(*) Por: Lino Tavares
Que me perdoem os que pensam em contrário, mas, como não sou hipócrita nem carrego medo, como cantava Teixirinha em “Gaúcho de Passo Fundo”, não concordo com a decisão da Suprema Corte em estender aos casais homossexuais o direito de adotar crianças.
Todos sabemos que o preconceito está na cabeça das pessoas, cuja grande maioria não o exterioriza temendo punição ou para se fazer passar, aos olhos da sociedade moderna, por cidadão ‘politicamente correto’.
Se ele existe em larga escala contra o homossexualismo – e vai continuar existindo, queiramos ou não – torna-se fácil imaginar que acabará refletindo, logicamente, sobre esses filhos adotivos, tão logo comecem a conviver com as outras crianças e jovens pertencentes às famílias tradicionais, podendo comprometer seriamente a personalidades do indivíduo nessa situação, a ponto de lhe causar traumas irreversíveis e até mesmo uma revolta interior, pelo fato de ter sido incluído, à revelia de sua vontade, em um contexto familiar
incomum, diferente e – por que não dizer ? – anômalo, posto que não coaduna com o processo natural da vida, cuja continuidade sobre a face do Planeta, quer entre os humanos, quer entre os animais, depende exclusivamente do milagre da reprodução, que é fruto do acasalamento entre seres sexualmene opostos.
No que diz respeito ao reconhecimento da união estável entre pessoas de mesmo sexo, por parte da justiça brasileira, é algo que merece o nosso aplauso, haja vista que toda forma de opção de vida que expresse a livre vontade do indivíduo deve ser acatada e respeitada, posto que está implícita nos postulados do direito e da dignidade humana, sem o que a noção de cidadania não estaria sendo interpretada na sua expressão mais elevada.
Mas é preciso que essa forma de optar esteja isenta de qualquer possibilidade capaz de ferir o direito de terceiros, como o de uma criança passível de adoção, cuja futura integridade física e psicológico é dever do estado preservar, no momento delicado de uma adoção.
(*) Lino Tavares é jornalista diplomado, colunista na mídia gaúcha e catarinense, integrante da equipe de comentaristas do Portal Terceiro Tempo da Rede Bandeirantes de Televisão, além de poeta e compositor.
Curtir isso:
Curtir Carregando...
Artigos Relacionado
I too published a very similar article sometime back
Srs. e quantas crianças orfãs de fato estão nesse momento pensando no que poderiam ter, essa visão bucolica e romantica da noiva, esse temor do preconceito nas reuniões e essa exacerbada preocupação com o destino da raça humana, ter fim por falta de procriação, não temam, homossexuais já existiam em sodoma e gomorra e Deus teve acabar com as cidades, Gays sempre existiram e o mundo anda cada vez mais cheio, a humanidade pode acabar por outros motivos, falta de copulação não. Os termos como dito papai e mamãe transcendem apenas o carnal e o genetico, o amor, o carinho não estão presos ao vinculo carnal, nem a sexualidade, mas sim a algo espiritual, ao filho tratado com amor não importa se o pai é lixeiro ou presidente, assim como uma criança amada saberá entender e respeitará seus pais, ou mães como queiram, paremos com essa peocupação com o futuro dessas crianças e ponderemos soluções , não do que não pode ser feito, mas do que ainda não é feito por elas.
Hoje é o Dia das Mães
Inspirado nele foi que escrevi esse artigo sobre a adoção de crianças por casais homossexuais. Imagine se esse tipo de adoção já existisse no Brasil, quantas crianças "órfãs" de mãe adotiva estariam tristes nesse dia por não ter a quem homenagear.
Nada tenho contra o "casamento entre gays e lésbicas'. Mas tudo tenho a favor das crianças de orfanato que têm o direito a uma família completa, onde os termos "papai" e "mamãe" possam ecoar entre as quatro paredes de um lar.
Jornalista Lino Tavares
Nobre José. Não é pelo fato de estar num orfanato que uma criança deva ser descartada de lá, ainda que com risco iminente para seu futuro que, no caso, poderia afetar-lhe psicologicamente. Imagine a situação de uma criança adotada por um casal gay, numa festinha do "Dia das Mães", na escola em que estuda. Por outro lado, imagine uma jovem adotada por um casal de lésbicas, entrando na Igreja para casar, levada por uma mulher e não pelo pai, como é o sonho de toda nubente. Potanto as implicações são muitas e "pimenta nos olhos dos outros" pode até parecer colírio, mas não é.
Quem opta pelo acasalmento gey ou lésbico abre mau da faculdade de procriar. Logo, a adoção não se justifica do ponto de vista humanitário.
Abrços
Hercílio Souza
Srs(as) entendo e admiro a coragem de vocês e compartilho das vossas preocupações, "desprovidasd de teor disicriminatório ou engajamento politico religioso. Mas pergunto: Alguns de vocês foi alguma vez em um orfanato? Talvez alguns… Alguem já perguntou para alguma criança qual o maior presente que gostariam? Eu já e a resposta foi: …uma famila….será que o fato de ter um pai ou mãe homossexual é uma agressão tão grande? Para mim que vejo pais violentarem sexualmente, agredirem fisica e moralmente sua própria carne, duvido que um gay faria pior. Agora a discriminação, existirá, não por causa dos filhos de gay, mas apesar deles, como existe hoje o falado buling contra, baixos, magros, alto etc etc, será que ao invès de evitarmos a existencia dessa classe de adotados, não deveriamos educar. Lembro que na decada de 60(se não falha a memória) houve a inclusão de negros em universidades do sul dos estados unidos,até então de maioria branca, será que não foi cogitado os problemas, a violencia, a resistencia da maioria branca? sim foi mas foi mais forte a vontade de quebras paradgmas e inserir naquela sociedade uma idéia, a idéia que somos todos iquais, perante a lei e perante Deus, sem hipocrisia. Acho que a garantia como dito no texto da integridade fisica e psicologica garantida pelo estado, deve sim ser cobrada quando uma conselheira tutelar devolve para dois pais drogados os filhos que pedem socorro, para serem mortos e cortados em pedaçõs. Melhor do que pais gays e não ter pai nenhum ou ter um pai monstro.
Querida Vovó, este assunto rende muito e certamente sempre vai prevalecer a opinião pessoal de cada um, mesmo dos psicólogos.
Obrigado por seu comentário
Um grande abraço
Giba
Olá querido amigo Giba,
Gostei de seu post.
Não tenho preconceito algum em relação aos homossexuais, pelo contrário, adoro os amigos que tenho, pois são fiéis, atenciosos, dedicados e verdadeiros.
Quanto a adoção, já pensei no assunto, pois, por mais amorosos que sejam os parceiros, a criança, no mundo em que vive, na escola, sempre tem uma visão familiar composta de pai, mãe e irmãos. Então, como não sou psicóloga, fico pensando como ficaria a cabecinha da criança no decorrer de sua vida, desde pequenina, não tendo a figura materna ou paterna por perto em seu crescimento se seus pais forem somente homens ou somente mulheres.
Acho que é um assunto muito delicado e que somente psicólogos poderiam opinar com competência.
Carinhoso e fraternal abraço,
Vovó Lili