Lino Tavares

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Nos países subdesenvolvidos ou ditos em desenvolvimento, como o Brasil, cultiva-se a ideia de que coisas como possuir telefone residencial,  automóvel, filho em colégio particular, casa na praia e viajar de avião é privilégio de rico. Hoje em dia, com as facilidades das vendas a crédito  e a produção em larga escala, vários desses antigos sonhos de consumo das camadas de menor renda já se tornaram realidade. Um deles é trocar o desconforto das viagens rodoviárias, demoradas e perigosas, pelo transporte aéreo, que em determinados casos  sai até mais em conta do que viajar por terra.
aeroporto

     Mas parece que os comerciantes que ‘vendem seu peixe’ nos aeroportos brasileiros continuam achando que só os bem aquinhoados financeiramente é que viajam de avião nos dias atuais. Chega-se a essa conclusão, em função dos preços abusivos que são praticado nos estabelecimentos comerciais que atuam em nossos terminais aeroviários.

O abuso é tamanho que, em alguns  desse locais, chega a ser cobrado R$ 10 por um simples cafezinho. Os restaurantes e similares usurpam a exaustão na venda de seus produtos alimentícios, chegando a cobrar por uma simples torrada o absurdo de R$ 15. Semanas atrás, fui pagar a conta de um almoço num restaurante do aeroporto de Viracopos, em Campinas, e verifiquei que os 20 e poucos reais que estavam sendo cobrados pelos  300 gramas de comida que peguei correspondiam ao preço de R$ 65 pelo quilo da refeição, o que representa o dobro da média de preços da refeição por peso praticado nos outros restaurantes da cidade.  Refrigerantes, água mineral e outros líquidos custam nos aeroportos cerca de 50 por cento mais caro do que nos outros locais.

O que causa estranheza é que esses abusos, na comercialização de produtos, são praticados exatamente nos locais por onde transitam as autoridades de governo responsáveis pela fiscalização de preços no país, sem que jamais se tivesse notícia acerca de algum flagrante lavrado por autoridade competente, enquadrando algum desses estabelecimentos mal acostumados a usurpar a economia popular. Com um pouco de esforço, não é difícil entender que,  para essas autoridades que passam pelos aeroportos como passageiros, tanto faz pagar caro ou barato por aquilo que consomem nesses locais, uma vez que suas viagens são quase sempre custeadas com o dinheiro público,  não lhes doendo no bolso, portanto, qualquer abuso de preço de que venham a se tornar alvo.

3 thoughts on “A Roubalheira Impune nos Aeroportos

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  3. Osmar Ljudwig says:

    POR ESTA E POR OUTRAS, QUE EU CHEGO SEMPRE NO AEROPORTO UMA HORA ANTES, SEMPRE COM AS REFEIÇÕES ADIANTADAS E EM DIA, COM TUDO QUE TENHO DIREITO NA BAGAGEM DE MÃO, HALLS, CHICLETE, BOLACHA CLUBE SOCIAL, SÓ COMPRO MESMO UMA ÁGUA. (PORQUE NÃO POSSO LEVAR) ACHO UM ROUBO E ME SINTO MAL COMPRANDO COM ESTES PREÇOS.

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