Lino Tavares


      Na série de entrevistas com estrelas do fascinante universo da música, figura nesta edição a cantora Erikka Rodrigues, uma das mais ecléticas do país, revelada no programa de calouros do apresentador Raul Gil, quando era levado ao ar na Rede Record, representando um marco da MPB no limiar do século 21, fazendo despontar para a fama nomes que se consagraram no cenário musical do país.

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    Conhecida nacionalmente por ter uma das vozes mais potentes e afinadas do país, Erikka Rodrigues,  que também é compositora, nasceu na Grande São Paulo, ingressando muito cedo no panorama musical. Seu pai era profissional desse ramo artístico e contratava fenômenos do gênero sertaneja da época, como Theodoro e Sampaio e outros, para espetáculos em eventos diversos.  Surpreso ao constatar que a filha cantava as músicas desses ídolos com muito estilo, afinação e, principalmente, personalidade artística,  percebeu que a pequena Erikka trazia de berço a vocação para a arte de cantar e interpretar.

    Nesse primeiro contato com a música, Erikka consolidou a base em função da qual se tornaria reconhecida, mais tarde,  em um programa de televisão.  Ganhou destaque na mídia ao se tornar, mediante brilhantes interpretações, uma das vencedoras do Programa Raul Gil, onde se destacou, sob aplausos e repetidos elogios do júri,  interpretando canções de sucesso,  como  hits de Whitney Houston, Celine Dion, Bruno e Marrone, entre outras. A partir dessa etapa exitosa,  sua carreira deslanchou, culminado com a gravação de seu primeiro CD de músicas românticas,  lançado pela Warner  Music, em 2002, vendendo mais de 80 mil cópias. Depois desse “pontapé inicial” na carreira, Erikka começou a sentir-se cada vez mais próxima da escalada para o sucesso e apaixonou-se  pelos musicais, passando a trabalhar ao lado de renomados artistas do teatro brasileiro, como o diretor ‘global’  Wolf Maya, em “Musical dos Musicais” (2005, ) e com a diva do teatro brasileiro Bibi Ferreira,  em “Emoções que o tempo não apaga”, naquele mesmo ano.

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Revelando sua versatilidade, Erikka elaborou, em 2010, o projeto de música eletrônica, junto à gravadora Warner Music, denominado “Supernova”, em função do qual invadiu as pistas de dança, lançando dois singles eletrônicos que, juntos, alcançaram mais de 600 mil visualizações no youtube. Por conta desse projeto, Erikka rodou o Brasil, em 2010 e 2011, com uma bem sucedida turnê.

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Em 2012, após ser contratada para um show na Feira agropecuária em que seu pai trabalhara, agenciando espetáculos, Erikka decidiu dedicar sua carreira à música sertaneja,  resgatando assim suas origens e agregando todo o seu aprendizado das apresentações anteriores, como  a dança e a sonoridade pop, consolidando assim uma nova etapa na carreira. A música “Só que não”,  com lançamento pela Sony Music, marca a volta da cantora ao estilo que sempre a influenciou e a colocou no cenário musical: o Sertanejo. Erikka lança mais singles  no primeiro semestre deste ano, bem como o álbum , um promo com duas músicas e um vídeo clipe.   O misto de simpatia, beleza e  carisma, que constitui a extraordinária performance de palco de   Erikka Rodrigues, fazem da cantora uma das mais apreciadas artistas do gênero no país. Consciente disso, Erikka disponibilizou gratuitamente, em seu site oficial e em sua fanpage, no facebook, duas de suas músicas de maior sucesso:  “Só que não”, lançada pela Sony Music, que surgiu de uma brincadeira muito disseminada na Internet (dizer algo e logo negar, contradizendo a expressão). A nova versão ganhou uma nova roupagem ao passar pelas mãos do experiente produtor musical Laércio da Costa,  que está produzindo seu novo CD, a ser lançado oportunamente. Laércio foi produtor musical de duplas conhecidas como Fernando e Sorocaba e Thaemme e Thiago.
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     Erikka vai lançar neste ano mais singles um album completo Mergulhando ainda mais nas expressões virtuais,  a cantora paulistana coloca em realce na sua arte outros termos conhecidos como “hashtags”, palavra-chave relevante em um assunto ou tema veiculado na Internet. A outra música, “Bandida”, com mais de 520 mil visitações, também pode ser baixada através do site, podendo ser canalizada para o celular, em versão ringtone. Acerca desse procedimento, Érikka diz textualmente: “Me inspiro muito no que ‘tá rolando’ na Internet; não passo um dia sem postar fotos ou trocar mensagens com os fãs”. O êxito desse trabalho, expresso em forma de sucesso, deve-se também ao excelente nível de produção dos shows e ao trabalho competente dos empresários envolvidos na preparação da cantora, que alcança o ‘status’ de uma verdadeira musa do Pop Sertanejo, respaldada pela eficiência do Escritório 7 Notas. Mercê desse conjunto de valores agregados, Erikka Rodrigues transita com sua arte musical no primeiro escalão da música brasileira.
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Nesse contexto artístico, tornou-se alvo da admiração do consagrado cantor Agnaldo Rayol, que a convidou para cantar no show de lançamento de seu DVD “Agnaldo Rayol e Amigos”, realizado nos dias 16 e 17 de julho, no THEATRO NET RIO, em Copacabana, espetáculo comemorativo aos 53 anos de carreira do grande cantor. Além de dividir o palco com  com Agnaldo, em shows e na televisão, Erikka tem na pessoa desse ídolo brasileiro um verdadeiro amigo, sempre disposto a emprestar seu enorme prestígio no sentido de contribuir para o crescimento profissional da amiga, de quem se confessa um admirador.
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 Erikka Rodrigues responde:

