Gosto imensamente de gravuras, telas de pintores do mundo e nunca me passa despercebido um Espaço de Arte, onde vimos ali o que de melhor um artista produz.
Anos atrás participei de um concurso literário. Deveria fazer um Conto.
Ali coloquei o melhor de mim. Fiz com tanto zelo, cuidei o uso das palavras, busquei emocionar o leitor. O título era Pintando-me.
Diferentemente dos outros dois concursos que tive meus Contos selecionados em livro, este foi o que mais me empenhei, acreditando que, certamente, levaria o prêmio principal ou ficaria dentre os primeiros colocados, tamanha minha convicção de capacidade.
Qual a minha surpresa que não fiquei nem mesmo dentre os trinta indicados na seletiva.
Naquela ocasião, onde sofri uma derrota por me achar ‘a melhor’ antecipadamente, ignorando que meu avaliador poderia não ter o mesmo conceito a respeito, não dei a freada necessária nessa conduta tão maximizada e destrutiva sob o ponto de vista humano.
Fabrício Carpinejar, um jornalista e escritor renomado, afirmou em Zero Hora – Caderno Donna – de domingo que “Quem se elogia antes não oferece espaço para elogio depois.”
Quanta verdade contida nesse pensamento!
Quando nos achamos demasiadamente melhores, elevando, sobremaneira, nossos atributos deixamos de oportunizar o outro a ter/dar sua opinião, assustando e espantando quem se aproxime, aliás, se acaba incorrendo num comportamento de absoluta falta de humildade.
Pessoas que se ‘pintam’ como excepcionais, donos da verdade, superiores transitam por ambientes doentios, cujos frequentadores jamais lhes darão ouvidos, pois que todos não se permitem ouvir nem descer qualquer degrau.
Se, ao competir naquele Concurso literário, tivesse me posto menos convicta de meu talento e acreditasse que o mundo gira em torno de outras pessoas que podem e devem ter mais capacitação que eu, possivelmente, teria recebido aquela negativa de uma forma menos traumática.
Semana passada, voltei a pisar nesse terreno, porém agora o impacto já não trouxe desolação, contudo percebo que ainda guardo uma demasiada e errônea autoconfiança.
Ao pedir o ingresso de meu Blog Maturidade no agregador Ocioso sua equipe me informou que, primeiramente, iriam fazer uma avaliação e depois me dariam a resposta ou seja minha aprovação não era automática e poderia não ser aceita.
Ôpa!… o sinal! Desta vez usei o freio.
Percebi que , como diz Carpinejar à moça que lhe consultou sobre um envolvimento amoroso, “Minha dica: use talheres e guardanapo, pare de comer com as mãos.”
Hoje, quando chegou a resposta da Equipe do Ocioso, estava usando talheres e guardanapo.
Obrigada pela orientação, Fabrício.
Que nossas mãos sirvam mais para cumprimentar.
Obrigada pelos depoimentos tanto de Nelson quanto de de Medina.
Acrescem ao tema.
Feliz.
Abraços, Maria Marçal
Ego inflado é normal quando alguém está satisfeito com o próprio desempenho. Por isso se diz que o maior inimigo está dentro da gente, e não fora. A autohumilhação vem daí, quando o ego inflado demais ocupa espaços que não deveria, os espaços comuns. São justamente esses espaços que fazem o indivíduo se perceber valorizado pelos demais.
Muito bom estou tomando a liberdade de compartilhar.
Obrigado pelas sábias palavras.
Nelson.