamente o ciumento vive sob ameaça e não quer a aproximação de terceiros porque teme ser trocado ou deixado de lado. Isso pode acontecer por ter sido traído no passado, ser o traidor da vez (e estar com medo de que a esposa ou marido faça o mesmo) ou até por pura paranóia. Quem nunca teve um amigo que “sumiu” quando começou a namorar? Quem nunca teve uma amiga que pedia satisfações e relatório completo de sua ausência no fim de semana?
O enciumado encurrala os amigos e parceiros e faz com que se sintam culpados por seus instintos naturais. Esse comportamento limita o desenvolvimento natural das coisas forçando situações irreais, ou seja, não é porque você proíbe seu marido de jogar futebol com os amigos que ele deixa de ter vontade de estar lá. Essa vontade pode crescer ao ponto de fazer com que ele vá escondido ou canse de ser impossibilitado e peça logo a separação. No fim, de qualquer forma você ficará sozinha. De certo, fingir não gostar de algo por muito tempo é praticamente impossível e as decepções para ambos são inevitáveis.
Em suma, o ciúme é uma mistura de dependência com falta de autoconfiança e se as poesias ensinam que os casais são um só ser, quero abrir seus olhos e dizer que os casais são formados por duas pessoas que merecem e necessitam de dias de paz, sozinhos com suas próprias reflexões, com seus próprios desejos e com seu próprio espaço. Isso não significa que você será desrespeitado, trocado, “deletado” ou feito de bobo. Pelo contrário! Você passará a conhecer ainda mais a pessoa que está ao seu lado e os benefícios tendem a ser incontáveis.
Além disso, acredite: amizade privativa não é um bom negócio. Dê corda aos bons amigos. Gostoso mesmo é dividir os colegas com esse mundão e ser procurado quando naturalmente sentirem a nossa falta. Nada melhor! Até a próxima!
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Gil de Marqui é jornalista e correspondente internacional do Gibanet.com
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Muito bom seus textos Gil. PARABÉNS!!!! =*
Tati, muito obrigada! Espero você por aqui sempre! Beijo!
Rose! Eu também acho que um pouco de ciúmes é sempre bom e dá uma pitadinha na relação, mas acho que tem que ser sentido “pra dentro”, sem atrapalhar a rotina do outro, sem prendê-lo, sem fazer agir diferente só porque vc está com ciúmes, sabe? Um beijão e obrigada pelo comentário!
Gil, ciúmes pra mim é
você ter o cuidado com quem vc ama , sei que ninguém é de ninguém mas um pouco de ciúmes não faz mal p/ ninguém, dá aquele temperinho ! rs
Já fui muito mais ciumenta do que sou hoje, acredito que com o passar dos anos vamos modificando nossa maneira de pensar.
O ciúmes nada mais é que uma falta de confiança entre você e seu parceiro, normalmente casais onde um dos pares é ciumento ao extremo são infiéis
Parabéns pelo post, bem elaborado
abraço
Rose*