Maria Marçal

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Quando éramos jovens – e não que sejamos velhos agora – víamos da janela um mundo e os amores emoldurados pela fantasia.

Dessa janela, os olhos percorriam um horizonte imenso e transparente como se disséssemos:
– não existem romances desfeitos.

Nossos olhos brilhavam frente a tantos enamoramentos que davam certo até curto período de tempo, porque qualquer diferença ou uma mínima briguinha já destituía o amor, que seguia leve seu destino.

janela

Que doce forma de mergulhar na vida amorosa!

– livre… sorridente… descompromissada e feliz.

Passados os cinquenta, sessenta anos, ainda chegamos à janela, mas nossos olhos já expressam cansaço pelo esforço de procurar a melhor visão, o mais belo dos amores ou o casamento de pessoas afins.

A maturidade hoje nos faz debruçar à janela embaçada, pendendo a cabeça ora à direita ora à esquerda e, muitas vezes, a paciência se finda nessas mexidas e optamos por sair desse lugar.

Nesse Dia dos Namorados sei que nós, solteiros, não deixamos de chegar na janela, mesmo que embaçada, porque seja a idade que for, ainda gostamos de sonhar pertencer a alguém, conjugando a matemática do um mais um, igual a dois.

E como bem diz a música que acompanha essas adocicadas palavras com perfume das flores:

– Eu sei…Eu sei …  Agora eu sei

Que

“No dia em que alguém te ama, faz um tempo muito bonito”

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