   A partir de que idade você descobriu sua vocação para ser cantora ?

   R: A idade ao certo não sei, mas logo que aprendi falar percebi que podia cantar.
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Quando e onde você começou a cantar  e qual era o gênero musical  preferido na época  ? 
R: Em 2000 comecei cantar na igreja e desenvolver minha voz. Ouvia muito Whitney Houston, Zezé di Camargo e Luciano e Michael Jackson. Sempre fui eclética, ouço de tudo e gosto de cantar tudo.

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Você acha que,  atualmente, está mais fácil conseguir espaço no cenário musical, cantando solo ou em dupla ? 
R: Acho que esse fator não determina o espaço a ser conquistado. Acredito que a verdade do artista o leva onde ele pretende chegar, seja dupla ou solo.

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Dentre todas as músicas que já cantou, qual a que mais marcou sua carreira ? 
R: Algumas músicas traduzem exatamente o que o artista sente no momento e acho que isso toca ainda mais o público. É o caso de “Abandonada” e “Bandida” que são músicas de intenções completamente diferentes e ambas marcaram.

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Mesmo depois de ter conquistado seu espaço profissional como cantora, você ainda sente algum nervosismo ao pisar no palco ?
R: Sim, isso é normal e faz o prazer de estar no palco ainda mais gostoso.

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Não raro, você divide o palco com nomes consagrados da música brasileira. Com qual deles você se sente mais à vontade, podendo até chamá-lo de amigo ?
  R: Agnaldo Rayol é um amigo, além de um ídolo. Acho que a química entre nós fluiu muito bem,  isso deixa sim a
interpretação mais solta.
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..Você acha que os festivais de música, como os das décadas de 1960, 1970 e 1980, estão fazendo falta para abrir novas oportunidade no cenário da MPB ?
 R: Sempre pesquisei e ouvi falar sobre a importância desses festivais. Acho que participei de um  “festival”,  porque não considerei  o Programa Raul Gil como um concurso de calouros. Nunca ganhei dinheiro, não disputei um prêmio, apenas queria ser ouvida e acabei sendo contratada por uma gravadora. Acho que seria interessante a volta do modelo “Festival”, onde os compositores  pudessem  mostrar seus trabalhos e os  intérpretes pudessem ser reconhecidos, mas gosto da  linguagem do “The voice”, acho que tem uma magia próxima do que eu vivi.
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Que avaliação você faz do nível das músicas produzidas hoje no Brasil. As considera ótimas, boas, razoáveis ou ruins ? 
R: Produção é uma coisa que envolve tempo e dedicação. Muitas vezes os profissionais envolvidos na construção de uma musica não pensam em deixá-la o melhor possível, pois o tempo corre e outros trabalhos precisam ser feitos. Como uma produção em série, onde a caixa esta pronta e o produto precisa entrar ali. O nível só aumenta quando produtor/ artista / empresário se interessam por isso. Eu sou totalmente a favor do funk, do pagode, do sertanejo e dos ritmos populares do Brasil;  defendo isso no meu próximo CD. Tudo pode ter qualidade desde que seja feito com dedicação.

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Como ex-caloura, você acha que a seleção nos programas de calouros obedece a critérios totalmente justos ? 
R: Para entrar num programa de TV que julga cantores é necessário ter bastante coragem. Se submeter ao julgamento e às justiças e injustiças que podem acontecer. No fim, é um grande aprendizado, faço um balanço bom do que aconteceu comigo.

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Você se sentiu injustiçada, alguma vez, participando de programa de calouros  ? 
R: Não. Só participei de um na verdade, o que me projetou com muito respeito diante do publico.

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Acha possível a um cantor novato alcançar o sucesso sem pagar jabá nos principais programas de rádio e televisão ?
R: Acho.

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A vida artística é muito atribulada. Mesmo assim, sobra um tempinho para dedicar-se ao lazer e à família?

