Lino Tavares
O papel do Estado não é garantir empregos e privilégios para ninguém e sim gerenciar a economia global da população, de modo a que ela se torne eficiente para atender os interesses de natureza pública.
Parece contudo que nem sempre isso é entendido por parte de quem tem nas mãos as rédeas do poder. Meses atrás, a empresa de consultoria financeira InDeal, do RS, que atua no mercado de Biticoin, teve seus dirigentes presos por ordem da justiça, suspeitos de estarem atuando fora da lei com suposta atividade lesiva à economia popular.
Por conta dessa diligência, o montante dos aplicadores foi bloqueado, levando muitas pessoas ao desespero diante da iminência de virem a perder suas economias aplicadas.
Os empresários já foram soltos, para responder eventuais processos em liberdade, mas não estão em condições de atender os pedidos de resgate dos aplicadores, embora desejem fazer isso, porque o dinheiro que possuem com essa finalidade continua bloqueado pelo poder judiciário.
Perguntei a um aplicador, Diasper Lucho de Souza, se antes dessa intervenção judicial a InDeal tinha deixado de cumprir algo do que fora acordado sobre a aplicação e ele me disse que nunca houve nada a reclamar nesse sentido. Ora, se a empresa tem recursos para honrar seus compromissos e não o faz, porque o estado não deixa, então essa medida judicial está sendo nociva e injusta com os aplicadores, que têm todo o direito de reaver aquilo que lhes pertence.
O estrando nessa demanda é que a referida empresa vinha agindo há tempo de forma transparente, com seus clientes declarando tais aplicações ao Importo de Renda, sem que nunca tivesse havido alguma notificação por parte da Receita Federal, no sentido de explicar eventual licitude envolvendo esse tipo de negócio.
De repente, inciativas outras promovem sesse misto de ação policialesca e judiciária e prendem o dinheiro do povo por prazo indeterminado, causando aflição a milhares de pessoas que se sentem punidas pecuniariamente sem haverem cometido algumas ilicitude que o justifique. .