Lino Tavares
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Nuca estivemos tão mal representados por um chefe de estado, em viagem pelo exterior, quanto na recente visita da presidente Dilma Rousseff a Cuba. Desprovida de suficiente coragem para assumir uma posição firme e decidida contra os maus tratos a presos político da Ilha de Fidel, Dilma preferiu ficar em cima do muro, como fez repetidas vezes seu antecessor e padrinho político, Luiz Inácio Lula da Silva.
O que choca é saber que a presidente portou-se, nesse aspecto, de forma ainda pior do que aquele a quem sucedeu no Planalto. Lula, quando instado a interceder em favor dos presos cubanos em greve de fome, limitou-se a dizer que aquele era um problema interno de Cuba, acerca do qual não lhe competia palpitar. O que é reprovável, porque, em se tratando de aviltamento dos direitos humanos, todos os chefes de estado têm o dever de assumir publicamente uma posição contrária, sem levar em consideração fatores de ordem geográfica, política, ideológica ou outro qualquer.
A presidente brasileira perdeu uma excelente oportunidade de ficar com a boca fechada sobre essa questão, porque, ao se pronunciar de forma infeliz sobre o assunto , rebaixou o país que governa ao nível das piores ditaduras ainda remanescentes dessa nova era de lutas pela liberdade, que se espalha como rastilho de pólvora nos quatro cantos do planeta.
Dilma deu a entender que “não temos moral” para protestar contra as barbáries praticadas em Cuba, porque, segundo ela, possuímos “telhado de vidro’, uma vez que estaríamos convivendo com atos de tortura e maus tratos a presos no Brasil. É claro que tem muito de verdade nessa afirmação, mas aqui isso é fruto de práticas individualizadas de maus agentes e não algo institucionalizado, feito em nome da lei, como acontece no regime cruel dos irmãos Castro e nos outros regimes semelhantes.
É muito estranho que essa Senhora, hoje no comando da mais alta magistratura da Nação, admita publicamente um mínimo de tolerância a maus tratos a seus semelhantes, tentando justificar tal atitude invocando uma espécie de “isonomia macabra” do tipo “se aqui pode, lá também pode”, tudo isso depois de posar de “coitadinha torturada do Regime Militar”, usando essa chantagem sentimental carente de comprovação à guisa de objetivos tipicamente eleitoreiros
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Lino Tavares é jornalista diplomado, colunista na mídia gaúcha e catarinense, integrante da equipe de comentaristas do Portal Terceiro Tempo da Rede Bandeirantes de Televisão, além de poeta e compositor
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Também fiquei pasma com esse pronunciamento, mais pelas origens políticas de nossa Presidenta do que,propriamente, pela realidade vivenciada em Cuba.
Muito bom esse arrazoado da verdade.
Maria Marçal – Blog Maturidade – Porto Alegre – RS