“Em meio ao mundo exigente e extremamente rápido (corrido…) que vivemos atualmente, é fato que as pessoas acabam se tornando cada vez mais inclinadas a serem intolerantes, impacientes, e propensas a rotular as outras.Sufocados por tantos dilemas e exigências, poucos conseguem ter a devida paciência para com os outros, e muitos, se não alcançam respostas imediatas em um determinado relacionamento, acabam desistindo facilmente destas pessoas que buscavam se aproximar.
Descobrir alguém leva tempo.
E quando nos tornamos superficiais demais, desistindo facilmente frente ao primeiro desencanto, acabamos por perdera feliz oportunidade de descobrir pessoas maravilhosas.
Não é porque a pessoa não sorriu como quereríamos ou porque tenha um defeito latente, que temos o direito de encarcerá-la em um rótulo infeliz.
Acredito que todos querem ser bons e felizes, e todos lutam por isso.
Pode ser que não sejam compreendidos assim – ou não se percebam assim -, mas no fundo buscam isso.
Pode ser que palavras inicialmente ásperas sejam, no fundo, o pedido de socorro de alguém que recebeu pouco amor na vida, e que desesperadamente pede que a ensinemos amar.
Pode ser que as atitudes que mais o irritam em alguém sejam a prova do esforço profundo de um coração querendo sinceramente fazer o bem, e que nisso precisa serestimulado/ensinado, para assim poder revelar suas melhores potencialidades.
Mesmo que o amor que recebamos não seja do jeito tínhamos buscado ou idealizado… mesmo assim é amor.
Os gestos e iniciativas de amor que possam soar repugnantes para nós, podem ser o tudo do que o outro pode nos dar no momento.
Precisamos aprender a acolher o que as pessoas conseguem oferecer hoje, valorizando o que elasnos oferecem.
Não podemos ser cruéis a ponto de destruir em nós aqueles que não se acomodam aos nossos esteriótipos e expectativas infantis.
O verdadeiro amor se expressa em um acolhimento que permite que o outro seja simplesmente o que é, sem precisar representar para nos agradar e assim ser aceito.
Amar é acolher e buscar compreender (o que não éfácil…).
Dessa forma será possível permitir que o outro, neste universode verdade e liberdade, se revele expressando o amor como sabe, pois sóassim este poderá aprender – a partir do amor/acolhida que recebeu – a melhor forma de amar e se ofertar.
Eis o desafio: amar com acolhida e maturidade, sem exigir que o outro se transforme em uma representação fiel do que “estabeleci” como verdade e valor.
Assimas pessoas poderão ser de fato pessoas ao nosso lado – ao invés de coisas –, e na verdade do que recebemos e ofertamos, poderemos também nós nos tornar melhores, sem a exigência desumana de precisarmos nos alienar para sermos aceitos.”
Rosângela Barreto é formada em Comunicação e Letras, exerce a função de Executiva de Contas em Recuros Humanos há 24 anos, nas horas vagas adora cozinhar e inventar pratos diferentes
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Muitos tem essa dificuldade, diria assim, de entender que as relações humanas se tornam sólidas no momento em que conseguem discernir “ser bom para o outrem e/ou ser verdadeiro”.
Claro que existe aí o fator ‘empatia’ que deve ser levado em conta,mas sempre e inequivocamente sermos nós e aceitar o próximo como é será um bom caminho para grandes amizades acontecerem.
Maria Marçal – Porto Alegre – RS