(*)
Quando se fala em negociação, invariavelmente uma questão nos vem à cabeça: a negociação de nosso salário.
Antes de qualquer coisa, Robert Wong, consultor, headhunter e escritor que participou do Fórum HSM de Negociação na última terça-feira afirma que precisamos compreender que:
– O objetivo final de uma empresa é o lucro. E você é um dos meios para que a empresa atinja o lucro.
– Em contrapartida, o nosso maior objetivo é felicidade, e a empresa é um dos meios para que você possa alcançar a felicidade.
– O salário é apenas uma parte das razões que nos fazem escolher ou continuar em empresa, que passam por:
. Avaliar a posição. O cargo ou a função em que você está é coerente com o que você sabe fazer? Te traz desafios? Você irá crescer? Irá realizar-se nessa posição?
. A Empresa. O ambiente é bom? É próxima da sua casa? Como são as condições de trabalho, os benefícios? E os valores da empresa, são compatíveis com os seus?
. A compensação monetária.
O salário é importante, mas o ideal é buscar um equilíbrio entre esses três fatores. Quem só pensa na compensação acaba sendo tachado de “mercenário”. Conforme Robert Wong, em uma negociação salarial, mais importante do que você pede é COMO você pede.
Por isso, ele recomenda observar os seguintes passos:
– Planeje, planeje, planeje! Pesquise a política salarial da empresa, faixas salariais do mercado, benchmarks.
– Procure um aconselhamento profissional com um especialista. Pode ser um consultor, um headhunter.
– Trate do assunto com quem decide. Queixar-se de problemas salariais com a área de RH e com os colegas não ajuda.
– No momento da negociação, tente ver as coisas sob a ótica de seu chefe.
– Lembre-se sempre que o salário é uma questão profissional, e não pessoal. As pessoas lembram mais dos fracassos do que das realizações, por isso fale de seus sucessos profissionais, seus resultados. Reforce com provas concretas (números). Jamais fale em aumento salarial porque aumentou a escola do filho, ou porque você precisa trocar de carro, etc.
– Saiba a hora certa para pleitear qualquer aumento. Se a empresa está indo mal, não é um bom momento. Se o seu chefe está passando por um período turbulento, também pode não ser um bom momento.
– Ajude o seu chefe a ficar bem na foto. Se ele subir, você também poderá subir. Não se trata de “puxar o saco”, mas sim de ter uma relação respeitosa e profissional.
– Deixe sempre a empresa fazer a primeira oferta.
– Considere que o importante é otimizar e não maximizar a sua compensação.
– Mesmo que a proposta não seja a desejada, agradeça e deixe as portas abertas para uma eventual nova negociação. Nunca feche as portas.
– Trabalhe continuamente a sua atitude, pois você é normalmente contratado por suas competências técnicas e demitido por suas incompetências pessoais (ou não se deu bem com pessoas na empresa ou com clientes, ou fez intrigas, ou mostrou destempero emocional, etc.).
– E, por fim, lembre-se que o aumento é atrelado ao desempenho, à meritocracia. Sem resultados, não há como negociar salário.
HSM Online
(*) Este texto foi enviado por nossa amiga Rosangela Barreto (Rose), a quem agradeço a amizade e o carinho de sempre.