   R:  Sim, eu preciso fazer ter,  porque se não tiver convivência com eles perco a inspiração. Tudo gira em  torno deles.

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Considera satisfatório o apoio dispensado pelo Ministério da Cultura à arte musical brasileira ? 

   R: Acho que um país sem cultura é limitado. É importante que a lei Rouanet beneficie mais projetos, mas sou a
favor de que sejam criados outros modelos que sejam mais próximos dos artistas da periferia.
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..Tendo despontado para a fama num Quadro do  Programa Raul Gil, na Record, você considera
suficiente o apoio recebido da produção, no sentido de alavancar sua carreira ?
R: O compromisso do programa não era esse e eu sabia. Era um programa de TV, uma vitrine. Eu  mesma corri atrás do meu  crescimento artístico com o apoio de um amigo que custeou minhas aulas no teatro. O teatro me abriu portas, fiz dois musicais e  fui  dirigiida por Wolf Maya e Bibi Ferreira. O convite  para participar do DVD do Agnaldo Rayol veio dele mesmo, que me assistiu  num  desses musicais.  Fiquei  um tempo sem gravar, depois ingressei na dança e lancei dois singles pop “dance” num projeto chamado Supernova.  Isso agregou a dança ao meu trabalho e aumentou ainda mais o meu desejo de  misturar  os ritmos populares brasileiros ao meu estilo. Enfim, recebi um espaço na Tv e aproveitei o resultado positivo que me trouxe.
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Que avaliação você faz do nível da MPB da atualidade, podendo, se quiser, atribuir a ela uma nota
de zero a dez ?
 R:  A MPB hoje é uma coisa mais ‘cult’, cheia de bons artistas ainda escondidos e grandes artistas que fazem               música  boa,  mas não chegam a tocar nas rádios populares. Se é musica popular brasileira,  precisa de fato ser
popular,  tocar, ser consumida… Que se abra mais espaço para eles, acho que falta. Dou 10 para os artistas..
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Quem mais a incentivou no início da carreira ?
R: Mãe e pai, amigos, parentes. Meu pai trabalhou certa época no ramo da musica e me encorajou muito.
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Você acredita que possa haver mudanças para melhor, em função  dos protestos de rua que estão voltando no Brasil ?
R: sim, sou a favor. Atinge todas as áreas e a musica será beneficiada.

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“Bate Bola” com Erikka Rodrigues


Uma grata recordação ? 

     Um caderno com frases e poemas escritos pela professora da terceira série.


Um agradecimento especial ? 

     A Deus por cada momento.


O momento mais importante de sua vida ?

  
Quando me disseram que eu podia vencer com a minha voz.

A coisa mais desagradável que já  lhe aconteceu ?

     A perda do meu pai.


Um sonho realizado ?

    Viver de música.


Um sonho não realizado ?

   Não posso contar  (hehe…)
  

Uma decepção ?

   Com a pobreza.


Uma grata surpresa ?

   Adoro surpresas boas, me lembro de alguns aniversários que me enganaram direitinho.


Uma superstição ?

   Chinelo virado.


Cor preferida ?

   Vermelho.


Número de sorte ?

    5


Prato preferido ?

   Lasanha.


Principal Hobby ?

   Cinema


Time do coração ?

   Corinthians


Cantores de todos os tempos:                        

   Cantor: Nacional ? Lulu Santos/Xororó/Agnaldo Rayol      Internacional ?  Michael Jackson
   Cantora: Nacional ?  Ivete Sangalo                                     Internacional ?  Adele


Personalidade de todas as épocas:

Nacional ?  Ivete Sangalo     Internacional ? Franck Sinatra

 Projetos na carreira ? 

   Um EP a ser lançado ainda esse ano e uma trilogia de videoclipes. 


 …

Considerações finais:

         Obrigada pelo espaço e um beijo a todos os meus fãs que me fazem cada dia mais feliz! Um beijo com carinho,  Lino!

Interpretação Musical

     No encerramento da entrevista, vídeo com  música “Vai me proteger”,  interpretada por Erika Rodrigues, em parceria com Agnaldo Rayol, um dos cantores brasileiros  mais aplaudidas de todos os tempos, que disse textulamente, num programa de televisão, referindo-se à nossa entrevistada: “Erikka Rodigues é uma das maiores cantoras que eu já ouvi… ela é sensacional. Eu acho que realmente ela tem que ‘explodir’ neste país e até fora deste país”

Acesso virtual Erikka Rodrigues:

Pagina no  Facebook: www.facebook.com/erikkarodriguescantora

Site: www.erikkarodrigues.com.br

3 thoughts on “A Estrada de Sucesso de Erikka Rodrigues

  1. IRANILDE RABELO says:

    A Erikka é explêndida! Tem beleza, carisma, talento, simplicidade, simpatia, enfim ela é maravilhosa??

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