As contribuições de Cacá Diegues para o cinema brasileiro deixaram um legado duradouro, e ele foi homenageado pela Academia Brasileira de Letras (ABL) como um de seus imortais
Lino Tavares
Mais um talento de primeira grandeza da Sétima Arte desfalca a plêiade de cineastas brasileiros. Desta vez foi Cacá Diegues, uma das maiores expressões do cinema brasileiro, que partiu nesta sexta-feira (14/02/2025), aos 84 anos, após várias décadas de produções cinematográficas que emocionaram plateias no Brasil e no exterior. Carlos José Fontes Diegues nasceu em 19 de maio de 1940 na cidade de Maceió, capital de Alagoas.
Embora formado em Direito, dedicou-se profissionalmente ao mundo do cinema, sua real vocação, fundando um clube do gênero, onde iniciou sua carreira amadoristicamente ao lado de figuras notáveis como Arnaldo Jabor e David Neves. Após dirigir entidades estudantis, liderou o movimento do chamado Cinema Novo, no final da década de 1950, juntando-se aos congêneres Glauber Rocha, Paulo César Saraceni e Joaquim Pedro de Andrade.
Em 1961, Cacá Diegues realiza com Affonso Beato e David Neves o curta-metragem Domingos. No ano seguintes, dirige seu primeiro filme profissional, em 35mm, Escola de Samba Alegria de Viver. Daí por diante, conquistou espaços importantes nos meios cinematográficos, principalmente a partir de 1964 com o longa-metragem Ganga Zumba.
Atuou como jornalista, escrevendo críticas, ensaios e manifestos cinematográficos, no Brasil e no exterior. Por seu dinamismo profissional, que nos legou obas primas como Xica da Silva, Bye Bye Brasil. Tieta do Agreste e Orfeu, recebeu muitos prêmios no curso da carreira, entre os quais destacam-se os de Melhor Filme do Festival de Cartagena. com Orfeu, Ouro no Festival de Damasco, com Tieta do Agreste, Melhor Diretor do Festival de Havana, com Veja esta Canção, Melhor Filme do Ano de 1980, com Bye Bye Brasil, no Festival de Londres, Candango de Melhor Diretor e Melhor Filme, no Festival de Brasília, com Xica da Silva, além de muitos outros.
Como se vê. o cineasta que partiu deixa um tesouro cultural como legado, sendo, portanto, alvo de eterna gratidão pelos apreciadores da genuína arte da dramaturgia brasileira.