(*) Por: Lino Tavares
Estamos cada vez mais sufocados diante da barbárie urbana. Vive-se hoje sob um sistema de rodízio de práticas criminosas, no qual se revezam os profissionais do crime organizado e cidadãos comuns que,
frustrados diante de expectativas de vida não alcançadas, cometem verdaderias atrocidades, no afã de ver o circo pegar foto e morrer abraçado com todos os que estão em seu interior.
frustrados diante de expectativas de vida não alcançadas, cometem verdaderias atrocidades, no afã de ver o circo pegar foto e morrer abraçado com todos os que estão em seu interior.
Essa chacina estudantil perpetrada por um ex-aluno, em uma escola do Rio, não é mera obra do acaso, tampouco fruto de suposta imitação de fatos semelhantes àqueles ocorridos frequentemente nos Estados
Uniddos, até porque todos sabemos que, naquele país de primeiro mundo, o que mais contribui para esse tipo de crime é a facilidade na compra de armas e de drogas, resultante do elevado poder aquisitivo daquele
povo.
Uniddos, até porque todos sabemos que, naquele país de primeiro mundo, o que mais contribui para esse tipo de crime é a facilidade na compra de armas e de drogas, resultante do elevado poder aquisitivo daquele
povo.
Aqui no Brasil essas coisas praticamente não ocorriam, cerca de trinta anos atrás. Passaram a acontecer justamene quando a pregação demagógica da “falsa democracia que conduz ao caos” – essa mesma que
bagunçou os poderes constituídos, transformando-os em cabides de emprego – passou a ser praticada nas escolas, com a quebra da “espinha dorsal” indispensável ao perfeito funcionamento de qualquer entidade
de natureza coletiva, representada pelo binônio hierárquia e disciplina.
bagunçou os poderes constituídos, transformando-os em cabides de emprego – passou a ser praticada nas escolas, com a quebra da “espinha dorsal” indispensável ao perfeito funcionamento de qualquer entidade
de natureza coletiva, representada pelo binônio hierárquia e disciplina.
A partir do momento em que professor e aluno foram colocados em um mesmo plano, no que tange às decisões de classe, sendo tolhido ao mestre o direito de agir como disciplinador, estebeleceu-se em sala de
aula uma situação de enfrentamento, semelhante a essa que ocorre entre governo e oposição, que só não acaba em tragédia, porque as partes litigantes sempre alcançam o “denominador comum”, da forma que bem
conhecemos.
aula uma situação de enfrentamento, semelhante a essa que ocorre entre governo e oposição, que só não acaba em tragédia, porque as partes litigantes sempre alcançam o “denominador comum”, da forma que bem
conhecemos.
Quando um professor de hoje, no intuito de bem cumprir o seu papel, cobra com severidade o cumprimento dos deveres escolares, é visto pela maioria dos alunos como um “caretão”, um “linha dura” ou coisa que o valha. Muitos dos que cumprem contrariados as determinações do mestre o fazem de forma rancorosa, considerando-se vítimam de uma suposta “ditadura escolar”, que, a seu ver, precisa mudar e se adaptar aos tempos de “liberdade” vividos hoje.
Dessa raiva acumulada na mente deformada de um aluno, podem fluir atitudes inimagináveis, que vão da
simples agressão física ao professor ou a um colega até a “loucura total”, configurada em ataque armado ao estabelcimento de ensino, até para ganhar as manchetes, mesmo que elas não possam proporcionar ao
covarde assassino mais do que uma “notoriedade póstuma”.
simples agressão física ao professor ou a um colega até a “loucura total”, configurada em ataque armado ao estabelcimento de ensino, até para ganhar as manchetes, mesmo que elas não possam proporcionar ao
covarde assassino mais do que uma “notoriedade póstuma”.
(*) Lino Tavares é jornalista diplomado, colunista na mídia gaúcha e catarinense, integrante da equipe de comentaristas do Portal Terceiro Tempo da Rede Bandeirantes de Televisão, além de poeta e compositor.
Só espero que independente das causas que foram várias desde bullying até distúrbios psíquicos que não se repita esssa catástrofe, onde crianças indefesas acabam por ter um fim destes, fico me perguntando:
Será que a Internet não contribui p/ o que está acontecendo, cada dia mais os jovens se trancam em seus quartos e ficam a mercê de todos os tipos de informações negativas, o cara só usava o PC pra ver sites extremistas religiosos, aprender como manusear armas, etc
É complicado e ao mesmo tempo é hora de parar e pensar no que poderíamos fazer p/ mudar postura e comportamentos.
Valeu!
Rose*
Dessa vez terei que discordar de vocÊ:
Não creio que o modelo hierárquico de educação onde o professor é um disciplinador ao invés de uma facilitador seja o melhor aplicável, mas isso é discussão pra outra pauta.
Quanto ao assunto me questão, acredito se tratar de causas que vão muito além de um sistema de educação que falhou.
O rapaz que cometeu tal hecatombe, apresenta fortes indícios de alguém com alguns (se é que podemos assim chamar) transtornos psíquicos.
E não estou justificando o que ele fez.
Talvez não tenha sido a educação, certamente não foram as vítimas e provavelmente nem ele mesmo o desencadeador disso tudo.
O culpado certamente ele o foi.
Aproveitando para deixar minha solidariedade as famílias, sem muitas palavras que o possam expressar, afinal, "diante da morte todas as vãs filosofias se calam" já diria Lya Luft.