O Pelotense é apenas mais uma vítima de boatos populares

 

O pelotense não é o único a sofrer com este tipo de má fama. Há muitas histórias e boatos que acabam se tornando pseudo verdades na cultura popular e na grande maioria das vezes a população não tem a menor ideia de onde surgiu.

Dentre estes vários mitos, há o de todo campineiro ser homossexual, todo carioca ser preguiçoso, todo baiano ser malandro, todo paulista ser mau humorado entre muitos outros.

Hoje irei explicar o motivo da fama do pelotense

O pelotense não é o único a sofrer com este tipo de má fama. Há muitas histórias e boatos que acabam se tornando pseudo verdades na cultura popular...
Museu Baronesa – Pelotas – RS

No final do século 19, a cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul tinha muitos produtores de charque, nesta época estes produtores estavam em franca expansão e começaram a ter uma das maiores rendas da região sul do País. Sabendo que a educação de qualidade é uma ferramenta muito eficaz para o progresso, estes produtores resolveram enviar seus filhos para estudarem na Europa, principalmente na França e Inglaterra.

Ao retornarem para casa, estes jovens vieram com educação mais refinada que os outros moradores e também traziam consigo roupas mais sofisticadas, como camisas de gola e acessórios como cachecóis, luvas e coletes de lã coloridas e  hábitos alimentares diferenciados de seus vizinhos de educação e costumes mais rústicos, além de se tornar comum estes jovens serem flagrados conversando em francês e/ou inglês.

Outro fator que influenciou muito foi a decisão de não tomar parte na Revolução Farroupilha e nos Conflitos Castelhanos, até por não se encontrarem na fronteira e por terem que lidar com a grande demanda por seus produtos.

Em uma época em que os conflitos na região gaúcha estavam fervilhando, os moradores de Pelotas se comportavam na contramão dos acontecimentos, mantendo uma cidade pacifica e com foco nos negócios.

Estes foram os principais motivos, não os únicos, que fizeram de Pelotas alvo da ira dos moradores das cidades próximas e a disseminação do boato que todo pelotense era afeminado. Ou seja, ter educação no Brasil sempre foi motivo de preconceito.

5 thoughts on “A Fama de Gay do Pelotense

  1. Rose says:

    Obriga Giba por nos passar um pouco da nossa cultura Farropilha e agraciada com os comentários do Lino Tavares, mesmo sendo informações da área futebolística na qual não me enquadro, aprovado !
    abraço
    Rose*

  2. Lino Tavares says:

    Como colunista do Diário Popular, de Pelotas, devo testemunhar que esse esclarecimento do Giba é lídima expressão da verdade e o faz merecedor do título de “Cidadão Pelotense”, pela grandeza de propósito em tornar público esse texto que contribui para reparar um grande injustiça cometida contra uma das cidades mais civilizadas e progessistas da região sul gaúcha. Para quem não sabe, Pelotas é importante polo educacional e industrial , possuindo as melhores fábricas de doces do Brasil. É possuidora de larga tradição no esporte, principalmente o futebol, representado pelos clubes Pelotas, Brasil e Farroupilha. A atriz Glória Menezes é pelotense e se orgulha muito de sua terra natal. Uma história do futebol de Pelotas: Na década de 1950, o Brasil possuía um ” cracaço” de Bola chamado Joaquinzinho. De olho no craque, o Santos ofereceu um de seus atletas juvenis e uma quantia em dinheiro ao Brasil, para levar Joaquinzinho para a Vila Belmiro. mas o clube peotense rejeitou a proposta e vendeu o passe do atleta para o Internacional, de Porto Alegre. Sabem quem era o juvenil do Santos que o Brasil, de Pelotas, rejeitou na troca por Joaquinzinho ? Edson Arantes do Nascimento, o mesmo Pelé que viria a se consgrar na Copa de 1958, na Suécia, quando conquistamos nosso primeiro título mundial. Imagine que, se o Brasil tivesse fechado negócio com o Santos, na ocasião, talvez hoje fosse aquilo que acabou se tornando o clube santista: um dos mais famosos do mundo. Que coisa, hem !

  3. Atena says:

    Puxa, Giba, obrigada pela aulinha de História. É uma vergonha, mas conheço mais História Universal do que a nossa (gaúcha).
    abraços

    • Gilberto says:

      Atena, não é vergonha nenhuma não conhecer parte da história, afinal de contas, nossa história é muito rica e é muito dificil conhecer todos os seus detalhes.
      Um grande abraço

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