Vimos esta semana a ocupação da polícia na favela da Rocinha no Rio de Janeiro, que resultou na prisão do maior e mais procurado traficante, o Nem. Um grande esquema que envolveu as polícias Militar, Civil, Federal e Rodoviária Federal, com mais de 3 mil homens, 18 veículos blindados, 7 helicópteros. Um dos maiores efetivos já utilizados em ações de comunidades.
Até aí tudo bem, não fosse à imprensa e a polícia avisar a data, hora e locais de ocupação, dando assim, tempo para os bandidos e traficantes mudarem de favela antes da chegada da polícia. A imprensa nos seus furos de reportagens, muitas vezes acaba atrapalhando o trabalho da polícia. Ou talvez, fazem de caso pensado, pois a polícia sabendo dos perigos que correm ao subir os morros cariocas divulga todo o esquema antes, assim dão a impressão de trabalho bem feito, porém sobem seguros de que nada lhes acontecerá, já que os grandes e perigosos chefes já estão longe daquele local, assim apenas tem o trabalho de recolherem as poucas drogas e armas que sobraram e prenderem alguns coitados que dão a vida pelo grande chefe, o ‘dono’ da comunidade.
Do modo em que agem podem instalar UPPs, prender traficantes, mas não vai resolver o problema da ausência do estado. Faltam políticas públicas sérias, com leis mais severas e puníveis a bandido, traficantes e policiais corruptos que extorquem o povo para construir verdadeiros impérios na beira da praia.
Cenas de guerra como as vistas nos últimos dias no Rio de Janeiro são uma vergonha, tanto para o estado sede das Olimpíadas de 2016, como para o Brasil. Um verdadeiro arsenal de guerra, porém necessário, visto que as autoridades deixaram a bandidagem dominar, agora a única solução encontrada é essa, levando pavor aos moradores e tranquilidade aos chefes do trafico, pois esses sempre se safam e a prisão do ‘Nem’ foi nada mais do que um acidente de percurso, e não se surpreendam se o ‘Nem’ acabe como o ENEM: Vazando!
José Antonio Karacek é catarinense, Deficiente Físico, Colunista, Idealizador e administrador do Blog Cotidiano Em Foco, além de ser mais um cidadão indignado com a atual política brasileira
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