Por Spectrum
A palavra Anjo (do grego Angelus e do latim Angelu) de forma geral, significa mensageiro ou emissário. No entanto, mais do que o significado puro da palavra, os anjos têm uma presença imensamente importante na religiosidade de diversas culturas.
Sob uma análise mais ampla, anjos são entidades espirituais incumbidas de conduzir a palavra e a vontade divina entre os seres humanos. São imortais, dotados de inteligência superior ao intelecto do homem, possuem vontade e personalidade própria.
No período histórico que corresponde à Antiguidade, entre civilizações pré-cristãs, já são encontradas alusões à seres de origem divina que trazem uma conotação muito próxima da que atualmente é atribuída aos anjos. Esta acepção está freqüentemente associada à diversas religiões, embora seja mais comum e difundida no cristianismo.
Os anjos estão presentes dentro de algumas doutrinas esotéricas, sendo possível, através de rituais específicos, estabelecer um canal de comunicação com estas criaturas e potencializar suas influências sobre atividades cotidianas do homem.
No Espiritismo, os anjos são considerados “espíritos desencarnados” que se comunicam com o mundo físico. Na astrologia, os planetas estão associados aos anjos, como por exemplo, Miguel está relacionado ao Sol, Gabriel à Lua e Samael ao planeta Marte. Nas tradições orientais, os anjos são comumente representados vestindo túnicas esvoaçantes. Entre os tibetanos há a crença de anjos chamados de Dakas e anjos do sexo feminino chamadas de Dakinis.
Na tradição judaico-cristã os anjos foram criados por Deus para agirem diretamente sobre a terra e conduzir a mensagem divina. Também assumem um caráter combativo ao portarem “espadas de fogo” e colocarem-se como guardiões do Reino do Céu.
Tanto no antigo como no novo Testamento há diversas citações sobre anjos. Como exemplo, as passagens de Maria e o Anjo Gabriel e o episódio da tentação de Cristo no deserto. No livro de Lucas (Cap. I) o Anjo Gabriel dirige-se à Maria: “E, entrando o anjo onde ela estava disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo” e “Disse-lhe então o anjo: Não temas, Maria; pois achaste graça diante de Deus”.
No episódio da Tentação de Jesus, (Matheus – Cap. VI – Versículo IV) o demônio persuade Cristo: “e disse-lhe: Se tu és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito; e: eles te susterão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra.”
Ainda, sob uma abordagem cristã, mas já combinada com o sincretismo popular, há os chamados “Anjos da Guarda”, que seriam “anjos pessoais” que cada ser humano teria ao seu lado com a função de protegê-lo e guiá-lo.
No entanto, anjos não trazem apenas idéias positivas.
Como exemplo, Lúcifer, em sua origem, também era um anjo que se rebelou contra a onipotência divina e, por este motivo, foi expulso do Reino do Céu.
Hierarquia Angelical
Entre os anjos haveria uma espécie de hierarquia distinta entre classes e funções. Sendo assim, são nove ordens compostas por Serafins, Querubins, Tronos, Dominações, Potências, Virtudes, Principados, Arcanjos e Anjos, divididas em três grupos:
Primeira Tríade
Formada por “anjos de existência superior” que têm íntimo contato com Deus e dedicam-se a adorar seu criador. Nesta primeira tríade encontram-se os Serafins, Querubins e Tronos.
Os Serafins (do hebreu queimar ou consumir) são responsáveis por assistirem ao trono divino. Os Querubins (do hebraico Chérub, que pode ser interpretado como plenitude de sabedoria e ciência) são seres que detêm o conhecimento e atuam como mensageiros de Deus. Os Tronos são os guardiões do planeta e têm a missão de auxiliar outros anjos de ordens inferiores.
Segunda Tríade
Composta por Príncipes da Corte Celestial que se dividem em Dominações, Potências e Virtudes. Os anjos da classe Dominações são responsáveis pela observação do cumprimento das ordens de Deus por parte de outras classes angelicais. Atribuem aos outros anjos funções específicas e atuam como elemento de integração entre os mundos materiais e espirituais.
Os anjos pertencentes à classe Potência são responsáveis pela proteção dos animais e são capazes de operar milagres. Dentro desta classe há os anjos responsáveis pelo nascimento e morte humana.
Virtudes é a terceira classe desta tríade e é responsável pela eliminação dos obstáculos naturais que interferem no cumprimento da vontade divina. São portadores e condutores de bênçãos que se refletem em milagres.
Terceira Tríade
A Terceira Tríade angelical é responsável pela condução dos caminhos dos homens e das nações. Este grupo é formado por Principados, Arcanjos e Anjos. Os Principados são responsáveis pela guarda dos países e das cidades, reinos e províncias; além da fauna e flora da Terra.
Os Arcanjos são aqueles que servem à Deus e aos homens. São responsáveis por vários aspectos da existência humana, como a sabedoria e os bons relacionamentos. Os Arcanjos também são encarregados de enfrentar diretamente as legiões demoníacas.
Os Anjos são os que estão mais próximos da humanidade e zelam pelo bom desenvolvimento do homem na Terra. São responsáveis diretos pelo auxílio dos seres humanos em atividades cotidianas, incluindo necessidades do plano material. É nesta classe que se encontram os populares Anjos da Guarda.
Iconografia Angelical
Apesar de serem representados artisticamente desde as primeiras civilizações, a imagem dos anjos tornou-se muito mais freqüente na Idade Média. Neste período, sob forte influência da Igreja Católica, os anjos deixaram de ser apenas uma idéia presente no imaginário popular e um elemento da religiosidade, para adquirirem cores nas telas e gravuras medievais e ganharem formas físicas nas esculturas que compõem as catedrais góticas.
Nestes casos, geralmente, o Anjo é representado como uma criança ou um belo jovem. Em ambas as situações são atribuídas asas de pássaro e uma auréola sobre a cabeça. Estes elementos simbolizam valores morais como inocência, santidade e bondade.
Ainda, na arte cemiterial, os anjos são freqüentemente encontrados não apenas como um ornamento funerário, mas principalmente com um simbolismo próprio que pode representá-los como um mensageiro de Deus, como aquele que conduz o falecido ao Reino Divino ou como a ressurreição do espírito, entre outros.
Entretanto, mais do que as representações artísticas, os anjos têm um papel fundamental na psique humana. A crença em seres superiores que acompanham os homens e os conduzem por toda sua vida funcionando como um elo entre o divino e o humano, auxilia no desenvolvimento e fortalecimento da fé, gerando um conforto psicológico e espiritual.
(*) Este texto foi enviado por nossa amiga Rosangela Barreto (Rose), a quem agradeço a amizade e o carinho de sempre.
Acreditamos, eles existem mesmo. As provas filosóficas de Tomás de Aquino, somadas ao conhecimento que temos hoje no que diz respeito aos mistérios quânticos e referentes à relatividade, ao estudo do tempo e outros assuntos da física, nos mostram claramente que precisamos resgatar os conhecimentos que foram esquecidos e que hoje retornam a ser discutidos.