Lino Tavares

     No governo veladamente autocrático em que vivemos hoje neste país, onde o poder executivo compra o legislativo a ‘troco de banana’ e constitui a mais alta corte do judiciário da forma que lhe convém, nomeando companheiros de partido para juiz,  o quesito segurança só é levado a sério em relação aos que, encastelados no poder, tratam de proteger a própria pele, através de aparatos especiais e guarda-costas bem treinados, não estando “nem aí” para o resto da população, que vive acuada pela criminalidade à solta em todo o território nacional. Pude sentir isso na prática, na madrugada de sexta-feira, véspera do carnaval, deslocando-me de automóvel de Porto Alegre para o meu apartamento de veraneio no Balneário Itapirubá, em Laguna-SC. Eu seguia o carro de meu filho, quando em dado momento, na rodovia que liga Osório a Tramandaí, tive um pneu da frente estourado ao passar sobre uma pedra colocada na estrada por bandidos, como armadilha para brecar veículos e assaltar motoristas. Enquanto trocávamos o pneu, surgiram  do mato dois homens, um deles empunhando um revólver, que apontou para a cabeça do meu filho, ordenando que deitasse de bruços. No meu carro havia uma arma,  mas não pude nem pensar em usá-la, pois isso significaria atiçar o bandido a disparar a dele contra o rapaz, o que seria fatal. Com a situação dominada, eles se apossaram do meu revólver, que estava numa pochete com o documento de porte, fornecido pelo Ministério da Defesa,  sumindo no mato sem atirar em ninguém e sem nada mais levar. A rigor, fomos salvos de um dano maior pela arma que eu carregava, mesmo sem tê-la usado, já que ela satisfez o ‘apetite criminoso’ dos meliantes, embora houvesse coisas de maior valor para ser levada, inclusive dinheiro.

MAPA RS 030

   A viagem feita na madrugada –  algo desaconselhável –  tinha como finalidade evitar os “engarrafamentos” rodoviários, que ocorrem na BR-101 nos dias de grande movimento, motivados pelos pontos de estrangulamento existentes nas obras de duplicação, ainda não concluídas em função da incompetência governamental. Mesmo tendo saído de Porto Alegre à meia noite, não consegui escapar do estressante “engarramento”,  não pelo assalto em si, que foi rápido e sem maiores consequências, mas por dois motivos, também relacionados ao desgoverno que aí está, em todas as esferas do poder. O primeiro deles, deveu-se ao tempo perdido durante uma revista em nossos veículos, realizada no posto da PM, na RS-30, pela mesma polícia que, estática em sua ‘casamata’, deixava de patrulhar o pequeno trecho de 19 quilômetros – mal iluminado e cercado de mato – no qual fomos assaltados sem a menor proteção. O segundo motivo do retardamento da viagem verificou-se na Delegacia de Polícia de Tramandaí, onde o funcionário  teve que ‘fazer das tripas coração’, para conseguir tirar uma cópia mais ou menos legível do registro da ocorrência, usando uma impressora em mau estado de funcionamento,  certamente sucateada, como todo material empregado no serviço público, hoje em estado de abandono, que vai de uma simples impressora de delegacia ao mais avançado avião-caça da Força Aérea Brasileira.

4 thoughts on “Assaltado na Estrada. Esse Cara Sou Eu

  1. Dimitre says:

    Lino, parabéns por usar sua própria experiência para denunciar o descaso das autoridades com a segurançadas estradas no Brasil. É um absurdo que os brasileiros sejam reféns da criminalidade num país de impostos tão altos.

  2. Jornalsta Lino Tavares says:

    Obrigado, amigos Albert e Sônia, pela manifestação solidária de vocês. Felizmente, esste contratempo não me abalou e não me tirou a força para “fazer desse limão uma limonada”, produzindo essa matéria, que enviei a todos os escalões de governo que, de uma forma ou de outra, são os grandes responsáveis por esse clima de terror que vivemos hoje nesse país atualmente governado por antigos terroristas das décadas de 1960 e 1970, que, naquela passado ainda recente, trabalhavam em prol da comunização do Brasil, tentando entregar a nossa soberania aos ditames da ditadura do proletariado, com sede em Moscou. O crescimento da criminalidade nesse país é um reflexo do goverrno que temos, minado de antigos traidores pátrios, acostomados e familiarizades com todas as práticas criminosas. Um abraço.

  3. SÔNIA PIRES says:

    Eu só posso te dizer amigo, GLÓRIAS À DEUS, por teres ecapado desta, sem maiores consequências.
    A tua maior arma, foi a presença de DEUS que estava contigo e com teu filho…não tenho outra explicação!

    • Albert Van Caeneghen says:

      Lino,
      Soubemos do assalto e com maiores detalhes no Blog Gibanet, o que
      posso dizer é que neste país onde pagamos impostos astronômicos e abusivos,
      onde temos segurança pública deficitária , rodovias e acessos em péssimo
      estado de conservação e muitos criminosos em liberdade, somos mais
      um boletim de ocorrência policial, infelizmente.

      Lamento ter nascido e viver neste país.

      Se somar todos os crimes e atrocidades que ocorreram após 1980, no governo “Civil”,
      vai ultrapassar todos os crimes políticos do período Ditadura, sem falar de outros desgovernos.

      No Blog Gibanet, tem espaço para Deixe sua Resposta, como é para enviar??

      Um abraço,
      Albert Van Caeneghen – Eng. Eletricista – Chapecó – SC

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