A vidraça 3 Um casal, recém casados, mudou-se para um bairro muito tranquilo.
Na primeira manhã que passavam na casa, a mulher reparou através de uma enorme vidraça que tinham na sala, que uma vizinha pendurava lençóis no varal e comentou com o marido:
– Que lençóis sujos ela está pendurando no varal!
Provavelmente está precisando de um sabão novo. Se eu tivesse intimidade perguntaria se ela quer que eu a ensine a lavar as roupas!
O marido observou calado.
Alguns dias depois, novamente, a vizinha pendurava lençóis no varal e a mulher comentou com o marido:
– Nossa vizinha continua pendurando os lençóis sujos! Se eu tivesse intimidade perguntaria se ela quer que eu a ensine a lavar as roupas!
E assim, a cada dois ou três dias, a mulher repetia seu discurso, enquanto a vizinha pendurava suas roupas no varal.
Passado um mês a mulher se surpreendeu ao ver os lençóis brancos, alvissimamente brancos, sendo estendidos, e empolgada foi dizer ao marido:
– Veja ! A vizinha aprendeu a lavar as roupas. Talvez a outra vizinha a ensinou porque, não fui eu quem fez isso.
O marido calmamente respondeu:
– Não, é que hoje eu levantei mais cedo e lavei os vidros da nossa vidraça!

Com que tipo de vidraça, você tem procurado observar o mundo?

Indicação do amigo José Felipe do blog Um Pouco de Tudo

3 thoughts on “A vidraça

  1. Jackie Freitas says:

    Oi querido Giba,
    Eu conhecia essa história, também. Adoro pensar nela quando ouço pessoas que se ocupam com a vida alheia e não sabem o que acontece dentro de sua própria casa. Algumas pessoas enxergam a vida sempre embaçada e por essa razão acham que tudo ao redor está embaçado e jamais admitem que o problema está apenas na própria visão, que um bom óculos (de bom senso e consciência) já resolveria parte do problema…
    Grande beijo, meu querido.
    Jackie

  2. Cubo Mágico says:

    Olá meu amigo giba…

    Eu já conhecia esta história, mas ela me fez lembrar aquela frase: "Tens a capacidade de ver o cisco que tem no olho do outro, mas não consegues ver a trave que tens no teu".

    Abração meu amigo

  3. Rose says:

    Giba, podemos usar o que você escreveu para nossa vida cotidiana,é fácil julgar e condenar o outro. Como é forte o gosto para se cultivar maledicências, culpar os outros se eximindo de assumir responsabilidades. Em razão disso muita gente mente deslavadamente, acusa os outros, arma ciladas e, a todo custo, justifica sua própria situação e a mantém, ilusoriamente, convencida de se estar na direção certa. Já é uma subcultura perversa esta de justificar-se como bom na medida em que se desprestigia e encontra motivos, até mesmo falsos, para dizer que o outro não é e desmoralizá-lo. Não é este um defeito peculiar da cultura contemporânea. Na verdade, esta é uma deficiência, de certo modo congênita, ao coração humano. É muito fácil criticar e emitir juízos a respeito dos outros e das situações em estando, enquanto juiz, de fora e distante. Por isso mesmo, as pessoas são extremamente exigentes quando se trata de reclamar os próprios direitos, de serem atendidas nos seus pleitos ou na satisfação de suas necessidades. O mesmo não se verifica, tendo como referência a si mesmo, quando diz respeito a respostas dadas aos outros, comprometimentos, a verdade dos fatos e uma generosidade solidária.
    A própria Bíblia nos fala :‘Deixa-me tirar o cisco do teu olho’, quando tu mesmo tens uma trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave que está no teu olho, e então enxergarás bem para tirar o cisco do olho do teu irmão” (Lc 6).
    Boa metáfora essa de hoje Giba, abração amigo (Rose)

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